O caminho até a grande casa dos Hooper's dentro daquela carruagem, relembrando cada ação sua naquela noite foi sufocante, Molly sentia. Após chegar em casa, foi silenciosa o máximo que pôde até chegar ao quarto, não queria emitir nenhum barulho para não despertar a casa. Ainda sentia falta de ar por causa do espartilho, entrou em seus aposentos e se permitiu chorar, tampou a boca enquanto as lágrimas molhavam seu rosto e entrou em sua casa de banho, foi em direção a grande banheira tentando em vão tirar o vestido, fungou com mais falta de ar por não conseguir tirar sozinha o vestido, quando escutou sua dama de companhia entrar no quarto.
- Senhorita Molly? Está no banheiro?
- Sim! - Disse quase gritando e sem fôlego, tentando ser o mais calma possível. - Sim, me ajude a tirar esse vestido, por favor. - Disse quase sussurrando quando a vi entrar no banheiro.
Ela veio rápido e me ajudou a retirar o vestido e finalmente o espartilho, pude respirar novamente, e notei que ela agora juntava minhas roupas e com a expressão assustada notou o sangue no vestido e também em mim, vi sua cara de espanto.
- Por favor, por favor, não fale nada para ninguém, leve essas roupas daqui e as queime em algum lugar longe daqui. - Eu estava muito nervosa e continuei sussurrando. - Você sabe o que pode acontecer comigo! Então me ajude. - Disse já chorando, ela apenas concordou e eu pude me aliviar um pouco.
Enquanto eu retirava o restante das minhas roupas ela enchia a minha banheira, me ajudou com o meu penteado já quase desfeito, quando eu já estava sentada imersa com a água até a altura de meus seios, a vi colocado os sais de banho e uma toalha próximo de mim e saiu. Comecei a pensar: "Como pude fazer isso com meu pai! Céus, nem ao menos sei quem ele era, seu nome ou o que faz, não tive nem mesmo a coragem de ver seu rosto por trás da máscara..." me Olhei no espelho e só pude ver a minha vergonha, puxei meus joelhos contra o meu corpo e os abracei, "Mais... ele permaneceu comigo no quarto, oh Deus, eu desmaiei! Ele podia ter ido embora e me deixado sangrando, mais não o fez, será... será que ele sabe quem sou?"
Após o banho, me arrumei e tomei meu desjejum com meu pai, ele parecia muito feliz e me falou como tinha aproveitado a festa, sorte que ele não notou a minha tristeza, Eu tive que mentir para o meu amado pai e dizer que tinha ficado com minhas conhecidas aproveitado a festa e que por esse motivo nos desencontramos, sempre que isso acontecia ele me deixava uma carruagem para me trazer para casa. Ao continuarmos a conversar ele me disse que hoje teria um horário marcado com um amigo e que eu seria a encarregada do necrotério, mesmo cansada aceitei, sabia que minha ajuda seria necessária.
Seguimos para o hospital e fui para meu posto no necrotério, enquanto fazia as autópsias listadas pensei em quem seja o corsário, o meu corpo cansado e um pouco dolorido me deixava com mau humor e a vergonha que sentia me faziam amaldiçoar a mim e a ele. Mais e mais perguntas me vinham a cabeça: Será que ele realmente me conhece? Me veio à imagem do Senhor Moriarty e um pânico mesclado com medo me tomaram, pois se fosse ele eu não me perdoaria. Envolvida em meus pensamentos não notei a entrada do maldito Senhor Holmes e toda a sua arrogância.
Quando Sherlock despertou já se via os raiar do sol, as primeiras luminosidades do dia lhe atingiram a face fazendo apertar os olhos e tomar consciência. Em milésimos de segundos lembrou que havia permanecido e adormecido ao lado da dama de amarelo, olhou para o lado onde ela provavelmente estaria e não a viu, não devia ter dormido, deveria ter ficado acordado e falado com ela sobre o que tinha acontecido, tinha tomado a decisão que lhe daria a sua palavra de honra que tomaria as devidas providências para contraírem matrimônio, e que daria o seu frio coração a ela. Assim como um viciado que prova a primeira vez uma nova droga ele se viu ali sozinho, querendo se entregar a uma dama que não fazia ideia quem era. Preocupante... era o que sua mente dizia ao seu coração.
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Uma História Sherlolly na Era Vitoriana
Fiksi PenggemarA Londres da Era Vitoriana guarda histórias que merecem ser contadas: histórias de crimes resolvidos pela mente mais brilhante da época, Sherlock Holmes; histórias de amores que desafiam a lógica, as convenções sociais e as tramas do destino; histór...