cap 1

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                             Orfanato

Estava escuro, eu não conseguia ver nada.
Uma luz se acente bem distante de mim. Eu a sigo. Não quero ficar aqui, não me sinto bem, tenho uma sensação ruim. Minha barriga se enche de borboletas. A não Gabriela, crise de ansiedade agora não, é tudo que você  menos precisa.
Todas as luzes da sala se acendem. Olho ao redor, tentando descobrir a onde eu estava. Tentar pelo menos reconhecer alguma coisa. Aquele lugar de alguma forma me era familiar, mas não sei porque.
Vou em direção à uma porta que dava para uma cozinha de chão preto e móveis brancos, algums estavam meio destruídos, como se tivesse rolado uma luta, uma luta bem feia, espera..... aquilo é.....é.... san..g..ue.
Eu não tenho controle de meu corpo. Eu quero sair dali o mais rápido possível, mas meu corpo insiste em se aproximar.
Do outro lado da ilha da cozinha eu vejo dois corpos. Um perto do outro. Era uma mulher e um  homem......
Minhas pernas perdem a força, eu caiu de joelhos, enquanto as lagrimas escorrem.
Meus pais, são meu pais. Essa casa, é a minha, a que eu morava a 7 anos atrás.

- Mãe? Pai? Me desculpe, eu...eu... Não pude fazer nada. - Rios de lagrimas escorriam por meu olhos. Eu queria muito que tudo aquilo acabasse. A culpa foi minha, eu poderia ter os protegido mas escolhi fugir, eu fui fraca, quando eles mais percisaram de mim, eu não os ajudei.
Lembro bem de minha mãe pedindo para que eu me escondesse dentro do armário da sala, eu queria ficar com ela, mas estava com tanto medo que nem questionei.

- Ola pequena criança.- Aquela voz, eu a reconheceria em qualquer lugar. Ela era tão fria e tinha um tom grave.

- Me deixe em paz, saia de perto de mim. - Gritei o mais alto que pude. Eu tinha virado novamente aquela garotinha frágil, que precisava de seus pais para defende-la, mas eles não estavam ali, e nunca mais estariam.

Entrei em pânico, me levantei e corri o máximo que pude até a estrada que tinha em frente a minha casa. Não prestei atenção no que estava a minha frente e acabei tropeçando em uma pedra, e batendo a cabeça no chão.

Levanto minha cabeça dos travesseiro em um pulo. Minha respiração estava ofegante e meu corpo suado. Estava transpirando tanto que os lençois de minha pequena cama estavam encharcados.
Pego rapidamente o despertador ao meu lado e olho as horas. São 04:30 da manhã. Tudo aquilo não passava de um sonho, melhor um pesadelo, não aguento mais ter essas memórias, só quero que elas saiam da minha cabeça, quero esquece-las para sempre.
Lagrimas escorriam por meu olhos, e para piorar comecei a soluçar. Otimo Gabriela.
Peguei um copo de água que estava no criado mudo e o bebi em tentativa de me acalmar.
Escuto algumas vozes que vem do lado de meu quarto. Eu moro no orfanato só para meninas santa luzia. É um orfanato das freiras.
Meu quarto fica afastado das demais órfãs, creio que seja por meus repentinos ataques, não sei dizer ao certo o que acontece, só sei que quando saio da espécie de transe em que eu entro, tudo sempre fica destruido. Por isso todas tem medo de mim, acabei me isolando de todos, pelo menos ficando sozinha, ninguém se machuca.
Meu dormitório fica do lado do escritorio da governanta irmã Meire. Ela deve estar em uma reunião, por isso o barulho da conversa.

- Vocês tem mesmo certeza disso? Quer dizer ela não é uma garota fácil de lidar, não que ela vá dar trabalho, mas ela necessita de uma atenção especial.- Reconheço a voz, é da governanta. Ela parecia um pouco aflita em suas palavras.

- Sim temos, meu marido e eu temos certeza de que podemos cuidar dela.- A dona da fala tinha uma voz doce e suave, porém firme e um pouco amedrontadora. Sei que parece um pouco confuso, mas era exatamente assim. Não sei dizer ao certo o que ela me provocava, era uma mistura de reconforto e medo....

- Tudo bem então, irei avisa-la de sua adoção hoje a tarde.- Parece que alguém vai ser adotada. Sempre fico feliz pelas meninas. Poder ter uma chance de recomeçar em uma nova familia concerteza deve ser maravilhoso. Todas as tentativas de minha adoção sempre davam errado, por isso creio que nunca serei adotada, porém acho melhor assim.

- Incrível, muito obrigada, e desculpe minha mulher e eu por incomodá-la a essa hora, mas como já haviamos dito, estamos de partida para outra cidade.- Havia um homem também. Sua voz era firme porém calma e reconfortante, assim como a da mulher.

- Sim, claro, tudo bem, eu compriendo.

- Até mais.

- Até.- as conversas cessaram, acho que foram embora.

Estava bem cedo ainda, então resolvi tentar dormir novamente, mas tenho que confessar que não quero. Tenho medo de ter aquele sonho de novo.
Mas eu estava tão cansada que de pouco a pouco meus olhos foram se fechando até que.......

Oi gente, se gostarem não deixem de comentar e avaliar, isso ira me impusionar a escrever mais, tabom. Beijos.
VOLTEM SEMPRE❤✍🏻

A Menina Peculiar Onde histórias criam vida. Descubra agora