Capítulo 20

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O carro está cada vez mais próximo do seu fim. Penso em como aquele era o meu carro favorito e como estaria em alguns segundos. Como fui tão burra? Como deixei que a raiva subisse à minha cabeça naquele nível? Ódio, desespero e medo tomaram conta do meu corpo, se apossando de cada parte. E agora eu estava ali, esperando o momento em que minha vida se esgotaria.

Meu coração se aperta ao pensar em William. O que teria acontecido se eu tivesse reduzido a velocidade? Estaria agora discutindo com ele? Ou estaria feliz com ele ao meu lado? Acho que nunca saberei. De olhos fechados apenas espero...

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Meu mundo estava se despedaçando, não sabia o que seria de mim sem aquela garota. Não sei de onde sai essa ideia. É loucura, posso acabar matando nós dois. Mas já não estávamos no fundo do posso? O que é um dedo quando se não tem mais uma mão

Era definitivamente a maior loucura da minha vida, mas tinha que dar certo, eu dependia disso. Então reúno coragem e bato o meu carro em uma das pontas do carro dela com uma força considerável. Isso dá um impacto grande no meu carro, me fazendo pisar do freio, mas a Lamborghini preta vira, sua frente não está mais na direção da pedra, há uma chance.

Meu carro demora segundos eternos até parar pois também desliza no asfalto. Quando ele finalmente para abro a porta com tudo, e saio do carro, conseguindo ver o desastre com bem mais perfeição do que jamais desejaria. É um barulho estrondoso. Tenho que me jogar no chão pois estilhaços da máquina potente voam para todo lado, acabo me cortando com alguns cacos de vidro, mas não ligo. Não ligo pra nada disso.

Quando a poeira abaixa posso ver que uma boa parte do carro sobrevivera à batida. Minha primeira ação é corre até ele. Não se passa na minha cabeça que o carro poderia explodir. Não se passa nada além da ideia de vê-la. Sua porta está emperrada então sou obrigado a dar-lhe um chute para amassa-la mais. Um chute não é o suficiente, tenho de dar mais alguns para abrir um pouco de espaço.

Quando a vejo... Mal sei explicar de tanta emoção. Ela está mais branca do que o normal, tem alguns arranhões e cortes, e uma marca bem evidente de onde seu sinto puxou. Mas ela respira, ela está viva e isso é tudo o que importa. Vejo um líquido vasar do carro, a tanque havia quebrado e a gasolina vasava. Entro em verdadeiro desespero e aperto com preça o botão do cinto, mas ele estava preso e não a soltava de jeito nenhum. Pego uma pedra qualquer no chão e bato até que o prendedor se quebre.

Pego Margo no colo a apertando com força contra o meu peito e corro até o meu carro. Coloco-a de qualquer jeito no banco do passageiro e avanço até uma distancia boa do outro carro. Olho para trás a tempo de ver a explosão. Uma tosse do meu lado me faz virar imediatamente.

- Acho que dessa vez eu perdi.- Ela diz com a voz falhando, e seu olho não está toltalmente aberto, ela claramente está sentindo dor, mas sou muito egoísta neste momento, porque a puxo pra mim e a beijo.

- Eu te amo, te amo, te amo.- Não consigo conter as lágrimas de emoção e começo a chorar com ela no meu colo.

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Bip...Bip...Bip...Bip...Bip...Bip...

- Alguém desliga essa porra de barulhinho irritante?

- Sinto muito senhorita, mas não posso desligar até que o médico venha lhe dar alta.- a enfermeira informa, me fazendo bufar.

- Foi fazer merda agora aquenta.

- Boquinha fechada Will.- mas isso só faz ele rir.

Apesar das implicâncias que nunca terminariam, eu não podia estar mais feliz. Tanto os Janes quanto os Jeksforld entraram com processos pesados contra o dois charlatões que tentaram destruir nossa família. Frankie ficou acabado por saber que foi sua namorada a culpada, mas felizmente, Louise o está apoiando da melhor maneira possível.

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