Imagines - Shawn Mendes

Imagine 7 -《Parte 2》

-Oi. - Shawn murmurou assim que fechei meu armário e encontrei o corpo dele encostado no armário ao lado.

-O que quer, Mendes?

-Saber porque mentiu sobre a faculdade, obviamente. - Ele respondeu dando de ombros e eu franzi o cenho respirando fundo. - Tem que ser por causa da Mary, por quem mais seria? Seu namorado fracassado? Ah, é, você levou um pé na bunda.

-Qual é o seu problema? - Perguntei irritada.

-Foi só uma piadinha de nada, relaxa aí. - Ele deu de ombros. Passei por ele e o mesmo me seguiu. - Qual é, s/n?! Nos conhecemos a tanto tempo e eu sei que o seu sonho sempre foi viajar.

-Por que liga pra isso? Não somos amigos, no máximo, conhecidos.

-Porque você nunca deixou com que eu me aproximasse.

-Você nunca quis se aproximar! - Sibilei e ele franziu o cenho. - Shawn, quando eu e minha mãe íamos na sua casa, você sempre dava desculpas para não brincar comigo: 'vou treinar no violão', 'já marquei com os meninos, foi mal aí', 's/n não pode vim porque só meninos vai' e então eu entendi o recado de que você não queria ser meu amigo, então não tente se aproximar agora porque nesse momento, quem não quer ficar perto de você sou eu.

Dei as costas a ele e fui em direção a minha sala de literatura, vi minha melhor amiga sentada nas últimas cadeiras e me sentei ao lado dela, jogando as coisas na mesa para deixar claro a minha irritação.

Maria soltou uma risadinha e eu a olhei irritada.

-O que foi? - Perguntei sentindo meu rosto esquentar.

-Você e o Mendes, parecem duas crianças. - Ela deu de ombros e eu revirei os olhos a ignorando.

As aulas do dia passou e eu passei todas elas olhando o céu cinza, logo iria chover e eu queria estar em casa quando isso acontecesse.

Quando eu estava prestes a sair do colégio, Maria me gritou e eu me virei para ela.

-Então, vai rolar uma festa amanhã. Quer ir?

-Claro, preciso me distrair.

-Ótimo, passo na sua casa amanhã a noite.

-Beleza, tchauzinho. - Dei um beijo no rosto dela e saí do colégio.

Estava quase chegando na porta da saída quando uma bola de basquete bateu na minha cabeça, ouvi algumas risadinhas mas ignorei e procurei o filho da puta que tinha jogado a bola em mim.

Shawn vinha correndo na minha direção, sem camisa o que era estranho porque já estava ventando.

-Machucou? - Ele perguntou franzindo o cenho.

-Foi você?

-Não, foi o Aaron sem querer. - Olhei na direção dos amigos dele e revirei os olhos.

-Prestem atenção quando estiverem jogando no pátio. - Falei olhando para ele irritada.

-Não seja amargurada, foi só um acidente.

-Tanto faz. - Fiz menção de sair de perto dele, mas o mesmo segurou minha mão. - O que foi agora?

-Quer carona?

-Não, Shawn, eu não quero carona. - Falei irritada e olhei pra mão dele na minha. - Posso ir? - Ele soltou me soltou e eu lancei um sorriso falso. - Muito obrigada pela gentileza.

Dei as costas para ele, mas escutando ele soltar uma risadinha.

Algumas meninas me olharam com cara feia e eu ignorei todas elas. Passei tanto tempo parada que perdi o ônibus, ao invés de ficar esperando decidi caminhar até em casa. Não preciso nem dizer que foi uma péssima ideia. Eu precisava caminhar mais 15 minutos, ou mais levando em consideração minha falta de vontade de fazer esforço físico, mas a chuva caiu do nada e eu fiquei presa embaixo de um monte de telhados de uma lanchonete.

Fiquei uns cinco minutos esperando a chuva passar, mas não aconteceu. Um homem que estava comendo na lanchonete, e aproveitando pra me comer com os olhos, se aproximou depois que pagou a conta.

-Quer uma carona? - Ele perguntou e apesar de sua voz sair gentil, a malícia brilhava no olhar dele.

-Não, obrigada. - Respondi evitando fazer contato para que ele se desse conta de que eu não queria papo.

-Eu não tenho problema nenhum em te levar, sério. - Ele insistiu e eu me virei forçando um sorriso, mas pensando em mil maneiras de matá-lo.

-Eu já falei que não, muito obrigada pela sua gentileza. - Respondi calmamente.

-Já entendi, - Eu estava prestes a agradecer aos deuses por ele ter entendido na segunda vez, mas alguns homens quando abrem a boca raramente falam algo sensato. - você está esperando alguém né?!

-O que?

-Pra não querer minha carona, é claro. - Soltei uma risada nervosa e franzi o cenho.

-Por que eu não posso simplesmente rejeitar a sua carona?

-Porque uma menina da sua idade, - Ele tocou meu ombro por cima da jaqueta e eu olhei para o local. - não negaria uma gentileza dessas vindo de um homem como eu.

-Se elas forem inteligentes, sim. - Falei tirando a mão dele do meu ombro.

-Atrapalho? - Escutei a voz de Shawn e me virei para ele, posso dizer que quase fiquei feliz ao vê-lo. Quase.

-Não, o moço já estava de saída, não é? Me virei para o homem que alternou o olhar entre eu e Shawn.

-Claro, desculpa pelo incômodo. - Ele falou, mas não olhava pra mim. Me pus no campo de visão dele.

-Ah, que isso? Não se preocupe. - Dei um sorriso falso e ele saiu, tirei o sorriso do rosto e me virei para Shawn. - Esse não é o caminho da sua casa!

-Nem um 'obrigada por salvar minha vida, Shawn!'? - Ele falou imitando minha voz e eu ri.

-Não.

-Já esperava por isso. - Ele falou e eu continuei encarando ele. - Vim por aqui porque sei que perdeu o ônibus e decidiu vir andando. Eu ia passar na sua casa, queria saber se chegou bem.

-Existe uma coisa chamada 'celular', você tem meu número.

-Preferi verificar pessoalmente. - Ele me analisou e soltou um suspiro. - Quer carona? - Olhei para o céu e não tinha um sinal de que a chuva pararia logo.

-Tá bom, mas se fizer graça vou te jogar do carro. - Ele sorriu e me acompanhou até o carro dele.

O caminho foi silencioso e eu prefiri deixar assim. Shawn não é exatamente uma pessoa ruim, é só alguém que não queria ser meu amigo, e eu não consegui aceitar isso muito bem.

-Está entregue. - Ele falou assim que chegamos, respirei fundo e tentei dar um sorriso sincero.

-Obrigada. - Tirei o cinto e abri a porta para sair.

-Espera! - Ele falou assim que eu botei um dos pés pra fora do carro. A chuva molhou minha calça e tentei não me irritar por isso. - Eu sempre quis ser seu amigo, mas não conseguia ficar perto de você porque sempre senti vergonha e ficava nervoso. - Fiquei parada sem reação e ele deu um sorriso triste. - Só queria que soubesse que não é nada pessoal, e que te acho incrível.

Sem dizer uma palavra, eu saí do carro. Eu estava muito em choque pra responder, eu esperava por algo, mas esse algo definitivamente não era aquilo.

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Aqui estou eu quase um ano depois, se é pra ficar, eu não sei. Desculpem pela demora e espero que gostem.

Espero que estejam se cuidando nessa quarentena!! ❤