Quando falo de vida, não falo de vida cientificamente. Falo do modo certo imposto pela sociedade de se viver.
Nascemos, crescemos, nos reproduzimos e morremos. Acaba-se mais um ciclo no qual demorou 9 meses para começar e durou cerca de 60 à 70 anos - eliminando todas as possibilidades que causam nossa morte antes que a natureza faça seu trabalho - para terminar. O que tu achas que deve ser feito para aproveitar-se de um ciclo que antes mesmo de começar tem um fim já estimado? Deve levar a vida ou deixar que ela te leve? Pensar demais antes de uma tomada de atitude ou tomar a atitude e pensar depois? Deve pensar mais em si ou pensar mais nos outros? Bens materiais são mais importantes que bens sentimentais?
É claro.. a cada resposta para essas e as mais diversas perguntas, seu caráter é moldado. E logo em seguida, a consequência por se viver em uma sociedade racional é que você é julgado por outras pessoas, pelo país, pelo mundo, por seu Deus -caso acredite- e pelo pior dos júris: você mesmo. Será que é tão beneficente assim a vida? Viver para ser julgado por sua sexualidade, por sua cor, por suas atitudes, por seus pensamentos, por suas idéias e por seus ideais. Isso é ter livre arbitro? Gosto de uma frase do poeta Mario Quintana que traz uma grande reflexão: "Vale a pena viver nem que seja pra dizer que não vale a pena." Mas como bom questionador, questiono: Vale a pena viver nem que seja pra dizer que não vale a pena?
Vale a pena viver quando você não quer mais ser julgado como também não queres julgar ninguém? Vale a pena levar uma vida de dor, angústia, fome, tristeza, de guerras por terras e por riqueza? Vale a pena.. só que a de qualquer um.
Vivemos a era da mediocridade, ou talvez a mediocridade e ignorância existam desde os primórdios só que não vivemos lá para saber, mas a história conta. Invasões, mortes, torturas e tudo isso pra alimentar o racismo e o ego humano. E por falar em ego humano, talvez seja ele o principal motivo por tanta tristeza que nós encontramos hoje ao observar um jovem do século xxi. O ego basicamente se resume em o que você quer que os outros percepcionem de si, só que o ego distorce a realidade pois o mesmo é como uma fantasia que coloca a pessoa acima das demais. É um erro você se mostrar como gostaria de ser ao invés de mostrar quem você realmente é, e nossas redes sociais vem cada vez mais aumentando e dando base para as pessoas se afundarem e não conseguirem mais encontrar a si mesmo em diversos status falsos.
Não se sabe mais em quem e nem no que confiar, o mundo e as pessoas estão quebrados. Cada vez que a tecnologia se renova, coisas humanas se perdem e logo o sentimento também. Devemos pensar que desde o momento em que robôs nos substituem para fazerem nosso trabalho, logo todos nós nos adaptaremos a essa era robô que mais tarde se dará por maior: falsos humanos, sem sentimentos, sempre a mando de alguém e sempre alienados.
Viver é mais que isso. É mais que status e fama, é mais que dinheiro fruto de um trabalho que não gostas e que sofre tanto. Só que nem sempre as coisas podem ser da forma que queremos e gostamos, muita das vezes temos necessidade de fazer algo que não gostamos apenas por causa do resultado em moedas que esse trabalho dará. Infelizmente no mundo em que vivemos, precisamos disso pra nos sustentar, sustentar quem amamos e conseguir socializar-se. O mundo gira em torno de riqueza e do ego, e quem não se adapta é atropelado por ele.
Na corrida de likes, ganha quem tem mais. Quem segue mais o padrão de beleza imposto pela sociedade. Costumo dizer que beleza está no olhos de quem vê, e não na boca de quem vós fala.
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Labirintos éticos e morais
Non-FictionVida, política e religião. São os 3 maiores pilares que, na minha concepção, moldam o caráter humano. Pequenas passagens filosóficas com um modo estranho, para alguns, de se pensar. Será que você conseguirá entender esses labirintos? e por conseguin...