I hate that I want you ღ jirmino

twenty-eight

Gabriel Jesus

Hoje seria a final da Copa América, o Brasil enfrentaria o Peru e devo dizer que eu estava muito nervoso com isso, tão nervoso que naquele exato momento, o frio na barriga era tanto que me dava uma tremenda vontade de vomitar.

— Está tudo bem? — escuto a voz de Firmino perto de mim e imediatamente me arrepio fazendo as borboletas do meu estômago só aumentarem.

— É... S-Sim, Sim es-está tudo bem s-sim.. — acabo gaguejando e respiro fundo ao ouvir uma risada extremamente gostosa que o mesmo dá me fazendo virar e encarar o moreno que estava bem próximo a mim.

— Você não parece bem.. mas se acontecer alguma coisa, você sabe onde me encontrar. — ele sorri de lado para mim piscando em seguida e sai do vestiário.

Termino de me arrumar para o jogo e vou para a fila de jogadores esperando para entrarmos no gramado para cantar o hino, havia um show para finalizar a Copa América acontecendo do lado de fora. Anitta e Righeira cantavam Vamos a La Playa com muita festa, as crianças que estavam na abertura de estréia do evento também estavam lá apresentando para o público as medalhas de ouro e os troféis que os jogadores do país vencedor receberiam ao final do jogo.

Após a festa se encerrar, todos nós fomos chamados em campo para cantarmos o hino, eu entrei em campo ao lado do Mimi, meu sobrinho. O pequeno estava muito animado e batia diversas palminhas como se essa fosse a coisa mais emocionante do mundo, o que na verdade era.

Assim que nos posicionamos de forma correta, eu e Firmino ficamos lado a lado, o que consequentemente me deixava um pouco mais nervoso. O hino do Peru foi iniciado e todos os brasileiros ficaram em silêncio.

Quando o hino nacional se iniciou, toda a platéia começou a cantar alto seguindo a parte que eles terminavam de tocar à capela. Aquilo era a coisa mais emocionante do mundo e fazia os meus olhos marejarem de emoção.

O Brasil começaria com a bola e seria nos pés de Arthur, o capitão do jogo de hoje. Assim que o árbitro apita indicando o início do primeiro tempo, o loiro passa a bola para Richarlison que avança próximo ao gol, tenta chutar mas a bola é defendida pelo goleiro peruano. Assim que o mesmo chuta a bola, um jogador do Peru tenta passar a bola para outro e eu, como estava no meio dos dois, acabo pegando a mesma e chutando para Daniel Alves que dribla alguns jogadores e de costas, manda diretamente para o gol fazendo a torcida vibrar, todos nós jogadores fomos lá abraçar ele.

[...]

O jogo já estava 3x1 com duas assistências minhas e um gol meu, em um lance, acabo trombando com um jogador peruano fazendo nós dois caírem ao mesmo tempo no chão, assim que me levanto, o juiz levanta um cartão vermelho para mim. Eu havia sido expulso.

Tento de todas as maneiras convencer o juiz de que eu não havia feito absolutamente nada, ele apenas me manda sair de campo e por conta da raiva, me viro para a câmera e faço um sinal querendo dizer que o jogo havia sido roubado. Sigo em direção a saída do campo e para descontar um pouco mais da raiva, acabo chutando o VAR fazendo a placa do mesmo cair no chão, eu provavelmente sofreria uma suspensão por conta disso mas, eu não ligava. Havia sido expulso de uma partida que eu adoraria participar até o fim, eu estava sem o Firmino e no momento sem fazer o que eu mais gostava na vida, nada poderia dar mais errado.

Me sento em uma escada que havia lá dentro do estádio e começo a chorar, eu havia sido injustiçado pois não fiz absolutamente nada de errado. Simplesmente levei a culpa por algo que eu não fiz.

— Ei, não chora por favor. — levanto a cabeça e vejo Firmino se sentar ao meu lado.

Será que ele havia sido substituído ou quis sair do jogo por causa de mim?

— Como eu não vou chorar, Firmino? Eu fui expulso sendo que eu não fiz nada de errado, você deveria estar lá jogando, pelo menos você tem mais chances do que eu agora de fazer o povo brasileiro feliz sendo campeão. — digo chorando ainda mais e sinto Fir me abraçar de lado fazendo minha cabeça deitar em seu colo.

— Na hora que você foi expulso eu corri para o banco e falei para o Tite colocar outra pessoa no meu lugar, eu não aguento ver você ficar mal, mesmo que no fim das contas a gente esteja brigados. — o moreno diz e eu me sento encarando o mesmo, naquela hora o que eu mais queria era dar um beijo nele, sentia tanta saudade disso.

— Vem. — digo o puxando até o vestiário e fecho a porta atrás de nós colocando uma das mãos na cintura do mesmo e a outra em sua nuca o puxando para um beijo que imediatamente foi correspondido, ficamos assim por um tempo até o beijo ser interrompido pela maldita falta de ar, afastamos nossas bocas mas continuamos com a testa colada um no outro e a respiração ofegante. Vejo Firmino sorrir e fecho os olhos.

— Quer me deixar cego avisa antes —  abro os olhos e dou risada vendo o mesmo me abraçar.

— Bobo. — ele diz ainda rindo e então se afasta do abraço. — Você quer tentar de novo? digo.. as coisas entre nós, quer fazer dar certo? — sorrio ao ver o mesmo falar isso e aceno com a cabeça. — Sim, Sim, Sim.. Óbvio que sim !!! — sorrio e envolvo meus braços ao redor de seu pescoço iniciando outro beijo transbordado de felicidade e de muita saudade.