† 𝗢𝗡𝗘

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TEMPOS ATUAIS

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TEMPOS ATUAIS

Ramona estava sentada à mesa de jantar junto de seu pai e sua mãe. Essa era sempre a pior parte do dia para Ramona, ela odiava conversar com os pais. Só de estar perto deles já era motivo para a garota ficar enjoada. Seus pais sempre falavam absurdas a ela, o que fazia a garota se machucar sozinha para conter sua raiva.

— Coma, Ramona — seu pai ordenou, com aquela voz fria de sempre — Seu jantar vai esfriar.

     — Não estou com fome, papai — ela respondeu sem olhá-lo nos olhos, tomando coragem para falar o que vem a seguir — Ontem fez sete anos que Mason morreu.

     Seu pai largou os talheres e bateu na mesa, no mesmo instante, fazendo Mona se assustar.

     — Já mandei nunca mais falar o nome dele.

     — Me desculpe, papai.

     Ramona já estava acostumada, era sempre assim. Desde que seu irmão morreu, seu pai proibiu que seu nome seja dito nessa casa. Mona odiava isso, ele merecia ser lembrado.

     — Seu irmão está no inferno agora, é um pecador — disse seu pai, voltando a pegar os talheres para comer.

     — Ele não queria isso — Mona disse quase num sussurro, enquanto mordia a parte inferior de sua bochecha — Ele estava sofrendo, não foi culpa dele.

     — Quieta, Ramona — disse sua mãe, já irritada.

     — Tem razão, a culpa foi sua!

     Faz sete anos que seu pai a culpa pela morte de Mason, setes anos que ele a pune toda vez que o lembra disso e sua mãe não fazia absolutamente nada que não seja manda-la se calar. Ramona estava completamente destruída por dentro, nem sabia como ainda não tinha feito o mesmo que seu irmão.

     — Nunca mais fale o nome dele nesta casa — repetiu seu pai — Ele desonrou o nome de nossa família e você vai acabar como ele, se continuar assim.

     Lágrimas já escorriam pelo rosto da garota, que sempre era ameaçada pelo pai. Ela estava tremendo, não só por conta da neve que caía lá fora, mas também por conta se sua raiva. Podia sentir o gosto do sangue que saia da parte inferior de sua bochecha por conta da força que a garota a mordia.

     — Cala essa sua boca imunda, Sebastian.

     Ramona arregalou os olhos e levantou o olhar até sua mãe, não acreditava que aquilo estava mesmo saindo de sua boca. A mãe de Mona nunca havia falando com seu pai naquele tom, geralmente abaixava a cabeça para o mesmo.

— O que foi você disse? — perguntou seu pai, fechando o punho.

Essas foram as últimas palavras que Ramona se lembra claramente, todo o resto parece um borrão. Ela se lembra de estar coberta de sangue ao lado de sua mãe, que estava no chão. "Não faça isso, papai, por favor" e "Isso é tudo culpa sua, Ramona, o sangue dela está em suas mãos" eram frases que ecoavam na cabeça de Mona. Frases que ela jamais esqueceria.

A garota estava em choque, quem olhasse saberia que ela não tinha mais nenhum pingo de sanidade em sua cabeça. Enquanto a garota de olhos vazios estava sem reação nenhuma, seu pai já estava a mandando para o Sul da Escócia, onde ela ficaria no internato para garotas "Boas Flores". Afinal, ele teria que enterrar sua sujeira para sempre, o que incluia Mona, que havia assistido cada detalhe sórdido do pior crime que Sebastian cometera.

𝗕𝗨𝗥𝗬 𝗔 𝗙𝗥𝗜𝗘𝗡𝗗  †  original Onde histórias criam vida. Descubra agora