- Pesadelo de novo Luna?
- Não, não dessa vez.
Nina me olha com uma expressão confusa, volto a varrer o chão pensando no sonho que tive.
- Então o que foi?
- Não sei explicar...
Nina não tenta prosseguir a conversa e volta ao trabalho, ela sabia que não era uma boa idéia continuar aquela conversa.
As duas logo estavam uma em cada canto da casa, Luna no hall de entrada terminando de limpar o chão e Nina na cozinha ajudando na preparação do jantar.
- Soube que um padre virá esta noite. - Comentou uma das cozinheiras.
- O que um padre faria em um lugar como este? - Comentou outra cozinheira, Nina não falava nada e só ouvia a conversa das duas.
- Talvez a Sra. Cortinez seja uma parente ou velha amiga do padre.
- Não vejo a Sra. Cortinez tendo amigos e pelo que sei todos os parentes foram mortos.
- Do que estão falando? - Aperece outra se intrometendo na conversa.
- Da visita repentina do padre.
- E sobre qual poderia ser a relação da Sra. Cortinez com o padre.
- E em que conclusão chegaram?
- Ou um amigo de infância, ou um famíliar.
- Duvido muito, uma vez escutei de uma das empregadas falando com a Sra. Cortinez, pelo visto os possíveis amigos dela estão na França e a família junto com outras pessoas foram mortos em um ataque.
- Então qual poderia ser o motibo pela visita do padre?
- O padre pode ser francês e é de fato um amigo dela.
- Ainda tenho minhas dúvidas.
As três continuaram a falar até serem interrompidas pela cozinheira chefe. Nina ficou um tanto curiosa, Sra. Cortinez era um mistério para todos que trabalhavam naquela casa, nem seu primeiro nome sabiam. E essa história dispetou a curiosidade de Nina, que não iria descansar até descobrir o mistério por trás da Sra. Cortinez.
Enquanto isso Luna ajudava na decoração da casa. Havia terminado suas tarefas mais rápido do que esperava.
- Luna? - Uma voz conhecida a chama, era Anne, a governanta da casa.
- Sim? - Pergunta receosa, Anne nunca havia a chamado.
- Que bom que te encontrei, Sra. Cortinez deseja conversar com você.
Esse deve ser o momento em que Cortinez (irei chama-la assim até revelar seu nome) conta um segredo para Luna, mas, muito pelo contrário ela só queria que Luna fosse à cidade amanhã, então vocês me perguntam, porquê? Porquê Cortinez chamaria Luna só para dizer isso? Não tem resposta essa questão, Cortinez é um verdadeiro enigma até para mim.
- Então, oque Sra. Cortinez queria? - Uma empregada pergunta. Um fato interessante sobre esta casa, só haviam cinco escravos no total, o resto eram empregados.
- Só queria que eu fosse a cidade amanhã.
- Estranho. Ela sempre manda a governanta ir para a cidade e nunca fala com nós.
Luna ignora esse fato e se concentra em sua ida a cidade, mas, uma pergunta a rodeava, oque iria fazer na cidade?
Vamos deslocar a narrativa da Luna e vamos agora nos focar na visita do padre, a infeliz visita.
Cortinez não queria que aquela visita acontecesse, ela não tinha um bom histórico com aquele padre, se é que podemos o chamar assim. Só vou dizer para esclarecer um pouco que esse "padre" e Cortinez tinham uma inimizade.
- Sra. Cortinez, ele chegou.
- Pode ir Anne, eu já desço. - E isso de fato era verdade, ela não iria fugir, pelo menos não agora.
Cortinez só queria um tempo para respirar antes de ver o infeliz visitante.
Ela então desce, revendo tudo que já fez de ruim para merecer aquilo.
- Cortinez! Velha amiga! - Ela nada diz, esse teatrinho dele a enojava. - A última vez que nos vimos foi naquele vilarejo não?
- Nunca mais cite esse lugar, Onofre. - Cortinez se vira e vai até a sala de jantar, sendo seguida, pelo padre e sua governanta.
Na mesa se encontravam os mais variados pratos, a iluminação estava perfeita e a sala estava impecável.
Os dois se sentam sendo servidos logo em seguida.
- Com sua licença. - Todos os empregados se vão deixando Cortinez a sós com o Onofre. Pelo menos era isso que aparentava.
- Querida Cortinez, como vai a vida.
- Não te devo satisfação.
- Ainda está brava pelo o que eu fiz? Eu só fiz acoisa certa.
- Matar inocentes com certeza era uma coisa certa.
Era isso, a explicação. Vocês devem ter chegado a essa conclusão, mas, muito pelo contrário, isso é só uma parte da explicação.
- Mas, foi o certo Ísis, você sabe muito bem que isso aconteceria uma hora ou outra.
- Não, não foi o certo, elas nunca fizeram nada para ninguém.
- Você sabe, é o povo, eles têm medo do desconhecido, e uma raça como aquela deveria morrer, mas, foi uma pena saber que elas estavam lá.
Aquilo foi a gota d'água. Ela se levantou e saiu do cômodo.
De todas as atrocidades que ele disse, aguentar ele falando sobre elas foi demais.
O padre sai do cômodo logo em seguida.
- Desculpem o incômodo, pelo visto, minha presença não foi das melhores.
E assim aquela visita tem fim.
Mas, o que ninguém desconfiava, uma escrava estava ouvindo a conversa.
- Então esse é seu nome, Ísis.
Desculpem os erros ortográficos.
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Bruxas
Fiksi Sejarah"- Você me ama? - Lógico que sim - Está mentindo - Como sabe? - Suas palavras soam como se fosse veneno, pairando no ar... - Você é incrível - Isso é verdade..."