Colisões Nocturnas ; Junhao

Part. II

Novas Nebulosas

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Minghao e Yanan em negrito/ Jun em itálico

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Regeneração pelo amor.

O Sorriso de Xu MingHao era lindo. Simplório. Branco. E ele conseguia pinta-lo a cada cena.

Fecho o notebook, depois do término do segundo episódio de The Colors Selenes. Eu ansiava por ele a 3 dias. Para poder vê-lo. Na verdade, já fazia uma semana - não que eu esteja contando - que eu não o via, então pela série era o mais perto que eu chegava dele. Talvez eu tenha seguido ele no Instagram, mas as últimas fotos foram sobre a estreia e uma ida ao museu. Eu não iria correr meia cidade atrás dele.

Naquela noite eu o acomodei em minha cama, depois do beijo, tentei o fazer trocar de roupa, ele não largava a merda da garrafa e resmungava como se tivesse conversando em uma língua completamente desconhecida, acabei adormecendo ao seu lado em meio aquela confusão, e na manhã seguinte eu acordei sozinho em um quarto completamente bagunçado. Não existia algum resquício de Xu MingHao naquele cômodo, a não ser pela garrafa de licor que carregava consigo quando saímos da festa, e nela um post-it vermelho pregado no rótulo, que guardei na última gaveta da cômoda.

"Bom dia"

Aquela frase em chinês me deixou animado por dois dias, até eu perceber que um simples e educado bom dia poderia ser um eufemismo bonito para um adeus, um adeus egoísta. Não era como se eu quisesse acordar com ele ao meu lado.

Mas era exatamente isso o que eu queria.

Confesso que passei a madrugada assistindo cheater, mesmo que no outro dia tivesse que passar cinco horas no estúdio. Foi assistindo que percebi.

Netuno nem parecia tão perto de Plutão, talvez só nas últimas cenas.

"As grandes primeiras semanas."

Mesmo assim, nada matou a saudade que sentia. É angustiante sentir falta de alguém que nunca me pertenceu. Algo que nunca tive.

No quarto dia eu me sentia Solis. No centro, mas sem constelação.

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— Corta! — a voz sai pelo alto-falante, e a música e cortada nos meus fones. – Já chega por hoje. — Dito em um suspiro.

Fico sentado no sofá mesmo depois de todos terem saído, aquela semana me rendeu um – grande – andamento no álbum, tentei focar em algo que não fosse a minha vida amorosa inexistente; passei toda aquela frustração emocional em letra, melodia, acorde. Onde coubesse sua sintonia, eu o colocava.

Gostaria de colocar sua risada em cada música.

— Do que você precisa Jun? — Yanan questiona se sentando ao meu lado.

— Que?

— Do que você precisa para sair dessa bolha?

Cento e cinquenta e três horas com MingHao.

Sorrio. — De um dia em Plutão.

— Isso e certamente muito caro, quer mesmo gastar tudo isso? — ele pergunta rindo.

Assinto.

Yanan é um cara legal, quando está sendo um amigo, e ótimo quando se trata de trabalho. O Yanan amigo é aquele que aparece no meu apartamento no meio da noite de samba calção e pantufas de pato para passar a noite jogando. Já o manager parece uma porta, mandão e está sempre de camisa de gola alta.