Masters

A Casa

Tensão

Chegaram na entrada do grande casarão que tinha no final do enorme jardim. A mansão parecia ter saído de um filme de terror e suspense. Na porta dois seguranças, Izuku acenou para os dois que logo abriram a porta para eles. Todoroki foi cumprimentado por um balançar de cabeça.

Quando passou pela porta preta e fosca, imediatamente correu os olhos pelo lugar. Era apenas uma sala normal de recepção. Tinha adereços incríveis, branco e madeira sintética decoravam o lugar de uma forma que deixava bem mais moderno do que a falsa ilusão da imagem externa do casarão. Era um contraste enorme, Todoroki se perguntou o porquê daquilo.

Uma linda atendente. No ponto de vista do menor. De cabelos rosados, estava sentada atrás do único balcão da sala.

- Olá. Sejam bem-vindos! - A mulher deu um sorriso, e o alargou quando olhou para Izuku.

- O que os senhores desejam? - Perguntou, sorrindo de forma gentil.

- Nos leve até a senhora Momo Yaoyorozu, Mina. - Falou Midoriya com um sorriso um tanto forçado em seu rosto.

- Sim, claro! Mas antes, seu amigo precisa assinar o termo de confidencialidade.

Todoroki olhou para Izuku. Termo de confidencialidade? Por que?

- Ele está comigo, assumirei a responsabilidade. - Disse olhando diretamente nos olhos da moça.

- Certo. - Após a confirmação, a rosada apertou um botão que estava atrás do balcão, e uma porta abriu na sala surpreendendo Todoroki por não tê-la notado no cômodo antes, parecia estar camuflada.

- Venha Shoto.

Todoroki seguiu seu professor até a porta. Os dois passaram pela mesma, percebeu que agora estava em um corredor totalmente fechado e levemente iluminado por lâmpadas vermelhas. Tudo naquela casa parecia oscilar o tempo inteiro entre o moderno, sensual e assustador.

Entretanto era apenas uma passagem para outro cômodo.

Atravessaram o pequeno corredor e deram de cara com um salão gigantesco. Havia várias mesas e todos os tipos de pessoas, estavam fazendo várias coisas, jogando, lendo, estudando, enfim. Homens e mulheres, a grande maioria estava usando um padrão de uniforme formal preto. De qualquer forma, Todoroki não teve tempo de olhar muito o local, pois mais uma mulher falou com Izuku os chamando para outro cômodo.

- Podem entrar, a senhorita Yaoyorozu vai recebe-los.

Todoroki entrou rapidamente, seu coração por algum motivo estava acelerado. Assim que entrou pode visualizar uma sala mediana, mas, diferente dos outros cômodos, e assim como o corredor, estava sendo iluminada por apenas um abajur vermelho cor sangue.

Sentem-se e fiquem à vontade. - Ao que parecia a tal Yaoyorozu surgiu pela escuridão do cômodo, falando com uma voz suave. Ela era realmente muito linda e intimidadora, seus longos cabelos negros se camuflavam sobre seu longo vestido preto, que cobria quase todo seu corpo. Todoroki sentiu um frio na barriga.

- Sente-se um momento aqui Shoto, irei conversar com Momo à sós um instante. - Mesmo que Shoto achasse isso muito suspeito, era a única coisa que poderia fazer, obedecer o esverdeado naquele estranha casa

- Certo. - Assentiu.

Após cerca de oito minutos de conversa, os dois voltaram.

- Todoroki Shoto, certo? - Perguntou a morena.

- Sim. Os olhos dela percorreram todo seu corpo, mas não tinha interesse, desejo ou sequer julgamento em seu olhar, era um olhar gentil, que passava confiança e acolhimento.

Aceitação

- Você está aqui para conhecer nossa casa, venha comigo. - Se viu espantado, mas ele já estava ali, adepto a qualquer coisa. Caminhou junto com a moça abandonando Izuku, que os deixou com um sorriso um tanto suspeito.

- Midoriya te disse sobre o que é este lugar? - Perguntou a morena com um tom de preocupação.

- Não. - Respondeu simplista, ainda não entendera o que era aquela enorme casa.

- Pôs bem, terei que explicar tudo.

Todoroki ouviu atentamente cada palavra, toda a explicação sobre BDSM, suas práticas, suas regras e que aquela casa, era um local de treinamento e venda de submissos, ilegal, suja, não era um bom lugar, mas as pessoas vinham ali em busca de seus desejos pessoais, tanto o submisso, quanto o cliente estavam ali por sua escolha.

Decisões

Shoto, estranhamente, se sentiu bem em conhecer aquele local e aprender sobre ele. Ele andou, conhecendo o lugar e observando as dezenas de pessoas que estavam ali. Realmente, uma chama de curiosidade ascendeu em seu peito.

Momo lhe deixou para visitar o resto do local sozinho, já que fora chamada para resolver algo, ela o indicou um corredor cheio de portas, a maioria desses compartimentos estavam com as luzes ligadas e com pessoas dentro. Bateu em duas portas que eram iguais salas de aula, e os aparentes professores o receberam bem, simpáticos, até demais.

Na terceira porta ninguém o atendeu, entrou devagar não notando ninguém no cômodo, estava totalmente escuro, até que uma luz branca se acendeu, revelando uma menina em pé, totalmente amarrada em cordas vermelhas, cordas que faziam perfeitos nós em seu corpo esguio, a menina de cabelos roxos escuros se surpreendeu com sua presença ali, mas se manteve muda, arfando um momento ou outro.

Todoroki queria ajuda-la, mas sabia que não podia, estava quase indo embora quando uma voz intensa ecoou por todo cômodo.

- Em pose, Jirou.

No mesmo segundo que a mulher proferiu a frase, a garota caiu de joelhos no chão, apoiando as coxas em seus pés, e com as mãos na parte alta das coxas. A cabeça abaixada e a coluna reta. Uma verdadeira submissa.

- Essa é uma de minhas submissas Todoroki. Se apresente a ele querida. - Assim que Momo disse, a menina levantou a cabeça para olhar para Shoto.

- Prazer Todoroki, me chamo Kyoka Jirou. - Disse com a voz calma, de alguém acostumada.

- Você saiu de seu quarto com suas cordas de novo querida? Quantas vezes já lhe disse para nunca sair com elas? - Seu tom de voz mudou extremamente, de gentil para intensa e irritada.

- Me perdoe, senhora. - Disse a outra abaixando a cabeça.

- Acha que devo perdoa-la Todoroki? - No mesmo instante o bicolor levou num susto por ter seu nome no meio daquela conversa. Por que aquela pergunta para ele?

- Ela me desobedeceu, não acha que merece um castigo? - Perguntou sorrindo.

- Bom, é como lhe expliquei antes, se o submisso desobedece uma ordem de seu dom, o mesmo deve castiga-lo para educa-lo - Dizia indo em direção a Jirou que estava ainda ajoelhada no chão.

- Então? - Perguntou colocando a mão na cabeça da arroxeada com delicadeza.

- Não sei, talvez. - Aquilo parecia muito intimo para ele decidir, mas pensando em tudo que lhe foi explicado. - Talvez sim. - A mulher sorriu.

- Certo. Jirou, vá para seu quarto, vou lhe dar atenção daqui a alguns minutos. Então escolha algo e se prepare.

- Sim, mistress. - Levantou, indo direto para a porta do local.

Todoroki poderia estar alucinando, mas podia jurar que viu um brilho nos olhos da menina, uma certa excitação.