Acordo com o som irritante do meu alarme.
-Hum não não! Só mais cinco minutos. -reclamo e adormeço de novo. Só mais uns minutinhos não faz mal a ninguém.
Passados 5 minutos o meu alarme toca de novo, reclamo de novo mas acendo finalmente as luzes e merda. Não foram só 5 minutos. Já passava da hora. Merda merda merda.
Me levanto da cama o mais rápido possível, boto a primeira roupa que vejo na frente e faço um coque. Vou até meu banheiro e escovo os dentes. Pego nas chaves e saio de casa. O bom que eu ia de bicicleta e conseguia evitar o trânsito de Nova York, logo chegava mais rápido. Mas nada tira o facto que estou atrasada. Pelo menos meu chefe é tranquilo. É como se fosse um segundo pai para mim. Sou sua secretária assim que sai da universidade.
Para quem não sabe fiz curso de literatura inglesa. Trabalho numa editora de livros e eu simplesmente amo! Estou realizando meu sonho de criança, apesar de ser apenas uma secretária meu chefe me dá muita liberdade para tudo.
-Oi bom dia pessoal! -digo animada ao entrar no meu piso. Mas reparo que o ambiente está um pouco estranho. Apenas meu chefe me fala bom dia.
-Bom dia Catarina! Que bom que finalmente chegou! -ele diz sorrindo.
-É...estava muito trânsito sabe como é! -digo sorrindo de volta.
-Você vem de bicicleta. -Lea diz alto, revirando os olhos. Odeio ela! Garota chata e mimada, a coitada deve pensar que ainda estamos no ensino médio.
-Há muitas bicicletas em Nova York nos dias de hoje. -minto e sorrio falso. A garota insuportável revira os olhos.
-Catarina, -meu chefe me chama. -Deve ter notado que estávamos todos numa pequena reunião. -Não mas obrigada pela informação, penso. -Não sei se lembra mas semana passada mencionei que queria que os meus filhos começassem a se ambientar aqui na empresa. -assinto. -Então, hoje aqui estão eles. -ele sorri apontando para dois homens altos que estavam perto de si, porém eu estava do outro lado da sala cheia de outras pessoas de pé na minha frente.
-Muito prazer. -digo lá do fundo sem ter mínima ideia quem eram os filhos do meu patrão.
-Bem acho que dou como terminada esta pequena reunião. Podem voltar aos seu lugares e começar o trabalho. -a sala que estava cheia de pessoas em menos de segundos voltou a ser vazia, não vazia, mas como as pessoas estão todas sentadas em suas secretarias parece haver mais espaço e menos gente, deu para entender? -Catarina, meu escritório por favor.
-Estou indo. -digo sem nem me sentar na minha secretária e indo até lá. -Estou aqui, o que precisa? Já já eu trago todos os contratos para o senhor assinar com os escritores. -digo enquanto escrevo uma nota no meu iPad, sem nem olhar para a frente.
-Obrigada Catarina, realmente não sei o que seria de mim sem você! -ele diz rindo. -Bem, eu queria que você conhecesse pessoalmente os meus filhos. -ele diz e eu finalmente levanto a cabeça para os encarar. Meus olhos encaram rapidamente aqueles olhos azuis marcantes e me dou conta que os conhecia. Abro e fecho a boca inúmeras vezes. Não. Não. Impossível. O mesmo olha para mim confuso e divertido. -Este é o meu filho mais novo, Daniel. -engulo a seco ao ele agarrar na minha mão e a beijar. Afasto minha mão rapidamente. -E este, o mais velho, Dylan. -este apenas sorri para mim, e meu Deus que sorriso.
-Muito prazer. -digo. -Mathew desculpe mas preciso realmente de ir, estou cheia de trabalho.
-Não se preocupe com isso, tenho tudo solucionado. A partir de hoje, você vai ajudar os meus filhos a se integrarem aqui na empresa. Explicar como funcionam as coisas.
-Eu acho uma oportunidade fantástica mas creio que não sou a pessoa certa para isso. -digo tentando me esquivar.
-O nosso pai fala muito bem de si, tenho a certeza que é a pessoa indicada. Além disso é o braço esquerdo do nosso pai. -o senhor incrível fala, ups Daniel. Dou um sorriso forçado.
-Daniel tem razão. Você conhece esta empresa tão bem como eu. -Mathew diz.
-Bem, quem sou eu para negar um trabalho. -digo derrotada. -Quando começamos?
-Por mim pode ser agora. -Daniel diz.
-Eu não estava à espera que hoje já começássemos, eu combinei levar a minha filha na creche. -Dylan diz. Então é ele que é pai da pequena princesa que Mathew tanto fala.
-Não se preocupa, meu filho. Vai lá. Enquanto isso Catarina pode já ajudar Daniel, certo?
-Certo. -respondo. -Com licença. -digo saindo do escritório. Porque eu tenho tanto azar na vida? Vou até a minha secretária e arrumo uns papéis, tentando me acalmar.
-Que tal um café? -o homem de olhos azuis vem até mim.
-Estou ocupada. -digo seca.
-Meu pai falou que não precisava se preocupar com esses trabalhos. Seu trabalho agora é me ajudar. -ele diz.
-Eu não tomo café. -digo.
-Você é uma garota muito certinha né? -reviro os olhos. Me levanto e vou até ao elevador. Nem sei para onde ia, só queria fugir mesmo. -Acho que começamos com o pé errado, que tal recomeçarmos? -ele entra no elevador comigo, infelizmente mais ninguém entra. Droga agora estou aqui sozinha com ele.
-Olhe aqui, Sr Incrível...-ao mesmo tempo que digo este nome o mesmo me empurra na parede com força e tapa minha boca.
-Você nunca mais vai me chamar assim, ouviu? -ele diz sério.
-Porquê? Está com medo que o papai descubra que você é um dos strippers daquele bar? -digo fazendo voz como se estivesse falando como uma criança.
-Cala a boca, virgem Maria. -ele diz revirando os olhos.
-Seu pai devia saber o cretino que você é!
-Cretino? Você não recusou meu beijo nem nada do que fizemos. -ele diz e desta vez sou eu que tampo sua boca.
-Esqueça a noite de ontem. Finge que era outra garota e não toca mais no assunto.
-Só se você prometer que não vai contar porra nenhuma para o meu pai. -rio.
-Não faço promessas a estranhos.
-Não sou um estranho, afinal toquei em todo o seu corpo ontem e você pareceu gostar. -ele diz perto do meu ouvido. Me arrepio.
-Foi um erro. -digo rápido.
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Os Dois Lados da Máscara
Teen FictionCatarina Cooper é uma jovem bonita, carismática e alegre que desde sempre lutou para alcançar os seus sonhos. Sua vida estava perfeita, tinha um grupo de amigas que a apoiavam e trabalhava no melhor lugar de sempre. Foi no aniversário da sua melhor...