1986 , na tv de tubo amarelo e imagem preta e branca, nas remotas vezes que podíamos nos sentar na sala e assistir algo,me lembro que as notícias não deixavam minha família tranquila, acidente nuclear em Chernobyl, explosão de um ônibus espacial, alvoroço na economia com a mudança da moeda, entre outras catástrofes mundiais...
Pindenguel, apelido carinhoso que pai me deu, parecia nome de um personagem de quadrinhos, era como eu me sentia, um personagem, talvez uma heroína, cabelos castanhos muito cheio e desgrenhado, cara redonda , olhos inchados e repuxado, nariz achatado, boca grande com dentes separado, queria mesmo uma máscara para esconder essa fisionomia que eu depreciava, muito baixinha e corpulenta, pelo exercício de embalar crianças nos braços, talvez, era bem musculosa,o terror pra minhas irmãs Emi e Vicka, batia nelas facilmente sempre que me irritavam, brigávamos muito, mas eram minhas melhores amigas, na verdade tinha inveja da magreza delas, me vingava na minha força...
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Vidas de Papel
Non-FictionA historia autobibliografica é contada pela personagem de um modo divertido, a autora revela seus medos e complexos, sua busca pela propria identidade, as trajėdias de uma familia grande de classe baixa e como as brincadeiras da infancia serviram pa...