Já que não consigo mudar minha realidade, voue distrair e deixar o tempo passar, quem sabe um dia ao despertar de um sonho tudo esteja diferente.Inventamos uma brincadeira nova, "casinha de papel", Quem nunca!?
Tínhamos poucos brinquedos ganhados, geralmente deformados quando as crianças ricas das casas que meu pai trabalhava não queriam mais davam pra gente, bonecas sem um olho, com a caixa de voz estragada, sem uma perna,cordas arrebentadas, não eram perfeito como o mundo que eu queria, era quebrado, deficiente e feio como aquele que eu via,
Não gostava mais daqueles brinquedos,
Casinha de papel era o termo que usava para a nova brincadeira de mundo perfeito, pois recortavamos as mulheres mais bonitas das revistas e jornais, geralmente modelos e artistas, então montavamos casinhas com móveis de papel, tudo o mais bonito possível, com piscina e tudo.
Ah!! Que perfeição
Gostava de nomes simples, mas a história era sempre arrojada, rica, linda, muitas roupas recortadas de papel etc, Emi era criativa e fazia recortes em folhas sem desenho, era pra ser uma estilista, Vicka gostava do nomes da moda Patrícia, Priscila etc, era artista plástica, tinha um talento incrível com argila, fazia enfeites para sua casinha , eu quebrava porque ela não queria fazer pra mim...
Mas enfim, eu tinha também meu universo alternativo, tudo perfeito!
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Vidas de Papel
Kurgu OlmayanA historia autobibliografica é contada pela personagem de um modo divertido, a autora revela seus medos e complexos, sua busca pela propria identidade, as trajėdias de uma familia grande de classe baixa e como as brincadeiras da infancia serviram pa...