● Capítulo 3 - Reencontro ●

76 8 3
                                    

Te amar foi idiota, obscuro e sem valorTe amar ainda me machucaPois te amar foi luz do sol, mas então caiu uma tempestade

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Te amar foi idiota, obscuro e sem valor
Te amar ainda me machuca
Pois te amar foi luz do sol, mas então caiu uma tempestade

Consequences - Camila Cabello.

《Hannah Reynolds》


Quando o maldito dia chegou, eu acordei sem vontade. Sabia que precisaria viajar e eu não poderia perder meu voo. Papai precisava de mim por perto e eu não seria egoísta a esse ponto. O dia não era ruim só pra mim, todos que amavam minha mãe sentem o mesmo que eu. Não era para me gabar, mas minha mãe era um ser humano maravilhoso.

Adisson não viajaria comigo, alguém tinha que tomar de conta da nossa loja. Mas a verdade é que ela não gostava disso. Lembro como ela não quis ver minha mãe dentro do caixão, ela preferia ter a visão do seu sorriso espontâneo e de como sabia animar a ceia de Natal. Do seu humor. Da suas brincadeiras. Por que o corpo que estava ali dentro não a representava.

- Que horas será seu voo? – minha prima perguntou encostada no batente da porta do meu quarto.

Sua expressão não era das melhores. Ninguém poderia ter um pingo de bom humor naquele dia. Para algumas pessoas poderia ser só um dia normal, mas 8 de julho era nosso pesadelo particular.

- Às 9:30h – suspirei – Você não quer ir mesmo? Talvez ficar todos juntos na casa de papai será bom – A vi negar.

- Eu prefiro ficar aqui. Se a mamãe perguntar por mim, diga que um de nós teve que cuidar dos negócios. Só invente uma desculpa, ok? – apenas assenti.

Todos sofriam do seu jeito. Eu não poderia força-la a nada. Se para ela era melhor ficar sozinha em luto a deixaria ficar. Todos nós temos nossos dias ruins e monstros para lidar todos os dias e eu sentia na pele como era isso.

A viagem de avião durou mais do que eu esperava e queria. Sentia sufocada por estar dentro daquele pedaço de aço sobrevoando o solo norte-americano. Tentei até dormir, mas o sono fugia de mim. Parecia castigo.
Quando o piloto avisou que havia chegado a Los Angeles, o alívio percorreu toda minha derme me fazendo respirar melhor. A verdade era que eu estava bem dividida, parte de mim estava claramente aliviada, porém lá no fundo eu estava completamente apavorada por está de volta a essa cidade que me trazia tantas lembranças ruins.

- Sejam bem-vindos a Los Angeles...

Foi a única coisa que eu ouvi e dei atenção, a voz do piloto passou a ser apenas a música de fundo da vista que eu tinha da janela do avião. Eu precisava o quanto antes atravessar cada parede do aeroporto, circular pela cidade e ir de encontro ao colo de papai. Ali seria o único lugar que me sentiria segura, onde meu corpo sentiria está longe de qualquer perigo.

Eu havia alugado um carro para passar dois dias, já que meu pai dispensava o uso – Mesmo que ainda tivesse o carro da mamãe guardado na garagem de casa – eu até poderia adivinhar que ele não estava bom para uso contínuo que eu precisava.

Como Esquecer Você Onde histórias criam vida. Descubra agora