The End "13.3"

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Ele se sentia apreensivo por Taehyung.

Tanto que quase esqueceu por completo sua complexa crise do que dizer para seus pais quando estivesse frente a frente com eles.

De qualquer forma, agora ele precisava se ocupar em arrumar a droga do apartamento e fazer o jantar. Logo que saiu da gravadora, tomou cuidado checando suas notas no celular para saber se não tinha esquecido nada. Precisou passar em um supermercado, algo que ele raramente se preocupava em fazer com frequência, apesar de morar sozinho e ter algumas responsabilidades. A última vez que havia cozinhado algo foi no começo do ano, mais especificamente no aniversário de Hoseok, quando ele, Yoongi e um par de outros amigos deram para o jovem advogado um almoço em comemoração aos 24 anos dele. Ficou triste com a memória, pois tudo parecia distante no tempo agora.

Jungkook gostava de cozinhar, apesar de ser preguiçoso, mas agora duvidava muito que as coisas fossem dar certo.

Estava se preparando para o pior.

Só esperava que Taehyung ficasse mesmo do seu lado na hora, caso fosse insano o suficiente para dizer... bem, ele mal sabia o que dizer, como se já tivesse pensado em tudo e em nada ao ao mesmo tempo.

O prato que escolheu fazer agradaria ao seu pai pelo menos, (era o favorito dele) mas o homem raramente notava essas coisas.

Assim que chegou em casa, Jungkook cuidou de arrumar a bagunça de Ada, trabalhando tão rápido que a própria filhote o encarava estranhando a movimentação agitada do dono, tanto em varrer a casa, como em dar um amenizada na bagunça. Ao terminar, resolveu checar o celular antes de ir para a cozinha.

Havia algumas mensagens. Nenhuma era de Taehyung, e isso o deixou preocupado.

Jungkook bufou, se jogando cansado no sofá, apesar do frio, ele podia sentir um pouquinho de suor brotar na sua testa, por causa do esforço, e agora ele só tinha três horas para fazer a comida..

Lembrou-se então distraidamente da manhã inteira nos braços do ruivo, de tudo que tinham falado e das suas confissões quase desesperadas. Queria voltar no tempo, isso comprovava o quão bom tinha sido, como se algumas correntes o libertassem. E Taehyung sabia o acolher, foder e aconselhar, um filho da puta completo, mas era difícil imaginá-lo como algo para se afastar. O "eu te amo" voltou a sua mente, palavra por palavra e cada repetição. Somada ao momento sexual. O jovem brigou consigo mesmo por estar tão mexido dessa forma, embaralhado para falar a verdade.

Como seria ser o alvo do amor de alguém como Taehyung? Isso quando nem ele acreditava no próprio potencial de amar alguém. Mas afinal de contas, que porra é amar? Se perguntou.

Ao notar que já estava irritado com os devaneios inúteis, Jungkook se levantou do sofá, batendo as mãos nas coxas e andando em passos largos para a sua minúscula cozinha, sendo acompanhado pelos pés por Ada, que parecia feliz como sempre em sua despreocupada vida canina.

Exatamente duas horas depois, no momento em que ele tirou a carne de porco do forno e estava pronto para colocá-la na travessa com legumes, sua campainha tocou. 

Não seriam seus pais ainda, sua mãe fazia questão de dizer a cada minuto onde estavam e quando deveriam chegar. Ele ainda tinha meia hora para arrumar a situação mesmo.

Pegou um pano de prato jogado em cima do balcão para secar as mãos e o contornou, para ir até a sala e atender a porta. Uma parte de si ansiava que fosse Taehyung, mas ele tinha certeza que ainda não deveria ser ele.

Ou sim. Talvez devesse desejar as coisas com mais apelo. O Kim estava do mesmo jeito que ele o viu pela manhã, com exceção da feição abatida e cansada, que ele nunca tinha demonstrado antes.

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