Morte de D.Sebastião

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4 de agosto de 1578

Portugal caiu devastado com a notícia que o abalara estrondosamente. D. Sebastião  o seu querido rei amado, desapareceu na batalha para conquistar um pedaço do norte de África.

Henrique não podia conter as suas lágrimas, ele agora parecia um poço sem fundo cheio de água a transbordar. Mas essa água não era para matar a  sua sede mas sim para o inundar em seus pensamentos vazios...  azuis . Só conseguia pensar no seu amado Rei que tinha ido lutar pela sua pátria e fé cristã.

Começou a andar pelas ruas  de uma das suas cidades importantes, o Porto. Olhar para aquela imensidão de água, que recentemente lhe dera milhares e milhares de riquezas de terras longínquas e ricas , fazia-o pensar em batalhas constantes com o seu irmão Antonio.

Henrique não queria pensar no futuro do seu país agora, não estava relaxado pelo corpo desaparecido em batalha.

Um Rei tão jovem em que o futuro podia ser luminoso para qualquer português que o olhasse. Um futuro alternativo de mais riqueza com o seu Rei que iria causar a qualquer povo vizinho inveja.

Portugal estava no seu auge do poder pelas suas incríveis descobertas em alto mar ,  passar pelo Cabo Bojador era um feito heróico naquele tempo.
Tocando na água límpida do rio ainda não poluída , ao mesmo tempo olhando para as grandes e pequenas embarcações do seu povo trabalhador. Aquela noite tranquila fazia-o poder cheirar a água com mais atenção , o cheiro  que tanto apreciava e respeitava de alma.

Os seus olhos verdes aparentavam ter uma cor mais escura , a verdade é que  os nossos olhos falam da nossa personalidade e história melhor do que qualquer um , até nós mesmos não conseguimos explicar-nos. Os olhos são a porta da nossa alma ....

O rio não estava iluminado como antes , talvez porque  as famílias foram para dentro de suas respectivas casas casas , era também  muito tarde para se andar sozinho pela cidade  era muito  perigoso .

Durante as manhãs existe sempre uma multidão imensa por aquelas ruas para poder negociar os seus produtos ,  mais concretamente  o peixe capturado nas águas daquele país incrível .

Temos que concordar que um português não é português se não amar peixe . O peixe sem dúvida eram um dos seus maiores símbolos e sempre alegrava Henrique.

Ouviu um som estranho de repente e reparou que uma pequena embarcação estava diante dos seus olhos , ouviu uma voz conhecida :
- Hola , buenas  noches Hermano - o espanhol falava  com um sorriso não muito normal  estampado no seu rosto , apontou para Henrique - Hermano? Não tens uma declaração a fazer?

Portugal olhou para o seu irmão mais atentamente com um rosto sério.

Henrique sentia-se orgulhoso com o seu incrível irmão, que por ser ibérico tinha sangue de explorador de novas terras de outros mundos. Admirava a poderosa fé do irmão mais novo, ambos os irmãos tinham mais fé que qualquer um naquele tempo , lutar  pela fé era incrível.  Ele gostava muito do seu irmão .

Isto sempre lhe lembrava das conquistas contra os mouros juntamente com o seu irmão quando eram mais jovens  e os seus treinamentos forçados para defender as suas terras .

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