Inesquecível

one-shot

Deitado na biblioteca com a cabeça apoiada na mesa sobre a carta de Eiji, Ash não estava com medo de morrer... Na verdade ele até ansiava por isso, o loiro de olhos idênticos a duas esmeraldas estava em paz por seu pequeno e frágil japonês está longe de toda decepção que era seu mundo de gangster.

Ash estava ali ainda deitado enquanto o sangue manchava o tecido de suas roupas, as pontadas de dor que antes ele estava sentindo parecia ter desaparecido no mesmo estante que suas órbitas começaram pesar.

A bibliotecária era a mesma de minutos atrás que pensava que o mesmo estava dormindo tranquilamente, mas mal sabia a mulher que o loiro apenas queria falecer em paz para que tudo de miserável na sua vida corrompida acabasse. A mesma parou assim que sentiu seus sapatos terem contato com algo pegajoso no piso do local, a mulher olhou para o chão xingando mentalmente com a possibilidade de alguém ter derramado algo e não a informou, mas assim que seus olhos focaram-se melhor, viu sangue espalhado por todo o piso de madeira. Desesperada um grito rasgou sua garganta assustando todos ali...

-Sangue!—A mulher gritou fazendo o vigilante do local vir correndo em sua direção, a mulher se encontrava gelada e pálida quando reparou de onde estava vindo todo aquele líquido avermelhado. O vigilante a olhou por um a dois segundos antes de ir até Ash, o homem aparentemente de meia idade pôs a mão no garoto ali deitado que mais parecia estar dormindo, o corpo do vigilante tremeu ao verificar a temperatura corporal do loiro, temia que Ash não tivesse pulsação e logo viu que o mesmo respirava fraquinho.

- Chama a ambulância!— Exclamou o homem para a bibliotecária que por sua vez estava paralisada, completamente em choque.

Logo às pessoas foram se aglomerando ao redor do corpo do loiro, os olhares curiosos das pessoas não deixaram Ash nem quando o socorro chegou fazendo os paramédicos isolarem toda a área para que pudesse socorrer o garoto apropriadamente.

Por outro lado, Ash não conseguia dizer uma só palavra, nenhuma onda de som passava pela sua garganta, seus músculos  não obedecia os comandos de seu corpo, suas pálpebras não se abriam mesmo com o esforço que o loiro estava fazendo... Parecia que seu corpo já não havia mais vida, mas a máquina do hospital não dizia o mesmo, pois o barulho dos batimentos de seu coração ainda davam para ser escutado, mesmo que mínimamente.

- Qual o estado dele?— Perguntou o vigilante para os paramédicos.. por mais que aquele menino que aparentava ser frágil não fosse nada do homem de meia idade, Ash lembrava muito seu filho o que levou o vigilante acompanhar Ash até o hospital sem hesitar nem por um segundo.

- Não sabemos ainda senhor, a única coisa que eu posso dizer é que sua pulsação está fraca.— O homem olhou para o loiro deitado ali quase sem vida e não pode deixar de suplicar pela mesma... Mas assim que chegaram ao hospital, o vigilante teve suas orações atendidas assim que recebeu a notícia que Ash ficaria bem, que seu estado mesmo que delicado os médicos iriam fazer de tudo para que Ash sobrevivesse.

Deu uma, duas, mais de quatro horas e Ash ainda estava na sala de operação, por mais que o médico disse que seu estado era estável, o homem de meia idade estava duvidoso já que uma simples cirugia estava demorando mais do que o normal.

- Oi, eu queria saber se o garoto esfaqueado já saiu da cirúrgica?— Ele foi até a recepção e a enfermeira olhoj em seu computador.

- Hum!! Ele está no quarto 305A.— O homem deu graças a Deus.— O senhor quer vê-lo?

- Meu nome é John.— As enfermeiras sorriram assentindo.— Acho melhor ele descansar.

John saiu daquele hospital feliz pelo garoto que ele nem sabia o nome mas já havia visto o loiro algumas vezes na biblioteca.