A outra Swan

Moourmont

Eu estava parada na entrada da reserva, a grande entrada que levava a tribo de Jacob. Eu não sabia por onde começar a procurar então eu decidi vir atrás do garoto que estava com Jacob em La Puch. Eu precisava encontrar Ororo, no entanto, eu não conseguia entrar de fato nas terras quileute, precisava de um convite.

-Swan! – Jacob me gritou do outro lado da reserva, ele era um Black, provavelmente a família mais antiga da tribo e seu pai me parecia alguém importante então... Talvez as terras estivessem no sobrenome dos Black. Sorri para o garoto e esperei enquanto ele corria em minha direção – O que é que você veio fazer aqui? – Ele me deu um longo abraço apertado

-Senti saudades – Pisquei para o garoto, o fazendo rir – Vim procurar uma conhecida... Ororo.

-Ororo? – Ele perguntou levemente assustado – Você a conhece?

-Nos conhecemos em Nova Orleans... E em La Puch eu esbarrei com o sobrinho dela e descobri que ela estava por aqui

Jacob me olhou levemente desconfiado – Tudo bem, entra... Eu te levo até ela.

Era uma mania boba, mas sempre que eu era convidada para uma casa, eu conseguia visualizar uma barreira imaginaria sendo quebrada entre mim e a entrada do lugar, eu só esperava que a família de Jacob fosse realmente dona das terras. Passei um pé e logo depois o outro pela entrada da reserva, sorri confiante para Jacob.

O clã Monroe é um antigo clã de bruxas africanas trazidas para Nova Orleans a séculos, pude conhecer alguns de seus ancestrais enquanto ainda era mortal. Quando me transformei, em troca de poder e proteção, acabei fazendo uma aliança com os Monroe, eu os protegeria e não os usaria como banco de sangue enquanto eles me ajudariam em poções e feitiços quando eu precisasse. Aqui em Forks, esse acordo não parece muito vantajoso, mas eu fiz um uso constante dele enquanto moradora de nova Orleans.

Em La Puch, descobri que o bruxo Tom, era Thomas Monroe, irmão mais novo de Ororo Monroe. Ororo é uma bruxa com magia dos ancestrais nas veias, ela é a mais poderosa e antiga de seu clã. Foi com ela que estabeleci meu acordo a alguns séculos, é difícil de acreditar que um mortal consiga viver tantos anos e permanecer em sua forma jovem, mas isso é facilmente explicado pela magia ancestral que corre em suas veias. Eu precisava ter certeza que nada havia sido alterado em nosso acordo original devido a morte de Tom, para que assim evitasse surpresas.

Jacob me deixou em frente a casa de Ororo e antes que eu pudesse bater na porta, ela foi aberta revelando uma mulher negra africana com olhos brancos, cabelos longos e sedosos também brancos e 1,80 de altura. Ela continuava a mesma, aparentando no máximo 30 anos e sempre com as mesmas roupas de cigana. Apesar de ser cega, ela sabia que era eu ali mesmo sem eu ter falado uma palavra, ela sentia a minha energia.

-Estava esperando por você – Ela falou sorrindo e me dando as costas

- O garoto...

-Robert? – Ela riu. – Você debocha do meu conhecimento Swan.

-Será que você poderia...

-Ah... – Ela riu – Pode entrar querida.

Atravessei a porta de braços cruzados. –Descruze os braços Joan, falta de educação – Ela deu um leve tapa em meu braço. Apesar de cega, ela algumas vezes enxerga muito bem e isso me surpreendia e assustava ao mesmo tempo – Aprendi a fazer um chá novo, verbena... Aceita? – Ela perguntava rindo enquanto segurava uma xícara de chá

-Agradeço, mas recuso – Revirei os olhos para a mulher , me sentando de frente para a mesma

-Você matou meu irmão – Ela comentou calmamente, colocando a xicara em cima da mesa

-Thomas estava lhe roubando sabia? – Comentei no mesmo tom de calmaria

-Sim, onde estão meus livros a proposito?

-Os livros estão comigo, me pertencem muito mais do que a você se lembra? – Dei um sorriso de canto para a mulher

-Tinhamos um acordo.

-Temos um acordo.

-Você matou um Monroe.

-Querida... – Sorri para ela me divertindo com a situação – Basta eu matar a única pessoa que ainda tem o sangue Moourmont nas veias que todo o seu poder vai embora, você gostaria mesmo disso?

-E o que acontece se eu lhe matar primeiro?

-Você vai sofrer eternamente, com a minha alma lhe rondando a cabeça – Levantei-me da cadeira para poder sussurrar em seu ouvido.

-A criança devia ter morrido – Ororo pronunciou com uma voz diferente, mais grave e diabólica. Por utilizar a magia dos ancestrais, muitas vezes os ancestrais se utilizam de seu corpo para passar algum tipo de recado, havia um tempo em que ela controlava eles, não sei como anda o seu controle ultimamente

- Rita... – Chutei qualquer um dos ancestrais

-Steve! – Ela falou furiosa

-Steve... – Sorri debochada – Eu estou morta querido

-A criança deveria permanecer morta!

-Escuta aqui seu velho idiota! – Virei a cadeira de Ororo, olhando fixamente em seus olhos brancos – Eu morri naquele ritual idiota, por amor a um clã que só queria usufruir mais e mais poder, o simples fato de eu ter voltado dos mortos, não com um espirito ancestral ou de volta a vida que vocês me prometeram mas como o monstro que todos abominavam, foi o motivo do fim do clã Moourmont!

-A criança era pecaminosa! – Sorri com o que o espirito disse

-E não somos todos?

-Deu o nossos poder a uma... – Ororo balançou a cabeça se levantando rapidamente – Já chega!

-Devia ter lhe matado lentamente Steve... – Comentei balançando a cabeça

-Não poderia concordar mais – Ororo me serviu Bourbon – E sobre Tom... Se você não o matasse, eu mataria – Ela tomou um longo gole do uísque – Traição.

Sorri com a palavra.

- Preciso de um pequeno favor Monroe... – Falei olhando o pai de Jacob pela janela – Lobos usam cadeiras de roda? – Apertei firmemente cordão que pendurava em meu pescoço, era uma pequena pedra negra, um talismã que me possibilitava roubar poderes de uma bruxa de mesmo clã e então toquei na testa de Ororo.

Olhando pela janela forcei telepaticamente a transformação de Billy Black em lobo, felizmente o que encontrei não fora um lobo mas sim um cachorrinho gigante. Rapidamente soltei Ororo, limpando o sangue que escorria em seu nariz.

-Fica tranquila Swan, os lobos ficaram em Nova Orleans.