Capítulo 1

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Oi, amores!

Estou de volta com m livro novo que irei postar durante essa semana já que ele está completo.

Espero que gostem!

Beijos


Aqui estou eu: parada em frente a porta do meu chefe, segurando as lágrimas e a derrota que a minha vida se tornará rapidamente. Droga! Bem que o meu sexto sentido gritava para eu não me levantar esta manhã, porque daria merda, e foi isso que deu assim que eu pisei o pé pra fora da cama. Acordei atrasada, derramei café na minha blusa novinha da liquidação, já que a grana tá curta e não dá pra ficar gastando por ai com blusinhas maravilhosas que eu vejo as blogueiras usando no instagram; quase perdi o ônibus para vir trabalhar, meu cartão não passava na catraca da empresa e agora eu estou mais do que ferrada com o meu querido chefe, que quer cancelar a minha coluna na revista dele. Custa ter um pouco de sensibilidade comigo, que já estava tendo um dia de merda?

Depois da reunião catastrófica, e eu digo isso com toda a veemência do mundo, eu estava destruída, porque esse é o meu único ganha pão na vida e é o que eu sei fazer de melhor, ou melhor, a única coisa que eu sei fazer. Já tive vários empregos antes da faculdade de jornalismo e até depois dela, já que eu precisava ganhar dinheiro para as contas que não paravam de chegar.

Eu já tentei ser babá de bebês e até dos cachorros das madames, mas o que eu ganhei foi um "você não sabe cuidar de bebês, está demitida" ou então "você deixou o meu bebê solto por ai e está cheio de carrapatos, está demitida". Eu não tenho culpa que cuido dos bebês de um jeito peculiar para as pessoas. Adoro crianças, mas cuidar delas precisa ter algum dom. Já os cachorrinhos, tadinhos, eram enfeites das madames para aparecem em revistas de celebridades em alguma ilha que as próprias revistas pagavam para fingirem que foram por conta própria. Pois é, no mundo jornalístico você descobre várias coisas.

Já tentei ser caixa de supermercado, mas eu me enrolei com os trocos, porque é muita pressão ali. A moça olhando pra mim, eu nervosa, mãos soando e eu dei o troco errado algumas vezes. Era nova, dá um desconto, vai. Depois eu virei secretária em um consultório de dentista, mas eu desmaiei uma vez que vi a ele aplicando anestesia em um paciente e fiquei com medo. Poxa, dentistas dão medo, né? Só aceitei mesmo porque até o dinheiro era bom, mas a cara do paciente foi o melhor, coitado. Achou que eu tinha morrido. O meu outro emprego foi de assistente de confeiteira. Eu sabia fazer uns bolos e tal, de caixinha, mas eram bolos. Só fui mandada embora mesmo, porque confundi o sal com o açúcar refinado. Não tinha nome nos potes. Como podem fazer isso? Qualquer pessoa pode errar, não é? E eu quase, mas foi quase mesmo, coloquei fogo tentando fazer um creme sei lá das quantas, que é gostoso, mas é difícil de fazer. Meu último emprego antes de vir pra cá foi de garçonete em uma casa de shows que mais parecia uma boate, mas enfim, foi o emprego que eu mais fiquei e não quebrei muitos copos nos seis meses que eu trabalhei lá. Só que, diferente das outras vezes, eu que pedi demissão. O safado do dono da casa de show disse que era para eu ficar até tarde porque ele estaria fazendo uma reunião, só que era só comigo a reunião que ele queria fazer, aquele safado idiota. Como eu estava precisando muito mesmo do emprego, nem discuti, mas quando ele começou com gracinha pra cima de mim, com aquelas mãos nojentas e aquela língua de cigarro, porque ele só sabia fumar, eu meti a mão na cara dele, dei um soco em seu nariz e chutei as bolas dele com toda a raiva. Falei que não iria trabalhar ali e nem peguei o acerto, porque eu não queria voltar para aquele lugar e muito menos me encontrar com aquele verme.

Como eu vim parar aqui? Uma grande amiga, desde a época da escola, trabalha no andar de baixo e soube que estavam contratando jornalistas para uma pequena coluna semanal. Corri pra cá e mandei meu currículo por e-mail e pessoalmente. Fiz todas as entrevistas e acabei conseguindo o emprego porque fui muito bem a todos os testes que fizeram, porém, hoje eu vejo que eu consegui o emprego mesmo porque ninguém iria conseguir trabalhar com o meu chefe, que era legal quando não estava estressado e também porque a coluna nem era grande coisa assim. Escondida na revista, quase ninguém lia e poucos patrocinadores. Eu estava ferrada, porque iriam me tirar da coluna semanal das revistas impressas e do site, não sabiam o que fazer comigo e iriam colocar outra pessoa para assumir a coluna que é minha, que eu batalho para pesquisar, escrever e revisar. Sei que há muita gente boa por ai, mas eu tinha que acreditar que eu também era boa o suficiente para manter uma coluna sobre comportamento e relacionamentos, mesmo que eu não saiba me comportar direito e nem tenha vivido grandes relacionamentos na vida.

Outra vez vocêWhere stories live. Discover now