estava correndo contra o tempo pra chegar no ginásio antes do sinal bater, sabia que seria humilhado e sofreria bullying pelo time de futebol caso chegasse no horário ou após, o vestiário então era o meu pior pesadelo.
- Dani, temos que conversar sobre notas.
meu professor de matemática tentou me fazer parar de correr, mas ignorei e continuei em uma competição contra o relógio.
Chegando no ginásio vi uma silhueta no vidro embaçado que dava para o corredor, o meu coração começou a parar pois não sabia quem estaria lá, seria um outro oprimido pelo sistema absurdo que se passa o ensino médio? seria mais um Jock, que descobriu que eu chego antes para a educação física e estava esperado me bater?
Entrei no vestiário silenciosamente, pretendendo não anunciar presença e fiquei com medo de que o tal alguém fosse me agredir.
- fiquei te esperando por muito mais tempo hoje...
"Ufa" soltei, não era um outro oprimido, porém um Jugador de futebol, o atacante para ser mais detalhista. na hora fiquei mais calmo.
- Cadu, porra... que susto... - dei uma risada leve -
- por que susto? - Cadu olhou para mim de cima, já que era um pouco mais alto que eu - Você estava duvidado que era eu? achou que eu iria perder a oportunidade de te ver trocando de roupa? - ele riu - me espera depois do treino? Vamos sair e acabar tudo lá em casa. - ele então saiu correndo, para que ninguém nos visse juntos.
Você deve estar confuso, caro leitor, deixe-me explicar: Eu e Cadu nós conhecemos desde pequenos, mas nunca fomos de explanar isso à escola, não por escolha dele, que aliás sempre se incomoda quando me zoam e sempre procura me defender, só que sem deixar muito óbvio que se importa comigo... eu sou o que não deixa ele contar a todos que somos próximos, eu acho que prefiro ficar do jeito que estou, sem muita atenção na escola... alguns veem isso, e com alguns eu digo o eu terapeuta, como algo problemático, já eu, como uma salvação. Mas voltando ao assunto: eu e Cadu nos conhecemos desde pequenos, nossas famílias são amigas e nós crescemos juntos. Sempre passando fins de semanas um com o outro, indo ao cinema e a partir de uma certa idade... transando. Sim, era isso que ele quis dizer com o "Acabamos lá em casa", e a parte do me ver trocando de roupa no vestiário não era brincadeira de brother, era real oficial... mas não temos sentimento envolvido, é puro alívio de tesão, e nós curtimos já que eu gosto de sexo violento, e ele, forte do jeito que é, enforca, bate, cospe e mete muito bem e de modo rude.
Ouvi os garotos do clube de esportes chegando no vestiário, a opção mais plausível seria sair disparado e começar os exercícios para que pudesse ser liberado o quanto antes possível, a opção mas prazerosa seria ficar escondido vendo suas malas em suas cuecas apertadas, e o zagueiro André fazendo o pirocopitero como sempre... mas dessa vez preferi sair do vestiário.
- Alvarez - o professor de educação física chamou minha atenção - chegou cedo, ótimo, te conheço sei que não curte muito interação social, está tudo bem... - ele continuou - faça algumas flexões e está liberado.
Eu curto o Mário, ele é um ótimo professor e é bem ético no quesito "entender que os alunos são diferentes", diferente da maioria dos professores no caso.
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A aula acabou e fui andando para o estacionamento, onde iria encontrar Cadu no carro dele, como não gosto de ser visto com ele já temos um esquema. ele abre a porta minutos antes d'eu chegar e eu pulo para dentro do carro já fechando a porta. foi bem isso que eu fiz então.
- Olá - ele me beijou. - quer ir pra onde? cinema? boliche? parque? minha casa direto? - ele me olhou com cara de safado e já pegando no volume que estava já chamativo.
- Acho que para o parque... - no momento mais cedo que ele estava morrendo de tesao, mas a questão é que eu não estava, e queria ficar em algum lugar aberto por um tempo onde, embora eu quisesse, ele não iria ter coragem de me tocar explicitamente. Mas tenho que admitir que fiquei triste vendo o rostinho dele, e o penis, brochar conforme eu dizia não à sua casa direto.
durante a viagem até o parque ele me contou sobre o seu dia, e como varias garotas do segundo ano pararam ele no corredor e pediram para ele levantar a blusa. Felizmente eu não me incomodo, já que não sinto atração emocional, apenas física. mas eu acho que ele pensa que eu ficou com ciúmes quando ele diz essas coisas...
Chegamos no parque e ele me surpreendeu com um espumante, eu sempre fui fã de bebidas europeias, e mesmo ambos sendo menor de idade conhecemos um lugar no parque onde ninguém nos vê, e embora estivesse tentando não ir para lá, acabei chutando o balde e fui. Nos sentamos na clareira entre as árvores e começamos a conversar sobre como a escola está ficando mais e mais complicada e tóxica. Acho interessante o jeito que Cadu consegue balancear do jeito certo entre ser um Jock e alguém inteligente, isso que me faz gostar de passar tempo, e foder, com ele.
- tem algo na árvore atrás de mim? - ele se recusava a olhar pra trás - diz aí, tem alguma coisa?
Eu, sendo o míope que sou, me aproximei de seu rosto para ver se tinha alguém atrás dele. Mas era uma emboscada, como sempre. Ele então me beijou, e o seu hálito de espumante invadiu o meu paladar. nos beijamos de maneira romântica, e isso me preocupou, logo parti para a sacanagem nada romântica que é a nossa vida, para evitar a formação de um sentimento. Peguei em seu volume e comecei a o masturbar no meio da clareira, de maneira sigila, para caso algum esportista avoado passasse pelo local. Nós deitamos ali mesmo no asfalto, e começamos a esquentar as coisas...
- Vamos pra casa? - ele levantou, e bateu nos joelhos para tirar os pedaços de pedra do chão.
Entramos no carro, e não fizemos nada até chegarmos na casa dele, há alguns meses nós estaríamos tocando punheta um para o outro, mas após um acidente incluindo tal ato e uma garota de bicicleta sendo atropelada concordamos que não iríamos mais praticar atos sexuais dentro do carro em movimento.
- Chegamos - ele destravou a porta.
~ Turu Turu. Turu Turu.
O meu celular começou a tocar.
- Quem é? - perguntou
- minha mãe? - achei engraçado pois a minha mãe apenas me mandava mensagens. atendi o celular - oi mãe, fala... o que? como assim? mas tá tudo bem? não? okay, eu vou correndo pra lá!
- tá tudo bem? - ele abaixou e botou a mão no meu ombro, eu já estava com uma cara de choro quando informei que o meu avô tinha desmaiado na banheira, e estava no hospital.
- Seu lukas? nossa, tudo bem... entra no carro eu te levo no hospital. - ele então abriu o carro logo após de ter fechado, e eu entrei.
No caminho para o hospital tocava "Wildest Dreams" da taylor swift, ~algo engraçado porquê nem nos meus sonhos mais loucos eu iria passar pela situação do meu avô empacar uma foda, pensei. Mas isso não me fez rir, estava muito preocupado e algumas lágrimas escorriam pois ele já estava muito velho e qualquer errinho na saúde dele já era... Cadu botou a mão direita no meu ombro, e logo após freou o carro pois quase atropelou outro ciclista. demos uma risada curta.
- estava precisando de algo do tipo haha - riu.
- sim, descontraiu o clima - respondi.—————— CONTINUA ——————
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Love's NOT in the air
Ficção GeralDaniel e Cadu se conhecem desde pequenos, cresceram juntos basicamente, mas a escola não faz ideia disso, já que daniel não permite que Cadu interaja com ele em público, sendo Cadu o atleta popular, e Daniel o excluído da escola.