Primus

37 13 13
                                    

TREME

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

TREME. TREME. TREME.
NERVOSO. NERVOSO.

Balman está nervoso. Tem uma criança acolhida nos braços, correndo pelo bunker subterrâneo. Nakin, sua inteligência artificial, alerta a  aproximação de invasores. Os cômodos são pequenos, e Balman parece procurar algo neles.

É magro. Um aspecto fragilizado para um rapaz de 58 anos. A sua bata é frouxa, já por dizer que era acima do tamanho ideal para o seu corpo. Usa seus óculos fundos de garrafa, combinados com seu cabelo sujo e desidratado. Parecia não tomar banho à dias e, muito menos, se alimentar. Seus olhos são verdes, cor de esmeralda. A barba está em desnível com seu rosto marcado de acnes e sinais de envelhecimento.

Estava focado naquele projeto.

Queria que desse certo. Mais do que tudo na sua vida.

Passou 4 anos da vida da pequenina Anny, expondo-a à radiação. Horas e horas trancada em uma câmara, na esperança de se tornar uma mutante.

E isso aconteceu. Tudo por um Nobel. Tudo por um prêmio. Tudo para perder o tudo que tinha. Isso pesa em sua cabeça.

Passa pela cozinha. Revestida e padronizada com as paredes blindadas de chumbo e revestidas por camadas de aço, assim como todos os cômodos. A luz está fraca e está piscando. Procura algo nos armários, deixando a criança sobre um balcão de ferro, junto com algumas tralhas que, não sabe por quanto tempo estão por ali.

A criança está sedada. Está sob efeito do Ansiolítico, injetado na subcutânea.

É uma menina. Ela se chama Anny. Cabelos curtos. Escuros. São lisos, puxados do pai. Os olhos levemente puxados, características da mãe, uma asiática. São rubros, cor de sangue. Pesa aproximado de 22kg. É magra, esguia.

O governo quer Anny. O governo quer a cabeça do homem que a carrega.

É a única filha de Balman. A primeira e única que, terá de largar pelas suas fraquezas.

Já sabia que estava sendo procurado por todo o Distrito 9 - atual Nova Iorque -. É teimoso, e acabou persistindo em manter-se foragido. Sua esposa ainda é um mistério. Ela também sabia, talvez, seja por isso que tenha sumido assim: tão de repente.

Caça algo nos armários, mas acaba frustrado. As coisas dos armários acabam no chão e na pia. Está triste. Está chateado. Tem que recorrer à última opção.

- Senhor, os invasores ultrapassaram a fronteira de segurança. - a voz robotizada de Akin, soa por todo o bunker. Caixas de som de tecnologia de ponta, capazes de reproduzir até dos minuciosos sons.

- Aguente mais um pouco, por favor!

Balman continua desesperado, correndo pelo bunker. Vai de encontro à uma porta. É de ferro com camadas de titânio. Interliga à um elevador, cavado à 400 pés em relação ao bunker subterrâneo. Tem ramificações horizontais e verticais. 12 linhas que manifestam uma cor Neon azul clara. A porta se abre em duas, sumindo nas paredes do abrigo nuclear. Todos os cômodos possuem acesso via digitais de Balman que, universalmente, padronizou seu polegar direito. A leitura é rápida, e demora uma fração de milésimos.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Nov 30, 2023 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

ANNY: Por quantos bytes baixamos a verdade?Onde histórias criam vida. Descubra agora