Natural and Daring

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Nossa caminhada tem durado alguns minutos a fim, o céu escuro faz morada para milhares de estrelas que iluminam a noite em conjunto com os postes de luz, o cantar das cigarras corta o silêncio assim como nossas conversas animadas, com Jimin contando sobre algumas histórias que aconteceram durante seu pouco tempo na floricultura e como um senhorzinho de 69 anos se afeiçoou a ele tão rápido.

- Mas apesar de tudo ele é um amor. Sempre me elogia e diz o quanto eu sou lindo, não deixa de beijar minha mão e dizer o quanto eu pareço um príncipe. Ele me encanta demais. - não evito sorrir ao ouvir sobre o senhor, concordando mentalmente com as palavras e me sentindo feliz por alguém fazer tal coisa por Jimin, ele merece isso vindo de todos.

- Ele parece realmente uma graça mas agora eu me sinto estupidamente preocupado.

- Por quê? - ele vira a cabeça em minha direção e me olha com as pupilas brilhando em curiosidade, um sorriso surge em meus lábios antes de respondê-lo.

- Eu estou totalmente em desvantagem aqui. Ele é um conquistador nato e eu sou eu. - ele sorri completamente envergonhado e volta a deitar a cabeça em meu ombro, segurando meu braço com sua mão livre.

- Você pode tentar ainda. Meu coração é um pouco difícil então eu ainda não fui completamente conquistado. - sua fala não deixa de me aliviar e eu entro em pânico ao saber que ele provavelmente sente alguma coisa por mim, sua espera me ansiando ao perceber que tenho que fazer o meu melhor para impressioná-lo e isso me aflige de um modo intenso.

- Eu acho que já sai perdendo então.

- Ah, é? Por que motivo?

- Enquanto ele te chama de príncipe e beija sua mão, eu te trago pra encher a cara quando você está exausto. - apesar do tom de brincadeira, a minha preocupação não deixa de ser verdadeira e eu me culpo um pouco por ter cedido, mesmo após ver sua expressão de cansaço tão evidente.

- Mas isso é excelente. Nada melhor do que me trazer pra tomar umas. - ele diz animado e eu não deixo de rir, me ocupando em olhar para os lados com atenção antes de atravessar a rua. - Eu pelo menos vejo isso como uma enorme vantagem pra você, querido.

- Se você está dizendo então tudo bem. Mas não venha reclamar comigo depois dizendo que preferiria flores e beijinhos na mão. - eu digo divertido e ele ri baixo, revirando os olhos pela minha fala e deixando um pequeno beliscão em meu braço.

- Eu não vou ficar reclamando sobre isso, mesmo que eu não negue gostar de um pouco de flores e beijinhos. - seu tom baixinho e envergonhado me faz sorrir um pouco, suspirando ao ver a fachada do barzinho no outro lado da rua.

- Eu acho que posso providenciar algo do tipo mas só pra você.

Ele me sorri bonito antes de finalmente adentrarmos o ambiente, meus olhos varrendo o local à procura de uma mesa livre e encontrando uma mais ao fundo, próxima de uma grande vidraça fume. Nos dirigimos até lá e eu me apronto em puxar a cadeira para que Jimin possa se sentar, o acompanhando em seguida e estendendo a mão para um garçom, sinalizando com os dedos que trouxesse dois cardápios. Logo estamos escolhendo o que pedir, depois de uma olhada rápida deixo meu cardápio de lado e foco meus olhos em Jimin, observando a modo como ele franze o cenho superficialmente e pressiona os lábios cheios, apoiando a cabeça em uma das mãos e passando os olhos com atenção sobre o conteúdo.

Não leva muito tempo até que ele levante seu olhar para mim e sorria envergonhado, a expressão se retorcendo um pouco confusa e um fraco rubor aparecendo em suas bochechas lisas. Eu me sinto um pouco desconfortável por ser pego no flagra e me ajeito na cadeira, pigarreando forçado e desviando os olhos para o resto do bar, tentando dissipar o ar tenso que surgiu de repente.

The flowers count something | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora