[🪅] amor é assim

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capítulo 2
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— Jimin, eu não quero mais saber de depressão, de coisas pra baixo. — Taehyung diz, cansado das lamúrias do amigo. — O que você precisa é de uma boa dose de cachaça ou vergonha na cara, os dois funcionam muito bem.

No refeitório da universidade, Jimin se lamentava pela quase recaída, enchendo a boca com arroz enquanto se preparava psicologicamente para um seminário. Mas sua cabeça não conseguia focar em nada que não fossem lembranças de Jungkook naquela noite e de suas mãos firmes em seu corpo. E já fazia quase uma semana desde o ocorrido.

Jimin se sentia um fraco.

— Tae, toca aqui. — Guiou a mão do amigo para sua nuca, esfregando os dedos pelo couro cabeludo com certa força. — Tá sentindo alguma coisa?

— Nada além de caspas. Vou te recomendar um shampoo ótimo pra acabar com isso, amigo. — Taehyung diz, fazendo Jimin rolar os olhos. — O que exatamente eu deveria estar sentindo, Minie? Algo como uma cicatriz de queda quando você era criança ou um grande calombo? Um buraco, talvez? Eu sempre soube que tinha algo esquisito com você. Explicaria muita coisa.

— Não, seu idiota, não tenho cicatriz nenhuma. Procura por um botão.

— Um botão? Na sua cabeça?! — Taehyung imediatamente afasta a mão do couro cabeludo de Jimin, numa mistura de nojo e medo. — Jimin, tô começando a ficar assustado.

— É isso mesmo. Um botão. — Jimin reafirma. — Porque Jungkook deu uma puxada aqui e eu me senti um computador Microsoft reiniciando. Ele me desconfigurou completamente em meio segundo, Taehyung. Me recuso a acreditar que eu deixei ele me tocar daquele jeito sem ter nenhum tipo de amarração ou chip implantado no meu cérebro me forçando a isso. Tem algum botão aqui, eu sei disso!

Taehyung estala a língua em um muxoxo, pegando um pedaço de carne em seu prato e guiando até a boca de Jimin, que não hesita em dar uma mordida.

— Olha, eu entendo. Jungkook é um canalha que muito provavelmente tem desvio de caráter, mas eu sei como vocês eram quando estavam juntos e como ele te tratava, então é meio compreensivo você ainda se sentir afetado desse jeito. Aquilo ali era um namoro, só ele não queria ver. Jungkook mexe com você, você queira ou não. Não precisa inventar toda uma teoria da conspiração para justificar você ser rendido por aquele ordinário. Amor é assim... É como uma pinhata, sabe? O resultado gostoso, mas tem que apanhar muito pra comer o doce.

— Estranha analogia, mas até que faz um pouco de sentido. — Jimin suspira, perdendo o apetite e afastando a bandeja. — É só que... É tão cansativo que já tenha se passado meses desde que terminamos e ainda assim eu continuo tão atraído por ele, e tendo essa mesma conversa o tempo todo; sem conseguir tirar ele da minha cabeça, tendo os mesmos sentimentos e sabendo que ele não merece nenhum deles. Eu sei que ele não quer nada sério comigo, então por que não consigo simplesmente superar e achar alguém que queira?

— Talvez você precise de mais tempo. Ou de uma boa surra de pica.

— Não vai rolar, Taehyung. Desista.

— Só estou dizendo! — Ele ergue as mãos no ar, em rendição, fazendo Jimin sorrir. — Sabe que sou seu amigo e estou disposto a fazer o que for preciso para que você fique bem e satisfeito de todas as formas possíveis. Dividimos um apartamento, dormimos em quartos próximos, é só cruzar o corredor e eu te mostro o que há de bom na vida. Eu posso te fazer esquecer o Jungkook em quarenta e cinco minutos sem perder a amizade. Se você se apaixonar por mim, eu te assumo, prometo.

Jimin gargalha, não o levando a sério. Taehyung também sorri, enchendo a boca de Jimin com arroz e assistindo-o falar com a boca cheia enquanto mastigava com as bochechas estufadas. — Obrigada pela oferta, amigo, mas por enquanto, continuo a recusar. Se nada der certo na minha vida, eu aceito a sua surra de pica.

Me queira, e queira ficar • pjm+jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora