Me queira, e queira ficar • pjm+jjk

[🖍] giz de cera

capítulo 3
🦖

Para Jimin, ser babá de Heejin era mais fácil do que você pode imaginar. A menina era uma graça de criança, e fez os dois primeiros dias serem tão tranquilos que Jimin não teve o que reclamar.

A rotina era fácil: chegava logo depois do almoço, ajudava no dever de casa e, pelo final da tarde, procurava alguma receita fácil para cozinharem juntos e brincarem até Senhora Jeon voltar do trabalho, minutos antes de Jungkook retornar da faculdade, assim, um encontro indesejado era evitado e todos saiam felizes e satisfeitos.

No primeiro dia, fizeram biscoitos de chocolate. Comeram enquanto desenhavam e pintavam com giz de cera, compartilhando teorias sobre o mundo e trocando perguntas curiosas sobre algum animalzinho da natureza. Jimin sentia falta daquela pequena mente preciosa.

No segundo dia, depois de ajudá-la no dever de matemática, Jimin e Heejin assaram bolinhos de morango e até arriscaram fazer um glacê como cobertura que, apesar de não ter ficado muito firme, ficou bem docinho.

No terceiro dia e último dia, Heejin quis uma limonada cor-de-rosa. Jimin riu, porque puxa, de onde essa menina tirou a ideia de fazer uma limonada cor-de-rosa?! Mas arriscou, pensando em ser uma experiência nova, usando um pouco de corante alimentício para dar a cor na bebida. Comeram a sobra de bolinhos do dia anterior enquanto desenhavam na mesinha de centro, com hidrocores coloridos e cola-glitter.

Como esperado, Jimin não havia tido contato algum com Jungkook até então. Ia embora logo quando a Senhora Jeon voltava do trabalho e saia antes que Jungkook voltasse da faculdade. Era bom que não se encontrassem. Jimin não queria vê-lo.

— Minie? — Heejin chama, com seu pijama da Hello Kitty, tendo os cabelos penteados pela mão leve de Jimin, que solta um murmúrio para que ela prosseguisse, ouvindo o barulho forte da chuva lá fora. — Eu senti sua falta.

— É mesmo?

— Aham. — Ela confirma, dando uma mordida no bolinho. — Brincar de chá de princesas não tem graça sem um príncipe, e você é o único príncipe bonito que eu conheço.

— Melvin não vai ficar nada contente em saber disso.

— Melvin é um sapo de pelúcia, ele vai superar. — O comentário faz Jimin soltar uma risada, prendendo metade dos cabelos lisos com uma xuxinha e penteando a outra metade com a escova. — Mamãe fala de você o tempo todo.

Jimin sorri, sentindo um quentinho no peito. Dona Yori sempre foi tão boa consigo...

— O que ela diz?

— Ah, ela dá broncas no meu irmão. Diz que ele tirou a sorte grande te encontrando e que é muito burro por ter te deixado ir embora. — Heejin tagarela, e Jimin pondera se deve ser um fofoqueiro e perguntar por mais ou impedi-la de continuar contando, mas a garotinha apenas continua disparando informações. — Mamãe sempre quis que ele namorasse e trouxesse um menino ou uma menina aqui pra casa, mas ele nunca trouxe ninguém antes de você. Ela diz que Jungkook é um bunda-mole, porque com você ele tinha os dois ao mesmo tempo e é a melhor pessoa que ele poderia arranjar sendo um okatu ou algo assim. O que é um okatu, Min-min?

Jimin não pode conter um sorriso grande enquanto terminava de amarrar os cabelos de Heejin e explicá-la o que é um otaku e seus perigos na sociedade. Heejin em seguida pediu para assistir As Meninas Super-Poderosas no seu notebook, e não vendo problemas, Jimin deixou o aparelho em suas mãos enquanto ia juntando os brinquedos e limpando a bagunça que fizeram, antes que Yori chegasse.

Jimin suspirava, percebendo que era a última vez que pisava naquela casa (e pela última vez, se é que conseguem entender). Lembrou-se da primeira vez que esteve ali, entrando de fininho na calada da noite sendo guiado por Jungkook, com as mãos entrelaçadas, fazendo silêncio para não acordar ninguém. Lembrou dos beijos que trocaram em seu quarto naquela noite, ah, os beijos de Jungkook...