Capítulo V - Nuvens no Horizonte

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Umar partia em uma carroça que era puxada por um pequeno asno, embora os camelos fossem mais caros, jumentos e mulas são os melhores animais de carga do oriente, e eram usados com frequência pelo Império Caspiano, além disso, os muares sempre foram famosos por serem animais temerosos que não temiam cavernas ou grutas, diferente dos cavalos e camelos.

Maykra observava o jovem que a salvara de um destino terrível desaparecer no horizonte sobre a planície seca da região, de repente seu coração se encheu de alegria ao ver que no horizonte na mesma direção uma silueta voltava na sua direção, Umar parecia estar retornando. Seu coração se encheu de alegria, e ela já fazia planos sobre a sua volta, mas a alegria rapidamente deu lugar a tristeza, quando a suposta volta de Umar na verdade era um cavaleiro, um ganor que puxava uma carroça puxada por um cavalo pesado, enquanto o mesmo vinha montado em um cavalo de guerra.

O olhar frio e rígido daquele ganor encheria o coração do mais durão guarda da planície, ele possuía feições élficas, mas ainda assim distinto. Os elfos eram esguios e delicados, enquanto os ganores são grandes e robustos, com músculos e um corpo extremamente bem definido, seus olhos cor de ametista exalavam um brilho gelado e decidido, firme como rocha. Embora as semelhanças lembrem o elfo, sua aparência rústica e firme demonstrava sua cultura bárbara e guerreira. Os ganores eram famosos por serem mercenários habilidosos, e excelentes treinadores na arte da guerra. Embora sua espécie não seja conhecida pela comunicação, o gigante ganor com seus mais de dois metros olhou com um olhar firme e perguntou a garota nos portões de Hatija.

- Que cidade é essa pequena humana?

- Hatija, estamos ao norte da estrada do Sal, que leva ao Sultanato, e logo depois as ruínas dos caspianos do Oriente.

Os guardas da cidade se aproximavam cautelosos, afinal quando não eram mercenários, os ganores eram ferozes assaltantes e saqueadores. Mas ao olhar para o equipamento, ele não parecia sequer ter sido algo do tipo, ele carregava uma lança longa, uma armadura média bem ornamentada feita com ossos de animais, uma cimitarra em sua bainha na cintura e uma grande falcione nas suas costas. Seu cavalo era forte e bem nutrido, mas possuía uma porção de cicatrizes de guerra assim como seu cavaleiro.

O ganor virou seu olhar para os guardas e perguntou onde ficava a taverna mais próxima, que apontaram a direção. Os guardas curiosos perguntaram ao gigante de olhos lilás o que ele queria em Hatija, e ele educadamente respondeu.

- Procuro um médico que possa curar a doença de meu filho que está muito doente dentro dessa carroça, estamos viajando a dias, e precisamos de descanso.

- Ao sul da praça existe uma boa taverna, ela possui um preço mais alto, mas a comida, a bebida e a cama compensam seu valor. Diga que o guarda Lez, quem recomendou.

O cavaleiro partiu sem falar nada, e Maykra o seguiu discretamente, ele amarrou seu cavalo, e o posicionou sua carroça de um modo que não atrapalhasse o caminho dos passantes, todas as pessoas olhavam para o ganor com certo receio, afinal, não era comum vê-los dessa maneira ainda mais, tão bem equipados. Ele subiu na sua carroça e pegou um garoto ganor, não tão mais novo que Maykra, o garoto tossia, e a cor de sua pele era pálida quase sem vida. Ele então dizia em um idioma desconhecido para a sua cria.

- Hás lavok, trosek gatir, tokvok.

- Nizar tizek, baotog varok, rotoun var der sark.

O gigante sorriu, e carregou o jovem com toda delicadeza para dentro do estabelecimento.

- Taverneiro! Quero um quarto para meu filho, ele está muito doente!

O taverneiro olhou assustado o ganor entrar carregando seu filho nos braços com todo cuidado. E então respondeu.

Cronicas de Korn Ascensão AscalothOnde histórias criam vida. Descubra agora