Cap.10

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Sentada no chão de sua sala, Cheryl fica observando o grande painel em branco que estava em cima do tapete, pronto para ser pintado.

"Dificuldades para pintura?" - Veronica adentra pela porta sem pedir licença. Portava uma comida japonesa em suas mãos.

"Sim... E não só para isso..." - Cheryl volta seu rosto para a morena, que senta-se desajeitadamente ao lado da ruiva.

"Então me conta! Desabafa!" - A Lodge coloca a embalagem com sushi no meio de ambas, dando a Cheryl alguns "pauzinhos".

"A diretora me chamou no colégio hoje... Ela acabou entregando que Jason anda sofrendo muito e está solitário sem seu amigo agora... Por que as coisas não podem se ajeitar? Eu..." - Cheryl respira fundo, pegando um hot e pondo em sua boca - "Eu só queria que as coisas voltassem ao normal, eu dava conta de tudo antes... Não precisava de ajuda! Sinto que não sou forte o suficiente... Que talvez, tenha que voltar a pedir ajuda da mamãe... Seria tão humilhante!" - A ruiva desaba em lágrimas, pondo suas duas mãos sobre seu rosto...

Veronica sente tanta pena de tudo que a Blossom está enfrentando... Não arranja palavras suficientes para prover conforto... Então se arrasta pelos joelhos até as proximidades da melhor amiga, a abraçando com as duas mãos de forma forte.

"Cheryl, não há mal algum em precisar de ajuda! Isso não te torna fraca... Te torna humana!" - A morena deposita um beijo em meio aos fios vermelhos da testa de Cheryl.

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"Oi... Com licença." - Toni estava saindo da ala de recepção para a sala da diretora.

Ao que tudo indica, a morena acabara de ter sua reunião "particular" com a diretora. Era hora do almoço, então as crianças estavam no intervalo.

Ela percebeu quando caminhara ao corredor do segundo andar, que ante aquela ala, sentava sozinho um menino dos cabelos de fogo.

Ele parecia estar se escondendo, sentado em um banco de madeira e desenrolando um sanduíche integral.

Aquilo realmente intrigou a fotógrafa, ela não podia entender qual seria o sentido de uma criança no auge da idade não estar se divertindo no pátio. Então fez questão de perguntar para a recepcionista do turno da tarde se sabia o motivo pelo menino estar cabisbaixo daquela forma.

A negra dos olhos verdes, lhe apresentou algumas possibilidades. Por isso, logo após a reunião com a senhora Smith, direcionou-se até o local em que o garoto almoçava.

"Oi..." - Ele ajeita os óculos.

Toni sorri, percebe que era um típico garoto inteligente de turma que por sua função extraordinária em talvez ciências ou matemática, tornava-o o excluído da sala.

"Posso me sentar aqui?" - Ela aponta para o lado esquerdo do banco.

Ele afirma com a cabeça, ainda olhando para os próprios pés.

"Qual seu nome? O meu é Toni Topaz!" - Ela estende a mão esperando o cumprimento.

O menino se desajeita, quase derrubando a lancheira, mas consegue driblar a ansiedade, cumprimentando com sua mão.

"Jason!" - O ruivo fica contente por ter alguém quebrando o silêncio horrível que presenciava.

"Por que você não está lá fora... Como as outras crianças?" - Ela comenta, pegando um pedaço da cenoura que estava na lancheira do menino e mastigando.

"Acho que não me encaixo... Talvez não seja igual a eles..." - O menino argumenta em tentativa de não mostrar sua tristeza.

"Hum... Você realmente me parece uma criança muito mais evoluída!" - Ela ri.

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