Assim que abro meus olhos sinto o cheiro da chuva que está por vir, meu peito se aperta por que sei que nada é previsível. As árvores balançam e os galhos fazem roídos estridentes em meio a escuridão que nos engole.
Olho para o lado e Haru está de olhos fechados, á encaro fixamente e uma luz se forma ao seu redor nos dando mais visibilidade. Passos apresados se aproximam de nós nos deixando em alerta, pegamos nossas armas prontos para o que quer que surja das sombras. Mas, a visão de um coelhinho nos faz sorrir, porém ele está machucado e visivelmente desesperado.-“Ainda bem que vocês voltaram... Nos ajude, por favor?” – Natsu se abaixa e pega o pequeno animal no colo.
-“O que aconteceu? Por que está tão machucado?” – Haru acaricia de leve suas orelhas o acalmando.-“Aki, não conseguimos ver quem era, mas, destruiu nossas casas, somos pequenos e não tivemos nem a chance de nos defender, nossas terras foram contaminadas e nossos alimentos morreram, ás árvores perderam as folhas, ficou apenas destruição. Precisamos de ajuda, alimentar nossas famílias e manter nosso povo seguro antes que aquilo volte e nos mate.” – o desespero do coelho me faz tremer de ódio, não sei quem seria capaz de tamanha maldade, mas iriamos descobrir e destruir o que quer que fosse.
-“Não se preocupe, levaremos você e seu povo para um lugar seguro e vamos descobrir quem fez tamanha crueldade. Volte para sua aldeia com o Natsu e a Haru enquanto eu vou procurar por pistas. – me volto para Haru e digo. – Assim que possível encontro vocês no santuário Nikko, fique segura... Você também Natsu, os vejo em breve.” – me despeço de meus amigos e sigo na direção que o coelhinho indicou como rota de fuga da figura.
A escuridão dificulta minha busca, então recorro aos meus sentidos, a mistura de cheiros consome minhas narinas, mas um cheiro chama minha atenção como se a morte tivesse passado por ali a segundos atrás, alimentada pelo sofrimento e o medo dos outros seres que habitam essa terra.
Naquele instante gostaria que Haru estivesse comigo, ela é paciente e detalhista não deixaria passar nada, nem mesmo engolida pela preocupação.
Tiro minha espada e a cravo no chão, com o passar do tempo ela se tornou a melhor arma e a magia apenas ficou mais forte. Com o gelo me dando claridade busco matéria para fazer uma tocha, mas assim como o coelho disse havia apenas um enorme e distante caminho de morte e tristeza.
Passos pesados me pegam de surpresa e uma voz macabra surge na escuridão.- "É uma garota valente Aki ?" - a voz masculina ecoa pela floresta.
- "Estou aqui não estou?" - digo com um gosto amargo em minha boca.
- "Valentia vai além da coragem, valentia envolve sacrifícios, é valente menina Aki ? O suficiente para socorrer eles?"- então escuto as vozes de Natsu e Haru, meu instinto me faz correr para o centro da floresta, um lugar escuro e úmido... E as vozes se transformam em uma risada diabólica, seu riso faz meus ossos gelaram e meu coração doer. - Pode ser valente, mas não passa de uma tola Aki. ".Eu não posso me mover, é como se houvessem mãos na escuridão que não me deixassem sair.
- "Merda Aki!" Eu reclamo baixo.
Meu corpo começa a doer, e em minha cabeça a imagem de Haru e Natsu vem...
- "Preciso manter... Eles a salvo" Minha vista começa a escurecer...
Não poderei manter as coisas que amo a salvo... Como sou inútil!
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Dreams Word
FantasyA primeira vez em que estive lá, foi a 3 anos... Eu dormi como todos os dias, mas em meus sonhos fui levada a um lugar diferente. Eu reconheci os rostos das pessoas daquela cidade, mas não eram as mesmas pessoas, com personalidades diferentes, com m...