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Anos 60. No colégio de Yeongam ninguém parecia páreo aos encantos de Kim Taehyung. Aparentemente ter uma aparência e visual peculiar, tatuagens e piercings por todo o corpo e participar de corridas ilegais eram os e...
Na segunda seguinte, assim que o sinal que indicara o período de meia-hora de intervalo tocou, encontrei o Kim recostado ao lado da porta da minha classe enquanto o mesmo cumprimentava cada aluno que saía de sala com os seus toques característicos. Ele tinha um em especifico para cada pessoa e eu sempre me perguntava como ele nunca confundia ou se esquecia de algum dos cumprimentos. O outro abriu um sorriso ainda maior assim que me viu, oferecendo ajuda com os meus livros e mostrando-se prestativo. Não recusei.
Assim que nos acomodamos em uma mesa mais reservada no refeitório, tratamos de começar logo a estudar, não sabia o quão atrás Taehyung estava na matéria e se ele quisesse recuperar a nota o nosso trabalho deveria ser feito rápido. O sinal que indicava o fim do período de intervalo soou e eu me peguei sendo surpreendido com a seriedade do Kim para com a tarefa de tentar aprender de vez os cálculos que lhe pareciam tão impossíveis. Ele parecia bastante responsável, consciente. Foi novo pra mim.
Passaram-se semanas. Estudamos numa cafeteria, lanchonete, na quadra de esportes do colégio e também nos banheiros, onde o meu mais aplicado aluno fazia questão de tirar dúvidas ao recitar suas respostas feitas nos exercícios que eu o havia entregado, até mesmo quando eu estava tirando aquela bela água do joelho. O mais novo realmente parecia empenhado e por mais que ele pudesse ser impertinente de vez em quando, eu não conseguia cortar as suas asinhas. Sabia que aquilo estava fazendo bem para ele.
Um dia resolvemos estudar numa sorveteria, o que foi um grande erro.
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Taehyung era um amante da sobremesa gelada então fez questão de comprar uma dúzia de casquinhas antes de começar a revisar a matéria. Cansado e irritado pela demora, o desafiei a resolver alguns exercícios sem a minha supervisão enquanto eu tomaria os meus sorvetes, no meu momento de descontrair. Ele tentou, de verdade, mas quando viu que eu tinha pedido sorvete de chocolate branco e com bastante cobertura de caramelo—o seu preferido—não demorou a roubar uma boa colherada do doce antes de se levantar da mesa e sair correndo pelo estabelecimento com a colher na boca por medo da minha reação.
Gargalhei diante ao desespero do mais novo e tratei de caçoá-lo, dizendo que eu nunca ia me esquecer daquele dia, que o seu terror ficaria sempre gravado nas minhas pálpebras para quando eu quisesse o irritar. Taehyung reclamou com um beicinho inconformado e característico nos lábios dizendo que comida era um assunto bastante sério, por isso ele ficou assustado com a minha possível reação e se salvou antes de acontecer qualquer coisa. No fim do dia eu ao menos tinha corrigido os exercícios do Kim, pois acabamos excedendo as nossas horas em brincadeiras infantis e bobas um com o outro.
