3. Falling

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Eu não precisei pensar nem duas vezes no caso de Kim Taehyung e, sim, tinha me deixado ser convencido de novo. Por essa mesma razão estava acordado em plena terça-feira às uma da manhã. Uma da madrugada! E eu parecia ser o único preocupado com as aulas no dia seguinte, ou dali algumas horas pra ser mais exato.

Estava me sentindo potencialmente nervoso naquele dia, tanto que me chequei no espelho um milhão de vezes: o cabelo penteado perfeitamente para trás, um suéter cinza gelo no corpo com a jaqueta de couro personalizada por Taehyung, que ele tinha me dado de presente, pra completar o visual junto as minhas calças jeans. Ao olhar para o meu reflexo, tudo o que eu conseguia pensar era: O que merdas eu estava fazendo?

Encarei a janela do meu quarto com certo receio sentindo um medo descomunal tomar conta de mim. Era madrugada, se minha mãe sonhasse na possibilidade de eu estar saindo escondido estaria completamente ferrado. Fechei os olhos, respirei fundo e continuei a encarar as cortinas fechadas que me impediam de ver qualquer coisa. Estava esperando pelo sinal do Kim, ele piscaria os faróis continuamente do lado de fora e esse seria o indicativo para que eu descesse.

O brilho repetitivo dos faróis logo se deu e antes que eu e a minha covardia déssemos as mãos e fugíssemos juntos—lê-se: trocar rapidamente de roupa e fingir que tinha caído no sono—peguei minhas chaves e deixei o meu quarto tentando fechar a porta do cômodo com a maior cautela do mundo. Desci as escadas e andei cegamente pelo escuro pedindo aos céus para que não tropeçasse em nada. Ao chegar à entrada de casa, travei uma batalha com a fechadura ao tentar abri-la e depois de alguns minutos de estresse acabei por conseguir. Deixei a casa, trancando-a logo em seguida.

—Eu nunca vou me acostumar com isso. —murmurei e assim me virei em direção à rua encontrando o mais novo recostado na lataria do seu carro de corrida. Sim, ele tinha um carro especial para suas corridas, o Corvair vermelho, como se não fosse bom o suficiente, era apenas para casualidades. Engoli em seco. —E eu também nunca vou me acostumar com esse carro.

Não era nada mais, nada menos do que um Renault Alpine A110—demorei tempos para conseguir gravar o nome—e o automóvel cintilava sua cor escarlate de tão bem cuidado. Senti-me um tanto quanto intimidado, por isso dei passos lentos em direção ao mais velho, que por ventura estava espetacular naquela madrugada.

 Senti-me um tanto quanto intimidado, por isso dei passos lentos em direção ao mais velho, que por ventura estava espetacular naquela madrugada

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(Renault Alpine A110)

Com uma blusa-uniforme de mecânico azul clara-vinho, uma calça jeans de lavagem clara, os cabelos molhados, mas perfeitamente moldados com brilhantina e um lenço vermelho envolto do pescoço como um apetrecho de sorte, Taehyung reluzia. Nada menos se esperava do grande competidor Kim Taehyung. Quanto ao lenço, ele sempre escondia a tatuagem que tinha na nuca antes da corrida, uma superstição sua, e só deixava as letras que formavam a palavra "freedom" aparentes segundos antes do início da corrida.

Aproximei-me devagar com um sorriso mínimo no rosto e logo fui pego para mais perto pelo compartimento de cinto da calça que usava. O maior logo colocou ambas as mãos dentro dos meus bolsos de trás como um ato de intimidade, aquele seu sorriso fácil e ladino adornando-lhe o rosto. Sorri pequeno novamente e lhe dei um selo rápido nos lábios. Assim que eu finalizei o beijo, a expressão de Taehyung mudou drasticamente e o maior encarou-me com preocupação. Ele pareceu notar o meu desconforto. Comecei a brincar com o nó do lenço em seu pescoço.

adrenaline: love in the backseat | pjm + kth / vminOnde histórias criam vida. Descubra agora