Isadora

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Eu queria tanto está em um curso, qualquer um mesmo. Até agora não consegui nada. Estava olhando a comunidade pela janela e pensando alto demais. Alguém me chama e eu quase caio janela a baixo.

- Isadoraaaa - era minha mãe.
- Oi maeeeee, eu tô escutando - grito.
- Vai comprar pão ali em seu Roberto e aproveite e compre mortadela pra jantar. - Me entregou o dinheiro e nem esperou eu dizer que não queria ir.

Peguei meu chinelo e fui comprar às coisas, já eram 18:00 e o céu já estava bem escuro mas a rua vem movimentada. Eu passava e todo mundo me olhava parecia que era a primeira vez que viam minha cara, quando virei a rua passei pela casa do dono da comunidade e eu não sei porquê meu coração até erra a batida quando eu passo na frente.

O pior é que ele tava lá na frente com os meninos que trabalham com ele, ele me seguiu com os olhos e quando que eu esbarro nas minhas pernas.

- Isaaaa - minha colega gritou e eu virei meu rosto. - cê tá indo pra onde ?
- Vou do outro lado pra contar pão e mortadela. - disse focando Nela e no seu aparelho verde que parecida um vagalume.
- mas você vai sozinha ? - ela perguntou preocupada.
- Com certeza né, tá vendo alguém comigo? - perguntei ironicamente.
- Palhaça toma cuidado, espera, eu vou avisar a mainha que eu vou com você, espera aí. - ela ia correr mas eu puxei ela.
- Isa não precisa, vai ser rápido, eu já volto - beijo sua testa e saio, e sim temos o mesmo apelido porém eu sou Isadora e ela Isabela.

Atravessei e em um segundo eu já estava na comunidade da bala e o medo me consumia apesar de eu não ser envolvida com nada, todos sabem que sou da comunidade rival aaaaah eu sei que é um medo besta mas vamos ser sinceras, a perna treme.

Cheguei em frente em frente a padaria do seu Roberto e eu entrei logo.

- Oi seu Roberto, boa tarde - dei meu meu olhar sorriso e ele retribuiu.
- Oi menina linda, faz tempo que não aparece por aqui.
- Ah, é que eu tô feito louca atrás de algo pra fazer - falei baixinho.
- Você não trabalhar aqui ? Olha você pode ficar no balcão me ajudando, eu tô tão velho que fazer pão e vender é quase impossível pra mim. - quando ele falou isso meu coração transbordou mas eu lembrei da rivalidade da porra das comunidades.
- Seu Roberto eu ficaria extremamente agradecida, mas o senhor sabe que eu moro do outro lado. - baixei a cabeça.
- Não tem problema menina, falarei com o pedro. - agora o coração parou.
- Não seu Roberto, ele vai me matar se me ver por aqui. - eu já tremia.
- eu vou falar com ele, você e uma menina direita, fica tranquila. - me entregou os pães.
- Agora você tem que falar com o Marcos, ele que pode não gostar. - disse.
- Eu nunca falei uma palavra com aquele homem, Deus é mais em minha vida.
- ele não deve ser tão ruim assim - disse seu Roberto olhando pra mim.
- Eu tenho Deus no meu coração, ele não, Recentemente matou um homem que tinha assaltado uma moradora. Foi horrível.
- Mas ele roubou, é lei de todo lugar ... Eles matam mesmo.
- É, tem mortadela seu Roberto? - perguntei logo ou eu iria esquecer.
- Tem sim, vou pegar aqui. - ele saiu e foi pegar lá dentro.

Questões de segundos entrou um menino bem bonito, ele deve ter uns 20 anos e tinha um cabelo bem curto mas com desenhos. Que Lindo!

- Fala seu Roberto, tem pão de côco meu patrão ? - ele gritou e seu Roberto logo apareceu.
- Oooooh meu Pedro, como você tá menino? - veio com minha mortadela sorrindo e eu demorei entender que ali era o chefe.
- tô bem sim, coloca 2 reais de pão de côco aí - puxou o dinheiro do bolso.
- Pedro preciso falar uma coisa com você. - disse seu Roberto colocando os pães na sacola pra ele.
- O que foi? Tá precisando de algo ? - ele perguntou a seu Roberto e meus olhos estava fitando ele por completo, automaticamente.
- essa aqui é a Isadora, ela tá sem trabalhar até agora e precisa fazer alguma coisa pra ter dinheiro, quero que ela fique por aqui me ajudando. - disse e logo Pedro me olha e paralisa.
- Ué meu patrão, pode colocar ela aqui. - disse rindo e pegando os pães.
- É que eu sou moradora da outra comunidade - falei e ele me olhou sério.
- Olha eu não sou de proibir ninguém de entrar aqui tá ligado? Mas eu não quero treta com aquele comédia do Marcos. Então fale com ele antes dele querer ficar com kaô pro meu lado. - disse me olhando.
- Tá bom - falei baixinho.

Ele se despediu do seu Roberto e saiu na moto.

- Amanhã venha aqui e começamos tá bom? Ele gostou de você. - seu Roberto falou sorrindo.
- Quê ? Hahaha o senhor precisa trocar esses óculos viu. - peguei a mortadela.
- Viu o jeito que ele te olhou ? - perguntou.
- Não, xau seu Roberto beijinhos, amanhã apareço as 10 horas tá bom?.
- tá ok menina, cuidado.

Saí e meu pensamento estava em Pedro, eles era muito bonito. Que coisa os chefes estão dando de lapada nesses modelos de Hollywood, eu ria dos meus pensamentos e nem percebi que tinha uma moto do meu lado.

- Ou menina - alguém me chama.
- Oi ? - respondi e quando olhei era ele.
- quantos anos você tem ? - perguntou
- 17 anos - quase gaguejei
- Olha não tem problema nenhum você trabalha na padaria do seu Roberto, cê tá ligada da rixa que existe - ele coçou a cabeça - só não quero problemas falow ? - me olhou.
- Tudo bem, te prometo que não irar ter problemas. - Tentei ser convincente.
- Ok - saiu sem dizer mais nada.

Segui meu caminho e quando voltei graças a Deus não tinha ninguém ou o Marcos em específico na rua. Passei e fui pra casa, minha estava na cozinha e o cheiro de feijão bem temperado tava maravilhoso.

- Cheguei mãe e seu Roberto me chamou pra trabalhar lá - disse de uma vez.
- O quê - se exaltou - você recusou né ?
- Não mãe, eu não disse nada - sentei na mesa.
- Isadora você tá querendo morrer minha filha ? Porque se for isso mesmo me avise que eu te mato com minhas próprias mãos. - sentou a minha frente.
- Olha dona Maria, quando eu tava lá na padaria o chefe de lá apareceu. - ela arregalou os olhos.
- Meu Deus do céu, se o Marcos descobre.
- Mãe eu não devo nada a ele Entendeu. - rebati
- Olha aqui mocinha você ainda é menor de idade e vive debaixo do meu teto então, você não vai trabalhar e amanhã você vai lá no seu Roberto dizer que não aceita. - me deixou na mesa e a vontade de chorar era grande.

Levantei da mesa e fui pro meu quarto, tomei banho e já fui pra cama. Não comi nada, sinceramente me entristece quando ela joga as coisas na minha cara dessa maneira, eu arrumei uma faxina na casa de uma mulher numa rua mais abaixo e ela não deixou.

Talvez ela não queira que eu trabalhe pra ficar jogando tudo na minha.

Me perdi nos meus pensamentos e acabei pensando no sono, eu estou cansada!




Votem xuxu ♥️♥️♥️


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