Isadora

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Acordei eram 9 da manhã, não sei que milagre aconteceu pra minha mãe não ter me acordado na hora que ela saiu pra trabalhar. Fiz minha higienização e desci pra ir logo do outro lado.

Fechei a porta e coloquei as chaves no meu short e segui meu caminho e sempre eu teria que passar na frente da casa do Marcos e ele tava lá, respirei fundo e segui de cabeça erguida.

- Bom dia Isadora - aquela voz grossa.
- Ah oi - tentei não tremer.
- Estar indo pro outro lado? - perguntou se aproximando.
- sii_m estou indo lá em seu Roberto - sorri timidamente.
- Cuidado - ele beijou minha testa e isso foi BEM estranho, graças ao pai não tinha ninguém na rua.

Segui meu caminho e cheguei rapidamente na padaria.

- Bom dia seu Roberto - chamei sua atenção.
- Menina tava pensando em você agora a pouco, sua mãe deixou? - perguntou.
- Não, ela brigou comigo - baixei a cabeça - infelizmente não vai dar pra trabalhar aqui seu Roberto, eu queria tanto.
- Oh minha menina, eu também queria te ajudar.
- Bom dia meu patrão - Pedro estava aqui.
- Não é bem um bom dia. - disse seu Roberto.
- O que aconteceu ? Passa a fita - disse ele colocando a chave no bolso.
- A mãe dela não deixou ela trabalhar comigo - ele me olhou e eu baixei a cabeça.
- Eu até entendo o motivo - ele falou.
- É, mas tudo bem eu vou continuar procurando. - tentei não deixar transparecer minha tristeza.
- Meu patrão coloca pão pra mim aí e mortadela daquele modelinho.
- É pra já. - seu Roberto foi colocar os pães e a mortadela dele.

Eu tava encostada na mesinha ao meu lado e  eu senti ele se aproximando.

- qual é o seu nome? - olhei pra ele.
- É Isadora - sorri pra ele.
- Bom meu nome você já sabe hahaha não vai ter tanta graça assim. - ele riu e que sorriso viu.
- Aqui os pães e a mortadela - chegou com as sacolas e Pedro foi pegando e a minha barriga dando sinal de vida, eu não comi nada.
- Caralho mina você tá com tanta fome assim? - ele perguntou
- Eu não comi nada - fiquei com vergonha e fingi olhar minhas unhas.
- Bora lá no meu barraco tomar café.
- Quê ? Não não ... - ele me corta.
- Calma cara, só tomar café mesmo.- ele me olhou de um jeito engraçado.
- Tá bom então - me rendi, minha barriga doía já.

Subi na moto e ele foi seguindo pra uma casa bem bonita por sinal, tinha uns homens na frente da casa.

- Oopa patrão quem é ? - ouvi que um perguntou.
- Ninguém que você queira saber - respondeu.
- Trouxeram o café ? - Pedro perguntou.
- Sim chefe, tá uma maravilha - disse o outro.
- Vocês já tomaram? - quase gritou
- estávamos com Fome patrão, foi mal - ele baixou a cabeça, e quando Pedro ia gritar eu falei.
- Qual o problema deles terem tomado café? É apenas café. - eles me olharam.
- Tem café na garrafa - falei pegando a garrafa. - tomem café direitinho que eu faço café pra mim e o Pedro, tem pão aqui.
- Mas ... - eles tentam falar.
- Eu quero que vocês comam - olhei pra Pedro e ele baixou a cabeça.

Eles pegaram 4 pães sorrindo e a garrafa de café e saiu.

- Deveria ser mais simpático - olhei pra ele.
- Eu sou até demais - sentou na mesa.
- Aqui tem café ? - ele apontou pro armário e tinha tudo.
- Caramba você gosta de cozinhar - falei e ele riu.
- Na verdade nunca usei essas comidas aí. - me assustei
- Oxe isso deve tá vencido. - Coloquei a mão na cintura.
- depois eu olho isso - deitou a cabeça na mesa.

Eu coloquei a água no fogo e fiz o café, o pão tava tão quentinho que deu até gosto de comer e saborear bem aquele pão com mortadela. Eu tava com tanta fome que nem prestei atenção que não tinha acordado o outro.

ele tava em frente à mim e eu chutei suas pernas e nada, levantei e sacudi ele e parecia que tinha morrido.

- Pedro o café tá pronto - ele levantou a cabeça e me puxou pro seu colo.
- Fica aqui comigo - disse ainda com os olhos fechados.
- Você tá dormindo seu louco - tentei levantar e foi em vão, na verdade sentei bem no seu amiguinho.
- Fica comigo - disse novamente.
- Não, me solta. - ele me soltou.
- Não complique as coisas Isadora - ele levantou.
- você disse que era apenas para tomarmos café. -me desesperei.
- você tá nos meus pensamentos desde ontem, eu não dormi pensando em você - ele parou - mas, o que eu vou fazer agora é egoísmo por eu apenas pensar em mim. - ele chamou os dois meninos.
- A partir de hoje você é minha mulher. - disse olhando pra mim e os meninos.
- Pedro você não pode fazer isso, minha mãe... - ele me corta
- não vai fazer NADA, que tipo de mãe é essa que se intromete até onde a filha quer trabalhar ? - gritou.
- é pra saírem e avisem os outros, eu não vou te deixar presa ou os caralho a quatro. Mas nem tente fugir, onde você entrar vai ter meus homens e eles irão te trazer de volta pra casa. E te garanto meu amor, eu não vou gostar ... E acredito que você não quer guerra entre as comunidades não é? - me olhou pegando no meu queixo.

Os meninos saíram e eu fiquei parada e o Pedro passou por mim e beijou minha testa.

- vou dormir, qualquer coisa venha pro quarto.

Fiquei paralisada, o que eu fiz vindo pra cá meu Deus!



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