mil e uma primaveras

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A primeira primavera floriu

Desabrochei em meio às flores e seu esplendor
Cantei em meio aos pássaros e seus cânticos de amor

A segunda primavera fervia

As cores vivas me perseguiam dia e noite
Voava junto aos pardais em um ansioso afoite

Na terceira primavera choveu

As flores se afogavam em lágrimas salgadas
Os pássaros se escondiam das trovoadas

A quarta primavera murchou

As pétalas lentamente caiam em desesperança
Os cânticos de amor se tornaram uma amarga lembrança

Mesmo que meu jardim tenha murchado
Mesmo que meu coração esteja quebrado

Sei que nem que se passem mil e uma primaveras
De flores mortas e pássaros amargurados

Minha alma terá a ousadia de abandonar
Esse gramado onde vi meu maior amor passar

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