2º Capítulo

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Estava  a meter a mesa juntamente com o Brad, quando a campainha toca. Pousei os pratos e corri até á porta, e mal abri a porta vi o sorriso estampado na cara da minha avó Anne. Simplesmente a abracei fortementente e ela abraçou-me de volta, dando aquele abraço que apenas ela sabe dar, que nos reconforta e nos faz  sentir completamente amados por meros segundos, mas ao mesmo tempo intocáveis e especiais. Ao seu lado encontrava-se o meu avô Anthony e a avó Eliza, abracei-os também, a sensação é diferente, não é que não os ame, mas a minha ligação com a avó Anne é bastante especial e são  relações completamente distintas.

Tudo começou desde que o meu pai faleceu, eu e a minha avó tornamo-nos nas melhores amigas, talvez pelo facto de ela ter perdido o seu filho e eu a minha figura paternal, o que nos fez sentir  perdidas e desamparadas até um certo ponto, mas ao mesmo tempo encontramos uma na outra a força que precisávamos, era como que o meu pai nos quisesse juntar. O meu pai sempre amou a minha avó, dizia ser a mulher de sua vida e um exemplo a seguir e ele sabia do que falava, a minha avó é a pessoa mais forte e determinada que conheço, nem toda a gente que perde um filho e um marido, o meu avô Paul, se aguenta como ela se tem aguentado, sempre firme e direita! É como se de um tronco de uma árvore se tratasse, venham as tempestades, as chuvas e os incêndios que ela pode-se magoar ou até mesmo abanar, porem nunca cai e nunca parte, assim , é Anne venha o que vier, ela aguentará sempre.

Peguei nos seus casacos e cuidadosamente coloquei-os no cabide do hall de entrada, enquanto falava com eles guiava-os para a sala e só aí me lembrei... O Brad...

- Pois temos visitas! - Olho para Brad.

- Quem é este rapaz tão jeitoso? - diz rindo num tom brincalhão pra comigo.

- É o Brad, o meu melhor amigo avó, já o conheces! Não te lembras?

- Ai não me digas! Este rapaz  está um homenzinho, vem cá! - abraça-o e sorri.

- Prazer em rêve-la! - dizia atrapalhado levando a sua mão ao cabelo.

- Ainda me lembro de vocês bastante pequenos os dois aqui neste mesmo tapete a brincarem... Como o tempo passa depressa e eu fico cada vez mais velha. - disse num tom nostálgico, acabando põe gargalhar.

De facto a minha avó tem toda a  razão, quando diz que a minha amizade com Brad dura á séculos! Somos praticamente  como irmãos, e agora que penso nisso nem sei como é que a minha mãe foi capaz de pensar que eu e o Brad alguma vez sentisse-mos algo um pelo outro. Essa conversa ainda reside na minha cabeça, pois encontro-me ainda chocada com tal afirmação e estupidez, só mesmo a minha mãe para pensar e dizer tal coisa.

O jantar estava pronto, os meus avós dirigiram-se para a mesa, assim como eu e Brad. O cheiro da panela entrava aos poucos pela sala, e eu apenas apreciava-o. A minha mãe entra com a panela na suas mãos, pousando calmamente na mesa, ninguém cozinha tão bem como ela, lado negativo nunca a vou conseguir superar , pois nisso sai ao meu pai, um zero á esquerda no que toca á cozinha. O cheiro era deliciosamente agradável e Brad já se lambia todo só de olhar, a isto sim, se chama comer com os olhos, de facto este rapaz é um esfomeado, só vê comida e apenas comida á frente!

- Bom apetite a todos! - disse a minha mãe sentando-se na cadeira central.

- Senhora Jones, devo confessar que já tinha saudades da sua comida! - dizia sorrindo.

- Ai meu querido, mas podes sempre vir cá jantar, basta apareceres! A Cici adora a tua companhia e a mim não me incomodas nada, és sempre bem-vindo!

A minha mãe ou tem uma lata enorme, ou é de certo um pouco bipolar. Ora ainda há bocado não queria que Brad dormisse cá mais e agora diz-lhe que é sempre bem-vindo. Abstrai-me assim um pouco da conversa, pois perdi-me com estes pensamento que não me levar até lado nenhuma, até que a minha avó Eliza me chama a Terra.

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⏰ Última atualização: Dec 16, 2014 ⏰

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