- Vocês invadiram uma sala de arquivos? - Os olhos azuis se arregalaram pra cima de mim em espanto, coisa que me irritou ainda mais. Já bastou para mim esse idiota insinuar que Sasuke e eu estivéssemos em um encontro, quando na verdade estavamos trabalhando! Shannaro... Só de lembrar fico frustrada!
- Pra que esse espanto? Que coisa!
- Por nada, parece coisa de filme, deve ter sido emocionante, dattebayo! - Revirei os olhos tão forte que achei que não fosse voltar a enxergar.
- Descobriram algo? - Uma pergunta decente, vinda claramente de alguém sensato. Hinata.
- Bom, soube de um homem que trabalhou de secretário na época dos primeiros ataques, visitei ele e foi quando ele deu a ideia de conseguirmos essa pasta. Disse que tinha informações que fossemos precisar. - Expliquei começando a folhear.
- A região está segura por enquanto, não capturei nenhuma assinatura de chácra enquanto rondava. - Sasuke finalmente falou alguma coisa.
- Como pensei, talvez mandem outro grupo para cá, depois de saberem que derrotamos um. - Hinata.
- Eu acho que já podem até terem mandado outro grupo, porém não para atacar, e sim observar. - Todos fixaram seus olhos em mim, pedindo explicação. - Pensem bem, à tempos que ninjas não são mandados para cá pra resolver esse problema, e do nada um grupo deles é derrotado? Eles devem terem ficado com receio, e acharam melhor observar.
- Faz sentido. - O Uchiha fechou os olhos com uma expressão tensa.
- Bem pensado, Sakura-chan, mas se for mesmo isso, o que faremos? - Naruto.
- Eu não sei, mas quero que você mande um de seus clones amanhã para ficar perto da casa do senhor Takeda. Não quero que ele ou sua esposa se prejudiquem por terem nos ajudado.
- Certo, não se preocupe, é só dizer onde é.
- Seria bom nos organizarmos para uma ronda mais longa, tendo em vista essa possibilidade de estarmos sendo observados. - O Uchiha concluiu ainda com a mesma expressão.
- Eu faço o primeiro turno, Sasuke-kun. - Hinata.
- Vou continuar analisando essa pasta, para garantir mais informações. - A grossura de conteúdo da pasta me alertou que daria trabalho.
- Eu posso continuar usando os clones agora mesmo!
- Melhor você descansar, Naruto. - Lhe disse.
- Estou bem, não se preocupe, Sakura-chan!
- Eu sei que está bem, mas pense melhor, você usou seus clones o dia todo, você precisa se manter bem, trabalhar sem exagero para continuar sendo prestativo. Se você começar a se esforçar demais, seus serviços vão ser o mesmo que nada por estar fraco demais para não conseguir proteger nem a você mesmo! - Falei como quem explicava que a Terra era redonda.
- Mas Sakura-chan...
- Naruto-kun, ela tem razão, é óbvio que nenhum de nós pode se esforçar além do que está acostumado, isso pode acabar diminuindo a qualidade de nossos serviços. - O loiro bufou se dando por vencido, e Hinata apenas suspirou, sabendo ela que teria de se acostumar à lidar com a teimosia do Uzumaki.
- Certo... - Levantei me, carregando comigo a pasta e procurando um lugar melhor de apoio para começar a leitura dos arquivos.
Sasuke continuou sentado onde estava, parecia descansar a mente ou perdido em pensamentos, levando em conta sua expressão vazia e seus olhos cravados no chão. Por um momento, nossos olhares se colidiram, algo que fez meu coração falhar um batimento ao lembrar no mesmo instante de seu toque mais cedo. Até parece que nunca tocamos um no outro, principalmente recentemente, por eu ter sido responsável de sua saúde, e sempre tendo que fazer exames e cuidando do físico do mesmo. Apenas desviei o olhar para acender um abajur ao meu lado, dando início a pesquisa que com certeza duraria algumas horinhas.
...
Testemunhei a troca de turno entre Hinata e Sasuke, já se passava das duas da manhã. Sasuke parecia impaciente sentado no outro lado da sala, e então foi pra fora, pegar o lugar da Hyuga. Naruto roncava ao pé da parede em seu colchonete bagunçado, admitindo à todos seu cansaço.
- Durma um pouco, Sakura-chan. - Sussurrou a morena.
- Não consigo, então vou aproveitar para terminar logo isso. - Seus olhos se estreitaram para mim, mas logo cedeu à resposta, deitando em seu canto.
Não havia mentido, queria muito terminar com isso, resolver todo o mistério, e não estava sentindo sono, talvez depois descansasse, mas não é como se eu me sentisse exausta. Entretanto, não posso falar da teimosia de Naruto, se eu eu fizer o mesmo que ele. Então logo mais deitei para um cochilo breve.
...
Os raios de sol queimavam minha pele sutilmente, já devia ser tarde, era pra ser um cochilo, mas acabou se prolongando até demais. Me senti observada, e ao fundo da sala foi ouvido por mim uma mordida demorada. - Sasuke comia tranquilamente uma maçã. Enquanto que me analisava com a mesma expressão vazia de sempre.
- Onde está todo mundo? - Perguntei depois de raciocinar um pouco espantando o sono para o além. Precisava voltar à ativa.
- A Hyuga está rondando a região. E Naruto patrulhando as ruas.
- Droga... - Murmurei. Não devia ter dormindo tanto, pois no relógio de parede marcava se oito e meia da manhã. Os papéis ainda estavam espalhados ao redor do meu corpo no chão, as minhas anotações estavam uma bagunça, devo ter desorganizado enquanto dormia.
- Algum problema? - Ouvi o moreno voltar a falar. Estaria ele interessado numa conversa?
- Devia ter sido só um cochilo. - Tentava focar no conteúdo das partes que lia superficialmente tentando reorganizar os papéis.
- Como você quer ter moral pra falar do Naruto se não aplica seus próprios fundamentos em si mesma?
A questão verbalizada ecoou pela sala e rendeu um tempo considerado para encontrar o que pudesse lhe responder. Mas não veio nada em mente, pois ele estava certo, e acredito que meu silêncio fez ele entender que concordava com o mesmo. - Ouvi seu suspiro pesado.
- Pensei em uma teoria antes da ronda.
Quem estava se esforçando de mais agora? Quando ele devia estar descansando estava ainda pensando em trabalho? - Franzi o cenho retrucando mentalmente a advertência que levei do mesmo. E devo ter sido muito transparente, pois o moreno deu de ombros como se lêsse minha mente.
- Acho que devem ter algum espião que passa informações para eles.
- Faz sentido... Isso explica eles saberem tantos detalhes sobre as plantações por exemplo, e para onde são transportadas. - Ele continuou a me observar, e resolvi aproveitar a atenção que recebia. - Nas partes que já li, fala sobre ataques durante os percursos com os produtos sendo transportados para outras Aldeias.
- Talvez o velho que te falou sobre essa pasta possa dar alguns nomes para podermos investigar.
- Ele mesmo disse que nessa pasta citava nomes. Deixe-me terminar de analisá-la, não quero ter que incomodá-lo de novo. - Não ouvi nada em resposta, seria minha deixa para continuar o trabalho.
...
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É Tarde demais?
RandomSakura está tão quebrada por dentro e insegura de si que se deixa levar pelo o ressentimento. O seu amado não a-reconhecia, nem seus sentimentos à ele quanto seus esforços para salvá-lo da escuridão que o-consumira. Restando apenas tristeza e pedaço...