17° Fazê-lo pagar

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         Sentia-se com frio e cansada, assim que terminara de auxiliar outro médico na sala de cirurgia, já que não confiava seu chácra para fazer sozinha. O frio que sentia parecia o seu corpo, ou melhor, seus anticorpos trabalhando para expulsar qualquer que fosse o que a deixou lenta e fraca o dia todo.
          Ela estava tentando lembrar o que pôde ter acontecido, afinal ela pode ser irresponsável as vezes em questão das horas certas para se alimentar, mas estava quase certa de que não se tratava disso.
E assim que se decidiu, correu para a sala de exames, na troca de pacientes, e fez um exame rápido de sangue. Agora, estava indo para lá, receber o resultado, e com sorte não seria nada sério demais.
           Virou a direita e então adentrou o pequeno cômodo, que era administrado por Yume, que neste momento estava concentrada em alguns papeis.

— Como está sua noite? — Sakura pergunta, respirando fundo, antes de seguir até perto da moça.

— Sakura-sama! — a rosada apenas assente, querendo mais que tudo a cadeira para se sentar. — Está uma correria por aqui também, tento ao máximo não misturar os exames e os resultados, mas está complicado!

— Imagino que esteja, não quero tomar seu tempo, mas sabe se o resultado do meu exame de sangue já saiu? — a mais nova procura algo em uma pasta amarela, com algo escrito na capa. Puxa de lá duas folhas grampeadas, e entrega a rosada.    

— Está tudo certo? — Sakura confere seu nome, e as informações básicas sobre si que eram necessárias para validar o documento.

— Sim, muito obrigada, posso ficar um pouco aqui enquanto verifico o resultado?

— Claro, fique o tempo que precisar! — A jovem enfermeira até parecia contente com isso.

           Sakura então começa sua busca pelos gráficos, a maioria dos níveis pareciam estáveis, talvez uma olhada rápida julgasse o documento de uma forma geral, ou seja, qualquer que tenha sido a alteração em alguma taxa não seria brevemente reconhecido. Respirou fundo, e continuou.
E então, mais abaixo encontra a explicação mais lógica e clara. Cetamina. Como, diabos, ingeri cetamina? É uma medicação utilizada principalmente para induzir e manter a anestesia. A substância produz um estado de transe, proporcionando alívio da dor, sedação e até perda de memória. Contudo, novamente, como ingeri esse composto?
             Alguma coisa estou deixando passar, me escapando da lembrança, em algum momento eu ingeri, preciso tentar descobrir como. Provavelmente, veio deste hospital, esse medicamento é restrito para ser comercializado "normalmente", como um analgésico qualquer. É usado para fins medicinais, cirúrgicos, tratamentos. Muito provável ter saído deste prédio.
             Lembro de sentir parte dos sintomas desde ontem à noite, quando saí daqui. Então também foi aqui onde aconteceu, mas em qual momento? Quais foram as oportunidades em que ingeri alimentícios ou qualquer líquido? Comi pela parte da manhã, antes de entrar aqui, e então o breve lanche que dividi com ele. Izuki, o enfermeiro que Sasuke suspeitava desde o início. E um estalo aconteceu em seu subconsciente, como se tivesse acendido a luz de um cômodo escuro.
             Eu apostaria tudo que foi neste exato momento que poderia ter ingerido a substância, sem ter percebido, provavelmente foi dissolvido no meu chá, já que em um breve momento ele pegou o produto antes de ser passado para mim. Maldito seja! Precisava resolver isso o quanto antes.

— Até outro momento, Yumi — se ergue da cadeira, indo em direção da porta.

— Até, Sakura-sama! — Seguiu reto pelo o corredor, pensando em como contornar a situação.

           Ela sabia que ainda havia muito trabalho que fazer no hospital, mas senão resolvesse a causa do problema, o caos não teria fim. E como uma luz no fim do túnel, a Hyuga brota perto dali, segurando uma grande caixa. Sakura se adianta até a morena.

— Sakura-chan, estávamos preocupados com você! — Hinata a adverte, enquanto a rosada tomava fôlego, chaqualhando os papéis nas mãos.

— Precisamos nos reunir — solta, deixando sua amiga ainda mais confusa, entregando a caixa que segurava uma enfermeira que passava.

— Como assim, descobriu algo? — Sakura apenas assente, puxando a morena pela mão.

           Assim que pega suas coisas, ela agarra uma de suas pílulas de comida, colocando na boca rapidamente. Lembra de que elas ajudaram bastante com os sintomas do medicamento que sentia intensamente desde que acordara.
            As duas seguiram para fora do prédio, a Hyuga estava curiosa e preocupada sobre o que atormentava a amiga, tirando o fato do imenso problema que tentavam resolver, enquanto que a Haruno sentia-se com fogo nos olhos. Como ele ousou?

— Supeito que Izuki tenha me drogado ontem. — Ela comenta, enquanto se afastavam do prédio. O vento frio daquela noite a arrepia instantaneamente.

— Isso explica, você estava diferente — a rosada assente.

             Enquanto se aproximavam, sentiam a presença de alguém se aproximar. Sakura conhecia aquele chácra. O moreno espiou as duas sobre o telhado de uma estabelecimento e as seguiu, sentindo que algo não estava de acordo com suas suspeitas. Assim que ele pousou perto delas na entrada da casa que estavam hosperdados, trocou um olhar significativo com a dona das esmeraldas brilhantes.

— Você estava certo, sobre suspeitar de Izuki, acredito que ele tenha me dopado — ela decide ser direta. Não se sentia nem um pouco paciente.

— Então é melhor prendê-lo para interrogatório, não é? — a Hyuga comenta, ajudando a rosada a encontrar roupas limpas na enorme bagunça do quarto que deixarma na parte da manhã antes de saírem.

— Ele está no hospital? — Sasuke questiona em aberto, já que as duas estavam lá.

— Na verdade eu não o vi desde ontem — Sakura responde. Hinata dá de ombros como se concordasse. O moreno estava com uma carranca, e Sakura percebe ao olhá-lo de relance, antes de entrar no banheiro.

— É melhor pra ele que eu mesma não o encontre — declarou, antes de fechar a porta.




É Tarde demais?Onde histórias criam vida. Descubra agora