Capítulo XII

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Brooke acordou se sentindo meio letárgica e completamente desorientada. Era como se cada um de seus músculos estivesse com câimbra e o simples movimento de erguer o corpo fez com que sua cabeça girasse como se estivesse a bordo de uma montanha russa sem freios. Olhando ao redor, constatou que estava em seu próprio quarto, mas sabia que tinha algo de errado. A única luz que iluminava o cômodo provinha do abajur que ficava sobre sua mesinha de cabeceira, mas Brooke conseguiu ver pelo no rádio relógio que já passava das cinco da manhã.

Um tanto confusa, ela se levantou vagarosamente e usou a parede como apoio para ir até a janela, afastando a cortina com cuidado para olhar o mundo lá fora. A neve caia em flocos pesados e cobria o chão com um manto branco, deixando que a madrugada ficasse ainda mais silenciosa. Devia faltar cerca de três horas para o sol nascer e isso fez com que ela se sentisse um pouco mais tranquila, mas ainda assim, tornou a fechar a cortina e se afastou da janela, sabendo que nunca estava realmente segura a céu aberto.

Sentindo suas pernas tremendo de fraqueza, Brooke se arrastou até a poltrona mais próxima e se sentou de forma desastrosa, ofegando como se tivesse acabado de correr uma maratona. O que tinha acontecido com seu corpo e porque se sentia tão fraca? Céus, estava tão cansada que teve de travar uma pequena batalha para não voltar à cama e dormir novamente. Será que tinha tomado algo para dormir?

-Finalmente você acordou.

Brooke se sobressaltou ao ouvir aquela voz e sentiu seu corpo rígido ao ver Eric parado bem na porta do seu quarto, como se fosse fruto de algum sonho erótico e bizarro. Como ele tinha entrado ali? Não fazia sentido... Respirando fundo, ela o observou com mais atenção, tentando comprovar que aquilo era mesmo real!

A camisa social que Eric usava estava completamente desabotoada e Brooke teve que fazer um esforço enorme para não ir até onde ele estava e tocar a pelugem dourada que cobria a parte inferior de seu abdômen, formando uma linha suave que se escondia logo debaixo do cós da calça... Tentando não parecer uma adolescente com os hormônios a flor da pele, ela se forçou a ser mais racional e tornou a encará-lo nos olhos, notando que Eric estava com a barba por fazer e com o cabelo loiro completamente despenteado, como se tivesse acabado de acordar. Parecia cansado e carregava um prato de canja que cheirava extremamente bem, e foi só então que as memórias do dia anterior vieram a sua mente.

Lembrou de ter trabalhado como louca no hospital graças às inúmeras vítimas da virose que necessitavam de atendimento, sem poder parar para descansar um segundo se quer. Para piorar a sua situação, ainda teve que fazer hora extra uma vez que Christina não pôde ir trabalhar. Também se recordou de conversar com o Dr. Peter no final da tarde, mas e depois? O que houve? Como tinha chegado em casa?

-Foi você quem me trouxe até aqui? – Indagou enquanto aceitava o prato de canja que ele lhe oferecia e experimentar uma boa colherada, descobrindo que era de galinha. Eric se manteve calado enquanto a observava comendo, sentado ao pé da cama e parecendo um tanto reflexivo – Vai ficar ai me olhando sem dizer nada?

-Você quase perdeu a consciência no final do plantão de ontem. – Disse ele por fim, soltando um suspiro cansado – Eu te encontrei nos braços de Peter Newman e te trouxe para cá. Depois disso você dormiu por quase doze horas seguidas.

-E... Você ficou aqui esse tempo todo?

-Sim. Precisei usar o seu banheiro pra tomar um banho e depois dormi no seu sofá. Não se lembra de nada?

-Não muito... Minha mente ainda está um pouco embaçada.

-Parece que você andou tomando aspirinas, sem falar que não comeu nada o dia todo. Isso deve ter feito sua pressão baixar, além de te deixar extremamente sonolenta. Não devia misturar esse tipo de medicamento com o estômago vazio!

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