Camila

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Lauren a seguiu enquanto caminhava de volta para onde antes estavam, o grupo agora estava mais próximo, conversavam uns com os outros animados.

_ Oh, estão de volta! Venham, estávamos querendo nos apresentar apropriadamente. - Disse a loira um tanto empolgada, pegando Lauren pelo pulso, assim como fazia com a mulher do seu lado. _ Acho que posso ser a primeira. - Falou limpando a garganta, atenção estava toda nela. Estavam em uma rodinha próxima.

_ Meu nome é Allyson Brooke, mas fiquem a vontade, podem me chamar apenas de Ally. - Deu um risinho. _ Sou natural do Texas, e sou cientista e lepidopterologista. Tenho tenho vinte e oito anos.

Desde pequena Allyson sempre se viu deslumbrada pelas borboletas, as via como seres plenos, delicados, as vezes até tentava imaginar os seres humanos como tais, sempre queria ver o melhor em cada, acreditava que no fundo, cada pessoa tinha algo bom em sua alma, que faria algo bom, as borboletas a tranquilizava. Ela apelidava seus amigos com espécies de que mais gostava, em sua mente, claro, tinha medo de rirem dela por sua fissura. Sua melhor amiga, para ela, se chamava F. Lycaeides Melissa Samuelis, uma pequena borboleta azul, sua preferida. Ela terminou, e passou a garrafa de Belvedere que antes segurava para o homem ao seu lado, como um sinal para que ele fosse o próximo.

Suas mãos eram um pouco trêmulas ao aceitar a garrafa, mas assim o fez. Pensou um pouco antes de começar a falar, todos olhavam atentos e curiosos.

_ Huh... Meu nome é Alexandre, e... Sou do Brasil, eu sou formado na faculdade de física e tenho vinte e cinco anos.

Olhou ao seu redor procurando alguém, não queria falar tanto. Ainda sentia suas articulações tremerem, algumas gotas de suor já escorriam em suas mãos, não era acostumado a falar para que mais de uma ou duas pessoas realmente prestassem atenção, a maioria não era paciente ou não se interessava, era o que ele pensava, sempre. Passou a garrafa para a morena a sua frente.

_ Okay, humm... - Começou enquanto pegava o objeto, piscando rápido para Alexandre sem que muitos percebessem. Meu nome é Lucia Vives, nasci em Porto Rico, mas atualmente moro na Itália, onde curso filosofia, também sou historiadora. Tenho vinte e nove anos. - Ela falava com um sorriso nos lábios, tendo orgulho de suas palavras proferidas. Lucia sempre gostou do que fazia, e sempre o fazia com amor, desde quando descobriu sua paixão sentada em sua cadeira na sala de aula em sua cidade natal, uma mulher alta, negra, de olhos verdes e lenço colorido nos cabelos não ensinava História, ela contava História, não era qualquer professora, ela vivia pela profissão, também era sua paixão. Uma angolana apaixonada por História e por sua história. Lucia desde então se viu fissurada pela matéria, ver a pequena menina, a maioria das vezes distraída e esbarrando em várias coisas sem querer perdida em seus pensamentos, imaginando se fosse Cleópatra faria também tamanhos feitos, ou Alexandre o Grande, ou Maquiavel, Napoleão, o rei Sol, ou até mesmo Joana D'Arc, era sinônimo de ver uma enciclopédia de datas e eventos históricos.

Lucia olhou para cada um fazendo sua análise minuciosa, acabou entregando a garrafa para uma mulher de olhos puxados que estava a sua direita. Um pouco tímida, tomou a garrafa e a segurou com as duas mãos. Ela custava levantar seu rosto, e quando o fazia, logo corava.

_ Sou Naoki, nasci em Kobe, no Japão. Tenho vinte anos e sou engenheira eletrônica. Também sou tradutora nas horasvagas. - Suas bochechas coraram de ter todos os olhares em si. Naoki sempre sedeixou levar pelas caixas de livros que seu pai trazia sempre para casa quandonão tinha tempo para organiza-los na biblioteca, as vezes esquecia até mesmo decomer, suas tardes eram repletas de números, lugares, fórmulas, histórias, nadaera suficiente para saciar sua sede pelo conhecimento, ela sempre gostou desaber, de conhecer, descobrir. Nunca entendeu o por que de tanto querer, detantas dúvidas, mas se acalmava ao imaginar sua cabeça como um grande HD, deespaço ilimitado, pronto para absorver toda e qualquer informação, imaginavacada carga elétrica, cada comunicação entre janelas, se entendia como umamáquina, não era atoa que Transcendence era seu filme predileto. E foi assim que se tornou fluente em seis línguas, nada tirava de sua cabeça que um dia teria que visitar outros lugares para descobrir mais e mais, e teria que se comunicar. Essa era a desculpa que a menina sempre dava a todos que tentavam tirá-la um pouco das quatro paredes de seu quarto, enfiada em dezenas de livros ao mesmo tempo, anotando, sublinhando e lendo e relendo.

EnigmaWhere stories live. Discover now