I DON'T LOVE YOU ANYMORE

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Presente

Assim que cheguei na cidade fui direto para a casa dos meus pais, fazia um tempo que eu não os via, eu ainda não tinha terminado o ensino médio, eu estava no último ano, confesso que eu não queria ter voltado pra Virginia mas com todos os eventos atuais eu não podia ficar em outro estado sozinho, eu saí daqui quando tinha acabado o primeiro ano, estava pronto pra começar o segundo, mas aconteceram algumas coisas, que me fizeram implorar para os meus pais para eu ir embora. Eles não cederam de início mas quando viram que eu não estava feliz me deixaram ir, então eu fui morar comigo m a minha tia Elena, ela tinha um apartamento na Georgia, ela era uma pessoa incrível, ela me aceitava como eu era, não houve nenhuma resistência da parte dela para que eu fosse morar lá, na verdade ela ficou feliz, e eu fui.

Enfim, chegando na casa dos meus pais notei que nada tinha mudado naquele bairro, não pude evitar de olhar para a casa azul ao lado da nossa, tudo parecia tão distante.

Toquei a campainha e esperei um pouco, logo minha irmã mais nova veio atender, ela devia saber que eu vinha mas ainda sim pulou nos meus braços gritando, feliz por ver, minha mãe veio ver o que estava acontecendo, quando ela notou que eu tinha chegado ficou tão feliz quanto a minha irmã, ela me abraçou e disse como sentia a minha falta.

- Como você cresceu meu filho. - Ela disse passando a mão pelo meu cabelo quando eu já tinha entrado, sentado em uma cadeira da cozinha.

- Como estão as coisas em casa? - Perguntei, ela ficou quieta por um momento, mas logo disse que eles estavam bem, que estavam felizes por eu ter voltado, mesmo que as circunstâncias desse acontecimento tenha sido horrível.

Conversamos por mais um tempo até que ela disse pra eu subir, descansar enquanto os meus irmãos ajudavam ela na cozinha. Eu tinha dois irmãos mais novos, a Reese e o Ryan, nós éramos muito próximos antes de eu ir embora, mas agora eu pretendia dedicar grande parte do meu tempo a eles.

Subi para o meu quarto e coloquei as malas no canto, notei que meu quarto estava como no dia que o deixei, só que mais limpo, me deitei na cama e fiquei pensando, meu pai não tinha chegado do trabalho ainda, ele era um pouco rígido conosco, mas carinhoso em alguns momentos, pra ele foi tão foi tão fácil assim, me aceitar sabe, mas ele foi se acostumando com a ideia de ter um filho gay, ele me respeita, e é nesse momento que eu percebo o quanto eu tive sorte, por ter pais tão maravilhosos, ele nunca me maltratou, ou disse algo que pudesse me magoar, só ficou distante por um tempo, mas enfim, pra ele devia estar sendo tão difícil quanto era para mim. Confesso que estava com medo de ver ele, pois eu não queria conversar sobre o que aconteceu na Georgia, não queria ter que lembrar daquilo.

Me levantei contrariado e me sentei no acento em baixo da minha janela, direcionei meu olhar para a casa azul, me perguntando se ele ainda morava lá, nossa história não foi tão conturbada, não foi nada fantasioso, só não demos certo, tivemos uma grande briga, não gosto de lembrar disso, mas depois da briga ele já estava com outra pessoa, acho que não significava tanto pra ele, quanto pra mim, mas eu realmente amei aquele garoto.

Foi olhando para a casa através do vidro que eu pude ver um garoto entrando no quarto, batendo a porta e andar agitado pelo cômodo, eu não consegui enxergar direito quem era, ele estava se movendo muito rápido, então ele parou, ele estava de costas para mim, mas mesmo assim ele me parecia familiar, eu o observei atentamente quando o vejo ir até a sua cama e desabar sobre ela, mas não demorou muito até que ele se levantasse, ele se moveu até a sua janela, que ficava de frente para a Minha, o garoto se sentou na beirada da janela, ele parecia abalado, acho que estava chorando, eu não estava enxergando muito bem, então caminho até a minha cama para pegar meus óculos, me sentei novamente e foi aí que percebi, aquele era Jack.

Fiquei estático por um tempo, ele ainda parecia estar chorando, desolado, o grande motivo da minha surpresa foi que, enquanto eu estava fora, um dos meus amigos disse que ele ia se mudar, mas lá estava ele e mesmo depois de tudo ainda me machuca ver ele sofrendo, sempre foi assim.

Eu continuava o observando fixamente quando ele levantou a cabeça e olhou para mim, eu fiquei surpreso e envergonhado, eu não conseguia explicar o que estava sentindo, nós ficamos nos encarando por um tempo, eu acho, quando enfim eu me levantei e abaixei a persiana. Olhar nos olhos dele, mesmo que de longe me machucava, lembrar que um dia ele fez parte da minha vida machuca.

Eu precisava me libertar, precisava me lembrar que não amava mais o garoto da casa ao lado.

"friends"  - EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora