[ UDG ] ELIPSE - A SAGA QUE MÚSCULO

Cap. 4 - PANDAEMONIUM

DE VOLTA AO PRESENTE DAQUELA VIDA QUE qualquer garota humana e indecisa gostaria de ter; quando aquela saga adolescente com vampiros românticos ainda estava no auge ( porém agora transformada em um cenário pós apocalíptico) eu finalmente cheguei ao chão, e enquanto o solo era arrebentado pelo impacto e os pedaços dos escombros ao meu redor voavam em câmera lenta para todos os lados, eu ainda tentava imaginar o que teria acontecido ali.

Liguei meu celular, mas não tinha rede alguma disponível, então liguei o rádio conectando um pequeno fone de ouvido bluetooth que milagrosamente estava dentro do bolso da minha calça agora esfarrapada e, assim como todo meu corpo, coberta de fuligem.

Parecia estar acontecendo no mundo todo; já que em Paris, a torre Eiffel havia sido derrubada um monstro gigantesco que saiu do mar. Em Tókio robôs gigantescos que protegiam a humanidade tiveram de ser criados às pressas para deter os monstros que, com a estranha ausência dos super-heróis locais, se uniram para devastar a cidade.

O resultado não poderia ter sido diferente: os monstros venceram a guerra.

Na China, a Grande Muralha voltou a ser um campo de batalha já que um exército de monstros reptilianos e esverdeados, voltaram das profundezas para aterrorizar a humanidade. Infelizmente, de acordo com o notíciario, mesmo com os humanos atualmente possuindo armas de fogo e de destruição em massa, as criaturas demoníacas e incansáveis simplesmente venceram também.

No Brasil; a natureza simplesmente decidiu revidar de uma forma inacreditavelmente cruel a todo o descaso por parte da humanidade.

Diversas estações de rádio noticiavam que as árvores das florestas; literalmente marcharam rumo às cidades ao lado de inúmeras criaturas folclóricas nativas, para tomar seu lugar de direito original.

Em lugares como as famosas capitais São Paulo e Rio de Janeiro; já não havia onde se esconder das raízes gigantescas do exército de árvores humanóides que devastavam tudo em seu caminho.

Na Romênia, famosos vampiros do passado agora voltavam a governar os reles mortais.

O mundo se tornava um lugar cada vez mais aterrorizante; enquanto super vilões, alienígenas e cataclismos também pareciam unir forças para devastar a pobre cidade de Nova Iorque, já tão alvejada pelas catástrofes cinematográficas de sempre.

No Egito; liderados por um poderoso vilão milenar de um franquia cinematográfica há muito levada pelas areias do tempo ( da qual o protagonista, um arqueólogo sexy, corajoso e falastrão, tornou-se um piloto de corrida cujo cérebro - única parte remanescente e intacta de seu corpo após um trágico acidente de trânsito - agora fazia parte de um estranho corpo robótico, numa série de TV onde passou a morar em uma mansão, onde um grupo de pessoas bastante bizarras e igualmente "salvas da morte" por um benfeitor enigmático, o ajudaram a se adaptar à nova vida com a qual se deparou)... Exércitos de múmias vivas agora aterrorizavam todo o Oriente Médio.

- Mas qual a razão para tudo aquilo estar acontecendo? - Eu ainda questionava quando vi ao longe um dos bravos bombeiros que ajudavam algumas pessoas a sair debaixo de escombros, se transformar em cinzas, e se juntando às cinzas de outras pessoas, animais e até plantas que viravam pó.

De repente, uma ratazana enorme passou por debaixo das minhas pernas, mas ela não foi muito longe, já que ao se aproximar de uma boca de lobo ali perto, também virou pó.

Ao me deparar com uma garota ruiva e com poderes de telecinese que quase não conseguia levitar alguns escombros da Biblioteca Nacional de Nova Iorque, sem colocar as mãos na cabeça e sussurrar "Scott"  eu tomei coragem e corri para agarrar e jogar para os lados, os pedaços de colunas que estavam prestes a esmagar aqueles pobres humanos.