Morgan Hayes e Harvey Sanders são inseparáveis. Muitos poderiam considerar que são o "casal perfeito", não fosse pelo fato de que na verdade, eles nunca ficaram juntos.
Morgan é uma psicóloga que trabalha no campus da NYU. Harvey é professor de Lite...
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Eu costumava ler romances e pensar que era isso que a vida me reservava para o futuro. De tanto ler, me tornei crente daquilo que os livros me pregavam. Ansiamos tanto pelo amor, por algo que parece estar tão próximo e tão distante ao mesmo tempo, que não notamos que talvez o amor já esteja ali, acontecendo. Bem diante dos nossos narizes.
Olhando para trás agora, posso ver que tudo o que aconteceu, cada escolha e cada consequência dessas escolhas me levaram exatamente para o lugar onde estou hoje. Não sei dizer se me arrependo, porque dizer isso, seria menosprezar uma história que foi tão importante.
A nossa história.
Para falar a verdade, enquanto olho para as estantes ao meu redor e o mar de rostos à minha frente, só consigo pensar que eu desejaria ter tido outra oportunidade. Mas oportunidades não são distribuídas como panfletos na rua. Tampouco podemos voltar no tempo e consertar nossos erros. Sei o que eu devo fazer agora e sei o que as pessoas esperam que eu faça, embora minha cabeça esteja em qualquer outro lugar, quer dizer, não qualquer outro lugar, mais especificamente em São Francisco. Mas ainda assim, distante de onde eu preciso que ela esteja. Lutei minha vida inteira para estar aqui, para estar onde eu deveria estar, fazendo o que eu sei que deveria fazer pelo resto dos meus dias. Porém, não tem a mesma graça que pensei que teria. Não parece mais tão maravilhoso como eu sonhei que seria. Porque embora sempre tenha sido meu sonho, eu não estava sonhando sozinho. Há algo faltando e sei que em parte, isso é culpa minha.
Olho para a multidão uma última vez antes de continuar, e a mesma multidão resolve me encarar de volta. Estão ansiosos, eu sei. Me permito procurar pelo seu rosto novamente, esperando que se eu piscar algumas vezes, de repente você se materialize em minha frente. Sei que é idiota da minha parte esperar que você esteja lá, que você tenha vindo.
Sabe, Morgan, eu também não viria se fosse você.
Mas depois de tantos anos, de tantos tropeços e de tantas escolhas erradas, a única escolha da qual eu não me arrependo foi quando resolvi falar com a garota linda de cabelos escuros e camisa verde musgo naquela noite fatídica de terça-feira. Depois daquela conversa, decidi que eu tinha um dia favorito na semana. Terça-feira seria meu dia favorito pelo resto dos dias que ainda me sobravam e você, você seria a minha pessoa favorita pelo resto da vida. E provavelmente depois dela também. Você foi a única escolha certa que eu já fiz, e você sabe que eu não sou de acertar em muitas coisas.
Mas você, Morgan, você vai ser pra sempre o amor mais verdadeiro que eu já conheci e não tive. Então, acho que voltamos para a pergunta que iniciou toda essa conversa maluca que estou tendo comigo mesmo: Me arrependo do que aconteceu? De tudo o que vivemos?
Você - como sempre - estava certa quando disse que, sempre que começamos a nos questionar sobre grandes perguntas das quais já temos as respostas mas não conseguimos enxergar, essas respostas se tornam mais óbvias no final de tudo. Acho que já tenho a resposta para a minha grande pergunta. Eu sempre soube qual seria. Acho que só havia uma resposta certa no final das contas. Mas você sabe que há um traço de imbecilidade muito forte em mim. Às vezes, não consigo enxergar o que está bem diante do meu nariz. Não consegui enxergar você quando deveria, mas eu vejo agora. Eu enxergo tudo claramente.
E a resposta é: Não. Você é a única coisa da qual eu jamais poderia me arrepender.