Morgan Hayes e Harvey Sanders são inseparáveis. Muitos poderiam considerar que são o "casal perfeito", não fosse pelo fato de que na verdade, eles nunca ficaram juntos.
Morgan é uma psicóloga que trabalha no campus da NYU. Harvey é professor de Lite...
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MORGAN
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Estamos esperando na lateral do estabelecimento para que nossos pedidos sejam preparados. Chinatown é uma região extremamente movimentada e o pequeno lugar é mais parecido com um food truck, do que um estabelecimento em que podemos sentar e conversar de verdade. Foi uma mudança interessante, levando em consideração que eu provavelmente teria escolhido um lugar diferente.
"Sei que pode demorar um pouco, mas prometo que vale a pena", ele me olha de soslaio e então volta a sua atenção para uma pequena senhora asiática, que estava finalizando nossos pedidos.
Ela lhe entrega uma sacola e ele a pega com um sorriso nos lábios, agradecendo a mulher pela atenção. Percebo que Harvey é assim com todos que ele conhece: o sorriso largo, a presença marcante, a maneira como ele faz parecer que todo mundo é importante de alguma forma, mesmo tendo acabado de conhecer a pessoa. Não quero avaliá-lo como se ele fosse um objeto a ser estudado. Mas para falar a verdade, eu estava intrigada.
"Vamos", ele diz e voltamos para o seu carro. Assim que estou em meu lugar, ele me entrega a sacola com meu pedido. "Quero ver o que você acha, vamos lá", ele sorri e me encara em expectativa. Eu abro o pequeno embrulho com um potinho tamanho médio. Abro a tampa de isopor e olho para a comida. Ela não parece muito gostosa, devo confessar. Mas Harvey está tão ansioso que fico com pena de não provar.
"Isso está com uma cara péssima", confesso em uma careta.
"Vai ficar ainda pior depois que sair pela privada", ele ri e eu começo a gargalhar. "Vamos, Morgan, quero saber o que você achou", ele incentiva e eu ajeito meu hashi nas mãos, tentando pegar um pouco do que está no pote. Harvey ri e ajeita os pequenos pauzinhos em minha mão, me mostrando como utilizá-los.
"Assim, está vendo?", ele sorri. "Desse jeito você tem mais mobilidade", ele avisa. Era um tanto complicado comer com hashi, mas Harvey fazia parecer muito simples. Provo um pouco do ramen e olho para ele, que me encara em evidente expectativa. O sabor não era nada comparado com a aparência, devo admitir. Enquanto o prato parecia tenebroso, seu sabor era simplesmente divino.
"Meu Deus!", murmuro com a mão em frente a minha boca, enquanto mastigo. Harvey se recosta em seu assento completamente satisfeito com a reação.
"Eu disse!", ele sorri e então pega o seu embrulho, o abrindo e simplesmente enchendo sua boca em uma única mordida. Ele havia pedido um temaki e alguns harumakis. Ele não parecia envergonhado de comer na frente de ninguém e me pego sentindo um pouco de inveja. Imagino que deve ser bom não sentir vergonha de nada. Mas quer dizer, quando você olha para Harvey, não vê porque ele teria vergonha de qualquer coisa. Ele é simplesmente perfeito dentro daquilo que se espera que ele seja.