4

88 10 38
                                    



Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.



MORGAN



Eu nunca estive em High Line antes.  Agora, sentada em um banco de frente para os trilhos do trem, e admirando a vista da cidade que se tornava tão viva diante das luzes brilhantes dos prédios e do entardecer do sol, eu entendia porque esse era o lugar favorito de Harvey. 

Há uma certa paz aqui. É um lugar onde você pode respirar fundo e se conectar com você mesmo e com o que você estiver sentindo.  Harvey está em silencio ao meu lado, terminando de comer uma casquinha de sorvete que havíamos comprado no caminho. Ele encara o pôr do sol enquanto eu o encaro. Ninguém nunca  havia se importado em me conhecer antes. Apesar de ter sido algo tão pequeno e breve, de alguma forma, foi um tanto quanto significativo. Talvez seja coisa de momento e o fato de que fico sempre muito emotiva quando penso em Alya, mas ainda assim, naquele momento, fui grata por Harvey estar ali.

"Obrigada", eu lhe digo e ele se vira para me encarar.

"Pelo quê?", ele pergunta franzindo o cenho.

"Por me mostrar esse lugar", eu sorrio e encaro o pôr do sol. "Se você não se importar e a oferta ainda estiver de pé, quero sim dividir esse lugar com você", eu lhe digo e ele sorri.

"Acho que está decidido então", ele fala. "Esse será o nosso lugar"

Eu não respondo nada, apenas volto a encarar a paisagem. 

"Eu queria ter conhecido esse lugar antes", murmuro e sinto o olhar de  Harvey  queimar em minha pele e volto a fitá-lo. Nossos olhares se cruzam por um momento e logo Harvey volta a olhar ao seu redor, antes de falar.

"Eu conheci esse lugar quando era pequeno", ele parece perdido em pensamentos ou memórias, eu não saberia dizer. Mas não o interrompo, quero ouvir o que ele tem a dizer. "Eu costumava fugir pra cá quando queria me sentir bem", ele dá de ombros. 

"Você tinha quantos anos quando veio pela primeira vez?", pergunto e ele me encara por sobre o ombro, antes de voltar a olhar para o céu à nossa frente e pensar na sua resposta.

"Foi um pouco antes de minha mãe sair de casa. Sempre que ela e meu pai estavam brigando, eu vinha pra cá para não ficar escutando", ele conta. Sinto comoção pelo pequeno Harvey que corria para o seu refúgio em troca de alguns momentos de paz. Sei que não posso fazer nada para mudar isso, mas se eu pudesse, gostaria de fazer. 

InfatuationOnde histórias criam vida. Descubra agora