Morgan Hayes e Harvey Sanders são inseparáveis. Muitos poderiam considerar que são o "casal perfeito", não fosse pelo fato de que na verdade, eles nunca ficaram juntos.
Morgan é uma psicóloga que trabalha no campus da NYU. Harvey é professor de Lite...
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MORGAN
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Eu nunca estive em High Line antes. Agora, sentada em um banco de frente para os trilhos do trem, e admirando a vista da cidade que se tornava tão viva diante das luzes brilhantes dos prédios e do entardecer do sol, eu entendia porque esse era o lugar favorito de Harvey.
Há uma certa paz aqui. É um lugar onde você pode respirar fundo e se conectar com você mesmo e com o que você estiver sentindo. Harvey está em silencio ao meu lado, terminando de comer uma casquinha de sorvete que havíamos comprado no caminho. Ele encara o pôr do sol enquanto eu o encaro. Ninguém nunca havia se importado em me conhecer antes. Apesar de ter sido algo tão pequeno e breve, de alguma forma, foi um tanto quanto significativo. Talvez seja coisa de momento e o fato de que fico sempre muito emotiva quando penso em Alya, mas ainda assim, naquele momento, fui grata por Harvey estar ali.
"Obrigada", eu lhe digo e ele se vira para me encarar.
"Pelo quê?", ele pergunta franzindo o cenho.
"Por me mostrar esse lugar", eu sorrio e encaro o pôr do sol. "Se você não se importar e a oferta ainda estiver de pé, quero sim dividir esse lugar com você", eu lhe digo e ele sorri.
"Acho que está decidido então", ele fala. "Esse será o nosso lugar"
Eu não respondo nada, apenas volto a encarar a paisagem.
"Eu queria ter conhecido esse lugar antes", murmuro e sinto o olhar de Harvey queimar em minha pele e volto a fitá-lo. Nossos olhares se cruzam por um momento e logo Harvey volta a olhar ao seu redor, antes de falar.
"Eu conheci esse lugar quando era pequeno", ele parece perdido em pensamentos ou memórias, eu não saberia dizer. Mas não o interrompo, quero ouvir o que ele tem a dizer. "Eu costumava fugir pra cá quando queria me sentir bem", ele dá de ombros.
"Você tinha quantos anos quando veio pela primeira vez?", pergunto e ele me encara por sobre o ombro, antes de voltar a olhar para o céu à nossa frente e pensar na sua resposta.
"Foi um pouco antes de minha mãe sair de casa. Sempre que ela e meu pai estavam brigando, eu vinha pra cá para não ficar escutando", ele conta. Sinto comoção pelo pequeno Harvey que corria para o seu refúgio em troca de alguns momentos de paz. Sei que não posso fazer nada para mudar isso, mas se eu pudesse, gostaria de fazer.