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Apesar de sempre estar doente, sempre com dores no corpo e vontade de vomitar sempre que comia minha comida favorita, nada disso me interrompeu de sair com minhas amigas. Íamos nas festas, bailes escolares e eventos quais a escola sempre nos fazia ir.

Jogos de basquete são vistos por nós três desde que Rowan começou a namorar o Peter, nunca entendi o porquê da garota ir num jogo onde garotos corriam atrás de uma bola, ela dizia que os namorados gostavam de saber que as namoradas estariam lá, por isso, fomos em todos que Peter jogava e via como minha amiga amava ver ele habilmente lidar com a bola e fazer um ponto para o nosso time.

A situação dos dois não saiu daquilo depois que o vi juntos, continuam se falando, mas por algum motivo, Peter ainda está enrolado com Abigail. É o que diz minha amiga, apesar de eu acreditar que ele está enrolando a Rowan, ela acredita nele.

Relacionamentos no ensino médio são tão complicados.

Tudo o que queria era ter um romance depois da faculdade, quando todos têm uma ideia de como irá ser sua vida adulta, sentimentos maduros o suficiente para lidar com qualquer coisinha, e principalmente, sem a brincadeira de magoar corações por aí. Tudo seria mais fácil depois da faculdade. Me acomodei com meu pequeno futuro, onde serei apenas uma lembrança para as pessoas que me conheceram e sentiram minha falta. No segundo ano eu já tinha me acostumado com esse fato trágico, afinal, nada na vida é fácil.

Olho para Nancy, que está atenta ao jogo com um balde enorme de pipoca e um gigante copo de refrigerante no braço da cadeira, Rowan é a única que de fato está nervosa com o resultado que nosso time está enfrentando. Os pontos estão pertos e a torcida com a respiração suspensa. Nenhum time chegou tão perto assim de nós, parece que tudo tem sua primeira vez.

Metade dos jogadores estão suados e correndo feito loucos pelo ginásio, cada grito e reverbero chega nos meus ouvidos, nunca quis tanto ficar em casa, ainda mais quando se está evitando alguém em particular.

Não que eu não tenha o visto na escola, pelos corredores, lançando aquele sorriso malicioso e afastando fios de seu cabelo do rosto. Joey Dobrev tem sido minha assombração pessoal. Aonde quer que eu vá, lá está ele. Sempre que passo meus olhos pelo refeitório enquanto estou minhas amigas tranquilamente, ele me acha e sorri com os olhos, deixando-os pequeninos e lindos.

Tudo nele me irrita. Desde o jeito que me tocou aquele dia, até como, sem querer, toca em meu braço no corredor cheio da escola, não consigo tirá-lo da minha cabeça, ainda mais quando ele tem sido frequente nos meus pensamentos e ao vivo. Ainda tenho a lembrança fresca do dia que apareceu em minha casa e tocou em meu rosto, foi um toque apenas, mas sei que por deixar minhas barreiras para ele fazer isso, não foi fácil deixar.

Meu rosto começa a queimar com a velocidade da luz com a lembrança que me atingiu, sei que estou com as bochechas rosadas, olho ao redor para ver se alguém percebeu a drástica mudança de meu rosto. Aparentemente, minhas amigas estão mais interessadas no jogo do que em mim, o que é bom. Não preciso delas me enchendo com perguntas, quais não irei responder, pelo fato de que elas não podem saber que Joey esteve em meu quarto dias atrás.

Tudo está como um pequeno segredo dentro de mim.

Nunca fui boa em guardar segredos, sempre contava tudo a minhas amigas, mas sei que contar sobre Joey, e o que ele me faz sentir, será capaz de causar um fim do mundo para elas. Nancy não demonstra, mas sei que ainda não conseguiu esquecer o garoto, nunca mais ouço ela comentar sobre ele. Espero que tenha esquecido, todas as garotas com quem ele já saiu, são como troféus andando pela escola. Isso é repugnante.

Encosto na minha cadeira, cruzando os braços e, acompanhando com os olhos, a bola de basquete que passa entre os jogadores de nossa escola. Eles até são bons. No cronômetro, ainda resta um tempo de partida, mas minha bexiga reclama dos grandes copos de refrigerante que bebi minutos atrás.

Está Chovendo Estrelas [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora