Abigail

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É verão, vamos ir passear e nos divertir em família no fim de semana na praia. Meus pais conhecem os pais de Halley faz um bom tempo e com isso acabamos por nos tornar amigos. Me lembro de conhece-lo logo que voltamos para nossa cidade, papai tinha conseguido um emprego bom e mamãe estava animada por voltar ao lugar onde havia crescido.

Aos 6 anos conheci Halley, ele na época tinha sete, lembro-me bem de nossa conversa.

-Oi, meu nome é Halley. Como você se chama?- ele perguntava alegre, pelo fato de sempre ter sido um menino energético e inquieto.

-Me chamo Abigail. Sabia que existe um cometa com seu nome?- lembro detalhadamente da feição engraçada que se formou em seu rosto.

-Abigail... Seu nome me lembra como os girassóis são redondos, alegres e amarelos.- ele riu e timidamente o acompanhei pelo fato de sua risada ser espalhafatosa e acolhedora. A partir daquele momento, sabíamos, nós dois, que jamais deixaríamos um ao outro.

Agora, após lembrar vagamente dessa memória feliz e de outros inúmeros flashes, estou na camionete barulhenta com meus pais indo em direção à casa do menino com o nome do cometa que passa pela terra à cada 75 anos.

Após chegar, cumprimentar e realojar todas nossas bugigangas na combe dos pais de Halley, pegamos a estrada.

Estamos jogando cartas e conversando sobre estórias infantis.

-Eu gostaria de ser um príncipe, iria encantar todas as donzelas do reino porém somente uma iria ganhar meu coração. Corrigindo, rouba-lo.- completou rindo.- E você? Quem gostaria de ser?

-Eu seria uma elfa, com aquelas orelhas pontudas e tudo mais.- rimos da nossa brincadeira.

-E como iríamos juntar o mundo de um príncipe com o de uma elfa?- ele falou de maneira travessa e criativa.

-Ora, é um conto de fadas, uma estória infantil, não é? Tudo é possível.- sorri e ele concorda.

Mas nesse momento tudo para. Ouço o tio Banner buzinar e todos os adultos gritarem para nos abaixar. Automaticamente de maneira rápida olho para frente e vejo que um caminhão desgovernado vinha de encontro a pequena combe que até à pouco tinha como rumo a quente e cheia praia de visitantes.

Olho para Halley tentando manter a calma logo vendo que o mesmo me encara com seus lindos e delicados olhos verdes arregalados, demonstrando desespero e que aos poucos enchem-se de lagrimas, nesse momento a única coisa que consigo fazer é abraça-lo e de maneira falha tento protegê-lo de todo o mundo.

O Verão é a Nossa Salvação.Onde histórias criam vida. Descubra agora