O banho

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Ao chuveiro, quando a água caí e ao molhar meu corpo
Quando quase começo a chorar com as lembranças
Sinto a tristeza me rodear, dominando tudo
Sinto o frio intenso me abraçar e apertar meu coração.

Distimia batendo forte como uma depressão
Um choque tão forte que vai da cabeça aos pés no chão
Fazendo o que era inteiro em fragmentos jogados
Quando as lagrimas descem, aquecem o coração.

Fazendo mais uma vez dos cacos pedaços inteiros
Porém separados, separados pela verdade da vida
O que mais assusta é que…
Mesmo não havendo nada, sinto tudo.

Mesmo tendo tudo, sinto que não tenho nada
Mesmo que me falem que vai passar
Mesmo sem o mundo parar de girar
A última esperança já foi a se esparramar

Quebrado… entretanto inteiro…
Nu, porém vestido…
Sangrando por ataduras mal colocadas
E por dentro um vazio… dominando por inteiro.

Simples, ingênuo, um trivial olhar
A luz a iluminar, quase sem ar
Com o pó retorno ao que era antes
Antes da dor, antes de tudo.

Um corpo gélido deixado para alguém encontrar
Uma pessoa sem forças
Sem sentimentos, sem vontade de levantar
O sangue a escorrer junto a água.

Com cortes na pele
Um último respirar
Uma última visão do que já não era mais como antes
E assim mais um corpo para alguém encontrar…

Poemas de um SolitárioOnde histórias criam vida. Descubra agora