Cap. 16 - Quase eclipse

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Para uma melhor experiência, leia escutando a música acima com fones!
Boa leitura. 🤍











"Eu quero fazer você se sentir confortável, quero ouvir você falar por horas... Dormir nunca foi tão fácil."
Isso é tão Solange!













Quantas vezes você já se pegou pensando em alguém? Tipo, por muito tempo mesmo?

Você já se odiou por gostar tanto de alguém, que você sente que faria qualquer coisa para vê-lo? Nem que seja de longe? Ou com outra pessoa?
Minha mãe sempre me disse que devia pedir antes de tirar, e se não quisessem me dar, eu devia me contentar com o que tinha.

Mas dessa vez, eu sentia que o que tinha era bem maior e melhor que aquilo que havia pedido.

Ouço duas batidas na porta. E até me certificar que era Jake, não abri.

"Sol? Sou eu. Jake." Ele diz e eu abro a porta. Ele entra carregando dois copos de café. Fecho logo a porta, e a tranco. Ele pousa os cafés no armário médio que tinha lá e depois de alguns segundos olhando para os mesmos, foi em direção à sua mochila e vasculhou nela.

Eu esfrego as mãos, sentindo frio. O lugar onde estávamos era frio e húmido. Não devia. Uma vez que estamos em vésperas do verão.

"Você devia se cobrir." Ele diz e me entrega um moletom amarelo. Sorrio. "O que foi?"

"Você tem uma roupa amarela." Digo ainda sorrindo. "É... bom que você esteja experimentando outras cores." Ele olha para mim confuso, até sorrir e assentir.

"Não sou nenhum monstro Sol." Ele diz.

"Eu nunca disse que era." Rebato. Ele assente, de novo.

"Você acha que visto preto por ser revoltado?" Ele pergunta eu assinto rindo fraco.

"É o que todos os livros de romance me ensinaram." Digo olhando para ele.

"Eu uso porque realmente gosto da cor. Sei lá. Eu acho que combina comigo." Ele diz e dá de ombros. Eu seguro sua mão. Que além de quente se encontrava um pouco suada.

"Eu acho que fica lindo em você." Digo, ele levanta o olhar, para olhar diretamente para mim. Eu sorrio para ele.

"Como pode um sol ter as mãos tão frias?" Ele pergunta e eu dou de ombros sorrindo.

"Como pode a Lua ser tão quente?" Pergunto. Ele olha confuso, mas sorri e solta minha mão. Ele pega um dos copos de café, e me entrega. Eu me apresso em sentar na cama para beber o líquido quente e me sentir mais quente. "Mocha." Disse.

"Eu achei que quisesse algo mais doce, além de ter acrescentado cereais. Faz algumas horas desde que comemos. Só café não faria bem para você." Ele explica-se sentando perto de mim, com o seu copo na mão também.

"E para você?" Pergunto. Ele olha para frente.

"Sim... também não faria bem para mim." Ele falou e empurrou a bebida com alguma pressa. Eu rio.

"Vai engasgar. Calma." Disse e esfreguei a mão nas suas costas. Ele olha para a minha cara por alguns segundos quando sente o meu toque e depois concentra-se novamente em suas mãos segurando o copo.

"Você é friorenta. Porque não trouxe um casaco mais quente ou um moletom pesado?" Ele pergunta dando um gole em sua bebida. Eu suspiro.

"Porque... Eu não tive muito tempo para pensar." Digo olhando a bebida marrom em minhas mãos. "Eu só estava sendo uma adolescente normal, desobedecendo meu pai e quebrando todas as regras dele. Inclusive a única regra que ele não deu: fugir de casa com um garoto." Sorrio.

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