Capítulo 5

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Na manhã seguinte ...

— Como foi ontem à noite? Quando você chegou eu já estava dormindo.

— Conversei com alguns caras, homens que levaram a moça para a cama em troca de dinheiro, mas não acredito que algum deles seja o culpado. Mas tem um cara que não consegui identificar, ele foi visto conversando com Mary na noite em que ela desapareceu. Ninguém conhece ele, parece que foi a única vez que esteve por lá. Pode ser o assassino, mas talvez era apenas mais um dos clientes dela.

— Então ainda não existe nenhum suspeito de verdade?

— Infelizmente não.

 — E qual é o próximo passo nas investigações?

— Precisamos encontrar alguém que viu Mary depois que ela saiu da lanchonete, ou chegando em casa. Algum suspeito perto da casa dela, algum carro estacionado, qualquer informação que nos ajude. Eu diria que estamos de mãos atadas, por enquanto. O laudo da perícia não trouxe nada além de um fio de cabelo. Vamos confrontar com o DNA dos homens que conversei ontem na lanchonete, mas não acredito que seja compatível. Vou analisar todos os dados que já temos até agora e ver se algum detalhe passou batido.

— Tenha calma, ao menos é só uma vítima até agora.

— Ao menos isso — falou Scott e saiu em seguida depois de dar um beijo na esposa.

Scott foi imediatamente para o departamento. Até aquele momento ainda não havia nenhum comunicado de uma nova vítima encontrada. Depois de encher uma xícara de café ele sentou-se em frente ao computador. Em seguida abriu a pasta com as fotos tiradas na cena do crime. Não era algo impactante como em outros crimes que ele havia investigado, não havia sangue, nem cortes profundos, mas não deixava de ser cruel o que aconteceu com Mary. A posição em que o corpo estava ainda o intrigava, sem dúvida era uma insinuação sexual. Uma prostituta morta, estuprada e depois deixada naquela posição.

Morte por estrangulamento, nenhum ferimento além disso. Nenhuma prova convincente que pudesse levar a polícia até o assassino. Scott também checou nos registros para ver se havia algum caso parecido com aquele no passado, ou ainda sem solução. Não apenas em New York, mas também em outros estados. Não havia nada parecido nos arquivos da polícia, era um caso único até aquele momento.

— Alguma novidade, Scott? — perguntou Alfred sentando-se em sua frente.

— Não, ontem a noite eu estive na lanchonete onde Mary trabalhava, mas não consegui nenhuma pista nova. Não temos nenhum suspeito. Mary não tinha parentes e nem namorado, sua melhor amiga era Emma e ela também não pôde contribuir muito com as investigações. É um caso bastante complicada, mas acredito que cedo ou tarde iremos colocar o culpado atrás das grades.

— Com base em sua experiência, você acredita que se trata de um crime isolado ou há chances de estarmos lidando com outro serial killer? — perguntou Alfred apenas querendo confirmar sua opinião.

— Eu digo que me surpreenderia muito se não fosse a segunda opção, tudo indica que novos crimes vão acontecer. Há muitos elementos que indicam a ação de um assassino em série. O cuidado que ele teve para não deixar pistas, mas principalmente a maneira em que o corpo foi encontrado. A única maneira de impedir que o assassino se torne um seria killer é prendendo-o antes que faça uma nova vítima, mas isso também não é simples. A vítima era alguém que fazia programas sexuais, pode ser considerada uma prostituta. Se elas forem as vítimas em potencial será bastante complicado impedir que ele mate outra mulher. Não sabemos o carro que ele usa, nem a cor, basta ele parar em qualquer rua e escolher a próxima vítima.

— De fato, isso é verdade, mas quero que dê o melhor de si para resolver este caso e prender o assassino. Confio em você e espero não me decepcionar.

Noites de pecados (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora