Adiar

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Quando te vejo agir
Como se não fosse me deixar ir
Qualquer coisa poderia fazer
Até aprender a amar como você

Camus acordou antes mesmo do sol nascer, já era um costume acordar tão cedo para treinar, mas o motivo de se levantar tão cedo hoje era outro. Teria que voltar logo para a Sibéria, provavelmente no começo da tarde. 

Uma respiração baixa do seu lado chamou a atenção do aquariano e em meio aquela escuridão do seu quarto viu o rosto sereno do Milo. Um suspiro baixo escapou do ruivo, sabia o quanto seria complicado ir embora e que somente o olhar do escorpiano no dia anterior foi o suficiente para fazer com que adiasse a viagem para o dia seguinte, mas agora não poderia mais adiar.

O aquariano se levantou tentando não acordar o loiro, indo para o banheiro. Aproveitando que já estava sem roupa, apenas se enfiou de baixo do chuveiro frio e ficou esperando que o pouco de sono que ainda restava fosse embora. Estava tão absorto em pensamentos que acabou não percebendo o Milo entrando no banheiro e o abraçando pelas costas.

-Você precisa ir hoje... não é? - Milo perguntou baixo apoiando a testa no ombro do ruivo.

Camus o conhecia muito bem para saber que o loiro estava pedindo disfarçadamente para que não fosse.

-Preciso, não irei adiar novamente. - O ruivo falou baixo.

-Eu entendo... - O loiro falou apertando o abraço.

-Você sabe que eu volto... - Camus falou tentando confortar o loiro.

-Mas isso nunca é uma certeza... Não quero que vá. - Milo falou baixo.

-Já disse que preciso ir. - O ruivo falou sério.

-Mas... Ok... - O escorpiano falou desistindo de tentar arrumar desculpas para o ruivo ficar.

-Vamos, eu ainda tenho um tempo. - O ruivo falou se virando e retribuindo o abraço do loiro.

-Eu te amo. - Milo falou encarando o ruivo.

Camus ficou em silêncio olhando os olhos azuis do Milo, ainda não entendia porquê o loiro o amava tanto. Não tinha nada de bom nele, mas algo o escorpiano havia visto.

Queria muito ver a mesma coisa que o Milo e talvez entender o motivo dele para o amar, mas não podia, então apenas se limitava a nutrir o sentimento que tinha pelo loiro. Depois de uns segundos o ruivo sorriu minimamente.

-Eu também te amo...

Amar como você Onde histórias criam vida. Descubra agora