sem volta

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Lembro do meu desespero, dos meus gritos apavorado.
Lembro do Paulo levantar o cinto e a maldadade em seus olhos.
Lembro dos meus gritos de dor, como doia cada batida.
Lembro da escuridão tomando conta de mim.

Ao acordar zonza Sento na cama, com muita dificuldade, estou muito dolorida.

Minhas costas ,barriga, coxas estão sangrando, assim. Como meus braços na qual tentava ao máximo me defender.
Doi demais.
Deito novamente sentindo as feridas arderem sob o colchão.
Não sei se é noite ou dia, há dias que não como, não bebo água, não tomo um banho.

Estou fraca demais, meu corpo está queimando.
Tento me levantar mas sem sucesso.
Estou tentando ser forte, mas tou vendo que parece não ter jeito de mim livrar dessa.

Alguém abre a porta, é Tereza e seu capacho.

- Como está se sentindo?
Se levante dessa cama. Paulo ajude a moça.

Sinto uma dor ao ser pegada a força e ser colocada em pé.
Porém não aguento e acabo caindo no chão.

- Inútil como a mãe. - Me contorço ao ser chutada nas costas.

- Você vai ter o mesmo fim que seus pais tiveram.
Você estragou meus planos sua emprestavel, nem o seu dinheiro podemos pegar sem o consentimento do idiota do Raúl.

Outro chute foi depositado, eu não tava aguentando mais, cair gemendo de barriga no chão, cada vez mais me sentia fraca mas lutava pra continuar alí consciente.

- Paulo, eu sei o que você quer fazer com ela e não fez ainda, agora pode se devertir, ela vai adorar você.

- Coitada da Hanney, desapareceu quando voltou pra ir ver a prima e ninguém consegui encontrar.
Rarararara.

- Querida e se quiserem falar com a prima dela? Esqueceu é invensão sua.

- Nada que o dinheiro não consiga comprar umas comparsas. - Escuto os dois rirem demoníacos.

Do chão lembro do Léo e da Bruna como eram bons amigos, como me ajudaram, olho o porta retrato e vejo o Max, como eu gostava dele, o homem que transformou a minha vida, o homem que eu sempre desejei nos sonhos estava do meu lado o tempo todo e eu nunca falei nada, e agora é tarde.
Meus olhos piscavam lentamente como se quisessem ficar fechados, eu lutava pra manter eles abertos enquanto a escuridão queria me dominar.
Vejo o Paulo tirando a calça , meus olhos estão embaçados, estou fraca demais pra continuar, não aguento mais ser forte, vou me entregar, para escuridão, prefiro a morte, não aguentaria um estrupo daquele jeito, não valeria a pena continuar lutando em uma guerra já perdida.
Sem me despedir dos meus amigos e do homem que amo, meus olhos se fecham e eu apago.
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Querido ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora