cabelos arco-irís ✧ dahmo

as canções de beethoven

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Eu estava sentada naquela mesma cadeira de sempre, observando seus lindos cabelos loiros presos em um cuidadoso rabo de cavalo. Algumas mechas rebeldes caiam por suas bochechas rosadas como pequenos raios de sol caiam sob o céu escarlate do começo daquela manhã.

Lembro-me de olhar para seus ouvidos e me perguntar o que estaria ouvindo em seu fone. Talvez fosse uma bela melodia de Beethoven, ou talvez apenas uma música pop do momento, não importa, seu gosto musical não interferia em meu amor por ti.

Eu apoiava meu queixo nos meus braços, que estavam cruzados sobre a mesa, esperando a aula começar enquanto lhe observava fechar os olhos levemente, concentrada no som que ouvia. O vento batia da janela ao lado, bagunçando seu tão perfeito penteado, deixando tu, Dahyun, ainda mais bonita.

Acredito que foi ali, no meio daquela minúscula sala de aula, enquanto você arrumava novamente os cabelos e sorria que percebi: eu estava apaixonada, Dahyun, apaixonada por você.

Há alguns dias, numa manhã particularmente ruim para mim, você veio em minha direção e percebendo que eu não estava bem me abraçou. Ali, parada no meio do pátio com seus braços em volta de minha cintura e sua cabeça apoiada em meu ombro senti que apenas seu abraço poderia me ajudar mais do que qualquer tipo de terapia. O calor do teu corpo esquentava meu coração, fazendo minha alma sorrir.

Não sei quanto tempo ficamos assim. Talvez 5 minutos, talvez 5 horas. Mas para mim se passaram dias e dias de apenas nós duas ali sem se importarmos com o mundo á nossa volta ou se nossos pais estavam no portão a nossa espera.

Assim que nos separamos vi que tu estavas sorrindo, um sorriso tão belo que conquistaria até mesmo Afrodite. Olhar para você era como ver a própria versão feminina de Morfeu.

Foi assim, Dahyun, que começamos uma bela amizade. Todas as madrugadas de domingo, quando o sol ainda dormia e a lua brilhava no céu, acompanhada de milhões de estrelas, nos sentávamos no meio fio em frente a sua casa. Observávamos as constelações tentando encontrar a estrela mais brilhante de todas: D'alva.

Numa dessas nossas madrugadas decidi finalmente me declarar, tirar tudo que havia guardado em meu peito por todo aquele ano. Sentamos em nosso lugar de costume e, ao invés de olhar para cima naquela noite escura como breu, que era iluminada por pontos minúsculos no alto, olhei para o lado. Coloquei meus olhos em ti e tu retribuiu o olhar.

Queria dizer tanto, mas nenhuma palavra me saía. Era como se meu coração tivesse entrado confiante no labirinto de Dedálo e se perdido ainda na entrada. E então aconteceu. Meus lábios tocaram os seus e imediatamente meu coração encontrou a saída.

Desde então estamos juntas. Seus pais não nos aprovaram de primeira, mas já se acostumaram com nossas demonstrações de amor.

Se eu pudesse resumir ainda mais nossa história, diria ser como se eu estivesse caindo em um longo abismo e pouco antes que chegasse ao fundo, você me segurasse e me puxasse de volta ao topo, deixando com que todos os medos escondidos fossem esquecidos.

Seus cabelos vivem coloridos. Após pintá-los de laranja um dia depois de nos conhecermos, ele ainda já foi roxo, azul, verde e castanho. Assim como nosso amor, teus cachos são cor arco-íris que me enlouquecem e me travam sempre que a vejo.

Seu amor, Dahyun, diminui minha vontade de querer morrer, teu abraço me faz sorrir e tuas lágrimas me fazem chorar. Amo-te.

De sua estrela favorita, Momo.